{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2024/08/22/incursao-ucraniana-em-kursk-poe-a-nu-fragilidades-de-moscovo-a-fronteira-russa-nao-e-imper" }, "headline": "Incurs\u00e3o ucraniana em Kursk p\u00f5e a nu fragilidades de Moscovo: \u0022A fronteira russa n\u00e3o \u00e9 imperme\u00e1vel\u0022", "description": "A Ucr\u00e2nia invadiu a r\u00fassia atrav\u00e9s da sua fronteira no Oblast de Kursk no dia 6 de agosto, naquela que se tornou a incurs\u00e3o mais significativa da Ucr\u00e2nia desde o in\u00edcio do conflito em fevereiro de 2022. Analista considera que sucesso da incurs\u00e3o se deve ao secretismo das opera\u00e7\u00f5es.", "articleBody": "Mais de duas semanas ap\u00f3s a incurs\u00e3o surpresa de Kiev em territ\u00f3rio russo, a situa\u00e7\u00e3o no terreno parece indicar que as for\u00e7as ucranianas n\u00e3o est\u00e3o perto de terminar.Quando, a 6 de agosto, atravessaram a fronteira entre a regi\u00e3o de Sumy, na Ucr\u00e2nia, e Kursk, na R\u00fassia, muitos pensaram que se trataria de mais uma incurs\u00e3o r\u00e1pida.No ado, a Ucr\u00e2nia j\u00e1 tinha lan\u00e7ado algumas incurs\u00f5es em territ\u00f3rio russo, uma das quais em mar\u00e7o deste ano, quando tr\u00eas unidades armadas ucranianas atravessaram a fronteira para as regi\u00f5es de Belgorod e Kursk, que alegadamente resultaram em confrontos com as for\u00e7as russas em v\u00e1rias povoa\u00e7\u00f5es e foram quase imediatamente seguidas de ataques implac\u00e1veis contra cidades ucranianas.Contudo, esta opera\u00e7\u00e3o foi uma surpresa para civis, analistas, aliados ocidentais da Ucr\u00e2nia e at\u00e9 para algumas autoridades russas: ao terceiro dia de incurs\u00e3o, a Ucr\u00e2nia j\u00e1 tinha avan\u00e7ado 10 km em territ\u00f3rio russo.Para Karolina Hird, analista do Institute for the Study of War (ISW) - think tank norte-americano dedicado \u00e0 an\u00e1lise de temas de guerra - o fator surpresa foi exatamente a chave desta opera\u00e7\u00e3o. \u0022O secretismo em que o plano foi envolto est\u00e1 a revelar-se muito, muito importante\u0022, diz. \u0022Penso que a Ucr\u00e2nia aprendeu, e bem, com a sua experi\u00eancia de planeamento da contraofensiva de 2023. No ano ado, houve muitas mensagens, muita telegrafia, e isso permitiu ao Ocidente, mas tamb\u00e9m \u00e0 R\u00fassia, antecipar basicamente onde a Ucr\u00e2nia ia atacar e quando\u0022, relembra Karolina.A guerra parece estar a deslocar-se brevemente para solo russo , o que para a analista \u00e9 \u201cincrivelmente importante\u201d e ter\u00e1 consequ\u00eancias graves, bem como mostrar\u00e1 as vulnerabilidades do regime de Putin em \u201cdois, tr\u00eas meses\u0022.\u0022A fronteira russa n\u00e3o \u00e9 imperme\u00e1vel. \u00c9, de facto, uma vulnerabilidade e a sociedade russa tem de come\u00e7ar a encar\u00e1-la como uma vulnerabilidade. E isso mudar\u00e1 muitas das formas como a sociedade russa encara a guerra e como a guerra pode ser sentida pelos populistas russos, que no ado eram bastante ap\u00e1ticos\u0022, explica Karolina.A Ucr\u00e2nia afirma ter capturado mais de mil quil\u00f3metros quadrados na regi\u00e3o de Kursk - \u00e9 mais do que a R\u00fassia tinha capturado na Ucr\u00e2nia em oito meses.Alguns bloggers militares russos criticaram fortemente o comando militar russo por n\u00e3o ter detetado os preparativos ou impedido as opera\u00e7\u00f5es ofensivas ucranianas em Kursk.Na rede social X, o ISW real\u00e7a que o Kremlin parece estar comprometido com uma campanha para \u0022justificar ao seu p\u00fablico interno a raz\u00e3o pela qual a R\u00fassia est\u00e1 a dar prioridade \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o da iniciativa no leste da Ucr\u00e2nia [Prokovsk] em vez de expulsar imediatamente as for\u00e7as ucranianas do Oblast de Kursk\u0022, pode ler-se.Prova disso s\u00e3o, como tamb\u00e9m nota o ISW, os canais de televis\u00e3o estatais russos que est\u00e3o a cobrir a incurs\u00e3o da Ucr\u00e2nia no Oblast de Kursk como uma opera\u00e7\u00e3o limitada, ao mesmo tempo que a contrastam ativamente com os avan\u00e7os russos na dire\u00e7\u00e3o de Pokrovsk, e que os pintam como grandes vit\u00f3rias.Volodymyr Zelenskyy reconheceu o avan\u00e7o da R\u00fassia no leste da Ucr\u00e2nia e sublinha a import\u00e2ncia de os aliados ocidentais no que respeita ao fornecimento de muni\u00e7\u00f5es.O Kremlin pode estar a utilizar esta campanha de propaganda para conseguir tempo e espa\u00e7o para responder \u00e0 incurs\u00e3o ucraniana no Oblast de Kursk, depois de atingir os seus objetivos ofensivos no leste da Ucr\u00e2nia.", "dateCreated": "2024-08-22T16:07:12+02:00", "dateModified": "2024-08-22T20:05:07+02:00", "datePublished": "2024-08-22T20:05:07+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F67%2F14%2F84%2F1440x810_cmsv2_42635eef-f8fd-546b-bcdf-334ec88576c4-8671484.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Esta imagem de sat\u00e9lite divulgada pela Planet Labs PBC mostra inc\u00eandios perto da aldeia de Krasnooktyabrskoe, na regi\u00e3o russa de Kursk, na ter\u00e7a-feira, 20 de agosto de 2024.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F67%2F14%2F84%2F432x243_cmsv2_42635eef-f8fd-546b-bcdf-334ec88576c4-8671484.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Incursão ucraniana em Kursk põe a nu fragilidades de Moscovo: "A fronteira russa não é impermeável"

Esta imagem de satélite divulgada pela Planet Labs PBC mostra incêndios perto da aldeia de Krasnooktyabrskoe, na região russa de Kursk, na terça-feira, 20 de agosto de 2024.
Esta imagem de satélite divulgada pela Planet Labs PBC mostra incêndios perto da aldeia de Krasnooktyabrskoe, na região russa de Kursk, na terça-feira, 20 de agosto de 2024. Direitos de autor Planet Labs PBC/AP
Direitos de autor Planet Labs PBC/AP
De Euronews com AP
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Ucrânia invadiu a rússia através da sua fronteira no Oblast de Kursk no dia 6 de agosto, naquela que se tornou a incursão mais significativa da Ucrânia desde o início do conflito em fevereiro de 2022. Analista considera que sucesso da incursão se deve ao secretismo das operações.

PUBLICIDADE

Mais de duas semanas após a incursão surpresa de Kiev em território russo, a situação no terreno parece indicar que as forças ucranianas não estão perto de terminar.

Quando, a 6 de agosto, atravessaram a fronteira entre a região de Sumy, na Ucrânia, e Kursk, na Rússia, muitos pensaram que se trataria de mais uma incursão rápida.

No ado, a Ucrânia já tinha lançado algumas incursões em território russo, uma das quais em março deste ano, quando três unidades armadas ucranianas atravessaram a fronteira para as regiões de Belgorod e Kursk, que alegadamente resultaram em confrontos com as forças russas em várias povoações e foram quase imediatamente seguidas de ataques implacáveis contra cidades ucranianas.

Contudo, esta operação foi uma surpresa para civis, analistas, aliados ocidentais da Ucrânia e até para algumas autoridades russas: ao terceiro dia de incursão, a Ucrânia já tinha avançado 10 km em território russo.

Para Karolina Hird, analista do Institute for the Study of War (ISW) - think tank norte-americano dedicado à análise de temas de guerra - o fator surpresa foi exatamente a chave desta operação. "O secretismo em que o plano foi envolto está a revelar-se muito, muito importante", diz.

"Penso que a Ucrânia aprendeu, e bem, com a sua experiência de planeamento da contraofensiva de 2023. No ano ado, houve muitas mensagens, muita telegrafia, e isso permitiu ao Ocidente, mas também à Rússia, antecipar basicamente onde a Ucrânia ia atacar e quando", relembra Karolina.

A guerra parece estar a deslocar-se brevemente para solo russo , o que para a analista é “incrivelmente importante” e terá consequências graves, bem como mostrará as vulnerabilidades do regime de Putin em “dois, três meses".

"A fronteira russa não é impermeável. É, de facto, uma vulnerabilidade e a sociedade russa tem de começar a encará-la como uma vulnerabilidade. E isso mudará muitas das formas como a sociedade russa encara a guerra e como a guerra pode ser sentida pelos populistas russos, que no ado eram bastante apáticos", explica Karolina.

A Ucrânia afirma ter capturado mais de mil quilómetros quadrados na região de Kursk - é mais do que a Rússia tinha capturado na Ucrânia em oito meses.

Alguns bloggers militares russos criticaram fortemente o comando militar russo por não ter detetado os preparativos ou impedido as operações ofensivas ucranianas em Kursk.

Na rede social X, o ISW realça que o Kremlin parece estar comprometido com uma campanha para "justificar ao seu público interno a razão pela qual a Rússia está a dar prioridade à manutenção da iniciativa no leste da Ucrânia [Prokovsk] em vez de expulsar imediatamente as forças ucranianas do Oblast de Kursk", pode ler-se.

Prova disso são, como também nota o ISW, os canais de televisão estatais russos que estão a cobrir a incursão da Ucrânia no Oblast de Kursk como uma operação limitada, ao mesmo tempo que a contrastam ativamente com os avanços russos na direção de Pokrovsk, e que os pintam como grandes vitórias.

Volodymyr Zelenskyy reconheceu o avanço da Rússia no leste da Ucrânia e sublinha a importância de os aliados ocidentais no que respeita ao fornecimento de munições.

O Kremlin pode estar a utilizar esta campanha de propaganda para conseguir tempo e espaço para responder à incursão ucraniana no Oblast de Kursk, depois de atingir os seus objetivos ofensivos no leste da Ucrânia.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ucrânia: Rússia reforça defesa de Kursk mas dá prioridade aos avanços em Pokrovsk

Drones ucranianos paralisam espaço aéreo de Moscovo para interferir com celebrações do Dia da Vitória

Tropas ucranianas completamente fora de Kursk, dizem russos