Chefias militares da Coreia do Sul avançam a hipótese de a Rússia ter fornecido a tecnologia para o míssil balístico intercontinental (ICBM) que a Coreia do Norte testou esta quinta-feira.
A Coreia do Norte lançou um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) esta quinta-feira, num teste que registou um recorde de altura e tempo de voo. Foi o primeiro destes lançamentos num ano.
A Coreia do Sul e o Japão detetaram o disparo do que suspeitam ser uma nova arma, mais ágil, destinada a ameaçar o território continental dos Estados Unidos.
O porta-voz do Chefe do Estado-Maior da Coreia do Sul alertou para a possibilidade de a Rússia estar a fornecer materiais e informações à Coreia do Norte: "Tem havido muitos relatos sobre a possibilidade de a Rússia transferir tecnologia para veículos de lançamento de satélites de reconhecimento militar, mas no que diz respeito a este ICBM, já se registaram progressos significativos no seu desenvolvimento, e grande parte já foi concluída. Portanto, eu questiono se foi necessário a Rússia fornecer informações, materiais ou tecnologia à Coreia do Norte", disse Lee Seong-joon.
Isto acontece no momento em que Washington avisou que tropas norte-coreanas com uniformes russos estão a dirigir-se para a Ucrânia, uma ação condenada pelo secretário-geral da NATO como "uma perigosa expansão da guerra em curso".
Tropas norte-coreanas aproximam-se da Ucrânia
Segundo as últimas informações, há um contingente de 12 mil soldados norte-coreanos a receber treino militar no resto da Rússia, sendo que uma parte já está na região de Kursk, na Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia.
O embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas, Sergiy Kyslytsya, disse numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na quarta-feira, que se espera que cerca de 4.500 soldados norte-coreanos estejam na fronteira esta semana e comecem a participar diretamente em operações de combate contra as forças ucranianas em novembro.
Este é assunto a dominar o encontro, em Washington, entre os ministros da Defesa e chefes da diplomacia dos EUA e da Coreia do Sul, esta quinta-feira.