Os líderes europeus comprometeram-se a apoiar a Ucrânia na cimeira do G20 no Brasil, à luz dos mil dias que aram desde a invasão da Rússia.
No final do primeiro dia da cimeira do G20, no Brasil, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, prometeu que o Reino Unido vai redobrar o seu apoio a Kiev, numa altura em que am já 1.000 dias desde a invasão total da Rússia.
“São mil dias de agressão por parte da Rússia e mil dias de sacrifício por parte da Ucrânia. Esta é a minha mensagem clara. É a primeira prioridade da minha agenda”, garantiu Starmer.
O primeiro-ministro britânico acrescentou que não iria delinear pormenores operacionais, para não fornecer informação ao presidente russo, mas garantiu que o Reino Unido apoiará a Ucrânia durante o tempo que for necessário. "Temos de garantir que a Ucrânia tem o que é necessário durante o tempo que for necessário, porque não podemos permitir que Putin ganhe esta guerra”, afirmou.
Emmanuel Macron refletiu o sentimento de Starmer no apoio de França à Ucrânia: "Penso que o nosso dever é ajudar a Ucrânia a resistir, é uma guerra de resistência, é para proteger o seu território”, disse o presidente francês, alertando ainda que não se pode subestimar a mudança no conflito provocada pelo envolvimento de tropas norte-coreanas.
“A única potência que está a escalar este conflito hoje é a Rússia, ao envolver a Coreia do Norte, que é conhecida por ser uma potência muito agressiva envolvida num programa nuclear com mísseis de longo alcance. Estamos a assistir a um verdadeiro ponto de viragem nesta guerra, que levou à escolha dos americanos”, concluiu Macron.
Declaração conjunta sem unanimidade
No início desta semana, Biden autorizou a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA para atacar dentro de território russo.
“Os Estados Unidos apoiam firmemente a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. Todos os que estão à volta desta mesa, na minha opinião, também o devem fazer”, afirmou Biden no primeiro dia da cimeira.
Os líderes das 20 principais economias do mundo emitiram uma declaração conjunta na qual apelaram a um pacto global de combate à fome, à paz na Ucrânia, a mais ajuda para Gaza e ao fim das hostilidades no Médio Oriente.
O pacto sublinha a terrível situação humanitária na Ucrânia e em Gaza, mas não aponta qualquer dedo à Rússia ou a Israel. O documento também não entra em pormenores sobre a forma de atingir os objetivos definidos.
Ainda assim, não houve unanimidade: a Argentina, por exemplo, contestou alguns dos termos das versões iniciais e não aprovou o documento completo.
Apelo de ajuda a Gaza e ao fim das hostilidades
Sobre a guerra de Israel em Gaza, a declaração sublinha a necessidade de mais assistência humanitária e de uma maior proteção dos civis.
“Afirmando o direito dos palestinianos à autodeterminação, reiteramos o nosso compromisso inabalável com a visão da solução de dois Estados, onde Israel e um Estado palestiniano vivem lado a lado em paz”, lê-se no documento.
A declaração dos líderes não menciona os reféns detidos pelo Hamas nem as provações de Israel, que não é membro do G20, o que contraria a posição do presidente dos EUA, Joe Biden, sobre a questão. Antes do acordo sobre a declaração, Biden exortou os líderes a “aumentarem a pressão sobre o Hamas” para que aceite um acordo de cessar-fogo.