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Greve histórica de enfermeiros cancela milhares de consultas e operações no Reino Unido

"É tempo de se pagar devidamente aos enfermeiros", lê-se no cartaz desta manifestante
"É tempo de se pagar devidamente aos enfermeiros", lê-se no cartaz desta manifestante Direitos de autor AP Photo/Kin Cheung
Direitos de autor AP Photo/Kin Cheung
De Francisco Marques
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Foram anunciados 100 mil profissionais de saúde nas ruas britânicas a exigir aumentos acima da inflação. O executivo de Rishi Sunak não vai além dos 5 % e rejeita negociar

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Estavam anunciados até 100 mil em protesto esta quinta-feira, os números ainda não foram confirmados, mas são sem dúvida dezenas de milhares os enfermeiros em greve no Reino Unido neste primeiro de dois dias de protesto anunciados para este mês de dezembro. O segundo será terça-feira, 20 de dezembro.

É uma paralisação histórica, por ser a primeira convocada em 106 anos pelo sindicato de que era patrono o monarca britânico, a Rainha Isabel II.

O Royal College of Nursing (RCN) avançou para as greves depois de o governo agora liderado por Rishi Sunak ter recusado negociar aumentos salariais acima da inflação para os enfermeiros de Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.

Perante o forte agravamento do custo de vida, a que não será alheio no Reino Unido o Brexit, concretizado em janeiro de2020, os enfermeiros exigem uma revisão salarial 5% acima da inflação britânica, que atualmente a dos 10%.

O caso da Escócia

O Serviço Nacional de Saúde da Escócia não foi afetado pela greve em curso no Reino Unido porque dois dos maiores sindicatos escoceses do setor, o Unite e o Unison, aceitaram a proposta do governo de Nicola Sturgeon para aumentos anuais de 11,24% (cerca de 3.198 euros) para os níveis mais baixos, uma média de 7,5%, (2.500 euros/ano) para os restantes e um novo valor de hora/trabalho de quase 13 euros.

A proposta está ainda a votação noutros sindicatos escoceses. O GMB foi o primeiro a rejeitar a proposta, com 66% dos membros a votar contra o pacote de aumentos proposto.

“Ainda fica abaixo da inflação para a grabnde maioria dos trabalhadores, que se dedicaram a fundo durante a pandeia e estão agora a debater-se perante esta crise do custo de vida”, justificou um alto responsável do GMB escocês.

O governo britânico recebeu em julho uma recomendação da Comissão de revisão salarial do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla inglesa) para aumentos entre os 4% e os 5% aos profissionais de saúde, excluindo médicos e dentistas.

Os enfermeiros exigem mais e, sobretudo, um valor que lhes devolva o nível de vida que têm vindo a perder.

Alegando que a exigência dos enfermeiros é um aumento de 19%, o executivo de Rishi Sunak rejeita negociar o valor recomendado pela comissão de revisão salarial do NHS, o que levou os enfermeiros a cumprir a primeira parte da ameaça de dois dias de greve que anunciaram.

A estimativa era que só este primeiro dia de paralisação levasse ao cancelamento de até 70 mil consultas e operações. A pressão está por isso a aumentar sobre Rishi Sunak para que o primeiro-ministro aceda a negociar um aumento mais generoso do salário dos enfermeiros.

O suposto aumento de 19% é que deverá ser mesmo impossível, alertou o ministro britânico da Saúde.

"Temos de equilibrar o que é pedido com o que é sustentável à economia de forma mais abrangente. Pedir um aumento de 19%, muito acima daquilo que muitas pessoas estão a receber, não é sustentável devido às muitas outras pressões económicas que estamos a sofrer", afirmou Steve Barclay, numa entrevista televisiva, citada pelo jornal The Guardian.

O líder da oposição apontou o dedo ao primeiro-ministro e ao respetivo partido Conservador.

Numa sessão plenária em Westminster, na quarta-feira, o trabalhista Keir Starmer acusou Rishi sunak de ter permitido que o braço de ferro com o setor da saúde degenerasse nesta primeira de duas greves anunciadas pelos enfermeiros ao não aceitar negociar a revisão salarial do setor.

Os enfermeiros iniciam a carreira no Reino Unido com um salário anual de 23.500 euros e, em média, na carreira, ganham quase 39 mil euros por ano, mas a revisão nos últimos anos não tem acompanhado a inflação, sobretudo depois da pandemia de Covid-19.

A forte subida do custo de vida desde 2020, a que não será alheio o já referido Brexit, está a motivar a revolta num setor onde se incluem muitos enfermeiros portugueses e que foi muito elogiado pela forma como se dedicou e geriu a Covid-19.

O primeiro-ministro no início da pandemia, Boris Johnson, agradeceu inclusive a um enfermeiro português pela forma como foi tratado quando contraiu a infeção pelo SARS-CoV-2.

Os enfermeiros associados do RCN garantem que não vai calar os protestos enquanto o governo não vergar e aceitar negociar a revisão dos salários do setor. Se nada mudar, terça-feira há nova paralisação no Reino Unido.

A secretária-geral do RCN num vídeo partilhado esta tarde pelas redes sociais, desafiou o ministro da Saúde a sair do gabinete e ir ao encontro dos profissionais de saúde que enfrentavam o frio de Bristol para reclamar por melhores condições de vida e de trabalho.

"Vai ver o real valor do que é cuidar, do que é o tratar e do que representa esta profissão. Vai perseber que colocar o custo à frente do valor não é o caminho a seguir", afirmou Pat Cullen, dirigindo-se a Steve Barckley.

Outras fontes • Guardian, BBC, Metro.uk

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