{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2022/03/02/esta-a-europa-preparada-para-ciberataques" }, "headline": "Est\u00e1 a Europa preparada para ciberataques?", "description": "Especialistas avisam que a principal d\u00favida n\u00e3o \u00e9 saber se vai acontecer, mas sim quando", "articleBody": "As guerras n\u00e3o se travam apenas no campo de batalha. A preocupa\u00e7\u00e3o europeia com ataques h\u00edbridos e cibern\u00e9ticos \u00e0 Ucr\u00e2nia, e por isso uma amea\u00e7a \u00e0 Uni\u00e3o Europeia, tem vindo a crescer nos \u00faltimos dias e o Banco Central da Litu\u00e2nia j\u00e1 avisou os bancos do pa\u00eds para se prepararem para cortes de energia e ciberataques. Os cortes de energia e internet est\u00e3o entre os cen\u00e1rios mais extremos, mas poss\u00edveis, e o alerta do banco central lituano estendeu-se tamb\u00e9m ao setor das finan\u00e7as. A Litu\u00e2nia partilha a rede el\u00e9trica com a R\u00fassia e com os vizinhos do B\u00e1ltico, Est\u00f3nia e Let\u00f3nia. Em Riga, o governo local tamb\u00e9m receia ataques cibern\u00e9ticos ao pa\u00eds. \u00c9 verdade que o grupo Anonymous declarou guerra cibern\u00e9tica \u00e0 R\u00fassia, tendo atacado bancos e minist\u00e9rios russos, esta\u00e7\u00f5es de televis\u00e3o e sites de propaganda, e tornado p\u00fablicos milhares de documentos confidenciais do Kremlin, mas a R\u00fassia parece disposta a responder \u00e0 altura. Proteger os bancos De acordo com o Banco Central da Litu\u00e2nia, as empresas financeiras devem ter planos de conting\u00eancia para ataques cibern\u00e9ticos, tal como \u0022ransomware\u0022 ou ataques de nega\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o (DDoS), em que os criminosos tentam sobrecarregar uma rede com elevados volumes de tr\u00e1fego de dados. O banco tamb\u00e9m alertou para uma falha de seguran\u00e7a similar \u00e0 ocorrida em 2021 na SolarWinds, ligada ao ataque de uma ag\u00eancia russa que teve como alvo centenas de empresas e organiza\u00e7\u00f5es. O Banco Central Europeu (BCE) tamb\u00e9m j\u00e1 emitiu o alerta e alguns bancos e empresas t\u00eam vindo a testar a sua capacidade para fazer face a uma amea\u00e7a cibern\u00e9tica. O Centro de Ciberseguran\u00e7a do Reino Unido tamb\u00e9m aconselhou a monitoriza\u00e7\u00e3o da ciberresili\u00eancia das empresas depois de detetar um aumento em ataques de \u0022ransomware\u0022 com origem na R\u00fassia e na Alemanha, o l\u00edder da BaFin, autoridade que supervisiona as finan\u00e7as federais, tamb\u00e9m chamou a aten\u00e7\u00e3o para a preocupante liga\u00e7\u00e3o entre ciberataques e geopol\u00edtica. 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Na Ucr\u00e2nia, estes ataques nunca pararam, tendo mesmo aumentado com a invas\u00e3o. Ap\u00f3s um ataque de \u0022malware\u0022, em Janeiro, que danificou os computadores de v\u00e1rias ag\u00eancias governamentais, dois grandes bancos ucranianos e o website do Minist\u00e9rio da Defesa foram atingidos. Mykhailo Fedorov, o ministro da transforma\u00e7\u00e3o digital da Ucr\u00e2nia, disse que foi o ataque mais grave do seu g\u00e9nero ao pa\u00eds. E a invas\u00e3o ainda n\u00e3o tinha acontecido. H\u00e1 uma semana, em resposta ao pedido da Ucr\u00e2nia, a Litu\u00e2nia, Holanda, Pol\u00f3nia, Est\u00f3nia, Rom\u00e9nia e Cro\u00e1cia ativaram a Equipa de Resposta Cibern\u00e9tica R\u00e1pida para ajudar as institui\u00e7\u00f5es ucranianas \u0022a lidar com as crescentes amea\u00e7as cibern\u00e9ticas\u0022. Foi a primeira vez que um projeto militar da UE no \u00e2mbito da Coopera\u00e7\u00e3o Estruturada Permanente (PESCO) entrou numa fase operacional. Risco para a Europa O eurodeputado Bart Groothuis disse que o mesmo \u0022malware\u0022 que ataca infraestruturas cr\u00edticas na Ucr\u00e2nia j\u00e1 foi detetado na Let\u00f3nia e na Litu\u00e2nia. A Ag\u00eancia de Seguran\u00e7a Cibern\u00e9tica da Uni\u00e3o Europeia emitiu diretrizes para refor\u00e7ar a seguran\u00e7a de organiza\u00e7\u00f5es p\u00fablicas e privadas na Europa em resposta \u00e0 guerra na Ucr\u00e2nia, no meio de movimentos semelhantes nos EUA e no Reino Unido. A Litu\u00e2nia, os Pa\u00edses Baixos, a Pol\u00f3nia, a Est\u00f3nia, a Rom\u00e9nia e a Cro\u00e1cia planeavam enviar uma equipa de peritos em seguran\u00e7a cibern\u00e9tica para a Ucr\u00e2nia. Entretanto a invas\u00e3o come\u00e7ou e j\u00e1 n\u00e3o foi poss\u00edvel. Paralelamente, as diplomacias da UE e as equipas nacionais de resposta cibern\u00e9tica participaram num exerc\u00edcio com um cen\u00e1rio imagin\u00e1rio, em que um ataque cibern\u00e9tico da Blueland, um pa\u00eds fict\u00edcio muito parecido com a R\u00fassia, provocava avarias em hospitais e centrais el\u00e9tricas em toda a Europa. O ataque imagin\u00e1rio causou baixas, desencadeou san\u00e7\u00f5es da UE, e a ativa\u00e7\u00e3o de uma cl\u00e1usula de defesa m\u00fatua no tratado da UE, que foi utilizada pela \u00faltima vez quando os terroristas atacaram Paris em 2015. V\u00e1rias associa\u00e7\u00f5es tecnol\u00f3gicas da Rom\u00e9nia, Mold\u00e1via, Litu\u00e2nia, Eslov\u00e1quia, Est\u00f3nia, Hungria, Pol\u00f3nia e Finl\u00e2ndia apelaram aos l\u00edderes da UE para que implementassem um \u0022escudo digital\u0022. 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Está a Europa preparada para ciberataques?

Está a Europa preparada para ciberataques?
Direitos de autor Photographer: Lukasz Kobus, Yügen
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Especialistas avisam que a principal dúvida não é saber se vai acontecer, mas sim quando

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As guerras não se travam apenas no campo de batalha. A preocupação europeia com ataques híbridos e cibernéticos à Ucrânia, e por isso uma ameaça à União Europeia, tem vindo a crescer nos últimos dias e o Banco Central da Lituânia já avisou os bancos do país para se prepararem para cortes de energia e ciberataques.

Os cortes de energia e internet estão entre os cenários mais extremos, mas possíveis, e o alerta do banco central lituano estendeu-se também ao setor das finanças. A Lituânia partilha a rede elétrica com a Rússia e com os vizinhos do Báltico, Estónia e Letónia. Em Riga, o governo local também receia ataques cibernéticos ao país.

É verdade que o grupo Anonymous declarou guerra cibernética à Rússia, tendo atacado bancos e ministérios russos, estações de televisão e sites de propaganda, e tornado públicos milhares de documentos confidenciais do Kremlin, mas a Rússia parece disposta a responder à altura.

Proteger os bancos

De acordo com o Banco Central da Lituânia, as empresas financeiras devem ter planos de contingência para ataques cibernéticos, tal como "ransomware" ou ataques de negação de serviço (DDoS), em que os criminosos tentam sobrecarregar uma rede com elevados volumes de tráfego de dados. O banco também alertou para uma falha de segurança similar à ocorrida em 2021 na SolarWinds, ligada ao ataque de uma agência russa que teve como alvo centenas de empresas e organizações.

O Banco Central Europeu (BCE) também já emitiu o alerta e alguns bancos e empresas têm vindo a testar a sua capacidade para fazer face a uma ameaça cibernética.

O Centro de Cibersegurança do Reino Unido também aconselhou a monitorização da ciberresiliência das empresas depois de detetar um aumento em ataques de "ransomware" com origem na Rússia e na Alemanha, o líder da BaFin, autoridade que supervisiona as finanças federais, também chamou a atenção para a preocupante ligação entre ciberataques e geopolítica.

Em Itália, a agência nacional de cibersegurança avisou que a invasão da Ucrânia iria aumentar o risco de ciberataques para as empresas italianas com ligações a operadores localizados no território ucraniano.

Os privados entram na luta

Na quarta-feira ada, horas antes dos tanques russos começarem a invadir a Ucrânia, soou um alarme na Microsoft, no centro de ameaças à informação, devido a um "malware" nunca antes visto que tinha como alvo governo, ministérios e instituições financeiras da Ucrânia.

No espaço de três horas, a Microsoft lançou-se numa guerra cibernética contra um inimigo que luta a milhares de quilómetros de distância. O centro de ameaças, a norte de Seattle, estava em alerta máximo e desmontou rapidamente o "malware", denominado "FoxBlade", e informou a mais alta autoridade de defesa cibernética ucraniana. Em apenas três horas, os sistemas de deteção de vírus da Microsoft foram atualizados para bloquear o código, capaz de apagar todos os dados nos computadores de uma rede.

"Preparem-se, não entrem em pânico"

Sandra Joyce, responsável pelos serviços de informação da empresa de cibersegurança Mandiant, é da opinião que "devemos preparar-nos, mas não entrar em pânico porque as nossas perceções são também o alvo". Joyce acrescentou que muitos governos e empresas ocidentais estão preparados para lidar com estes ataques apoiados pela Rússia.

O perigo de ciberataques, em qualquer caso, está no topo das preocupações da União Europeia. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mencionou "ataques híbridos e ciberataques" num tweet a 15 de Fevereiro ao apresentar as novas diretrizes europeias de defesa de Bruxelas.

Na Ucrânia, estes ataques nunca pararam, tendo mesmo aumentado com a invasão. Após um ataque de "malware", em Janeiro, que danificou os computadores de várias agências governamentais, dois grandes bancos ucranianos e o website do Ministério da Defesa foram atingidos. Mykhailo Fedorov, o ministro da transformação digital da Ucrânia, disse que foi o ataque mais grave do seu género ao país. E a invasão ainda não tinha acontecido.

Há uma semana, em resposta ao pedido da Ucrânia, a Lituânia, Holanda, Polónia, Estónia, Roménia e Croácia ativaram a Equipa de Resposta Cibernética Rápida para ajudar as instituições ucranianas "a lidar com as crescentes ameaças cibernéticas". Foi a primeira vez que um projeto militar da UE no âmbito da Cooperação Estruturada Permanente (PESCO) entrou numa fase operacional.

Risco para a Europa

O eurodeputado Bart Groothuis disse que o mesmo "malware" que ataca infraestruturas críticas na Ucrânia já foi detetado na Letónia e na Lituânia.

A Agência de Segurança Cibernética da União Europeia emitiu diretrizes para reforçar a segurança de organizações públicas e privadas na Europa em resposta à guerra na Ucrânia, no meio de movimentos semelhantes nos EUA e no Reino Unido.

A Lituânia, os Países Baixos, a Polónia, a Estónia, a Roménia e a Croácia planeavam enviar uma equipa de peritos em segurança cibernética para a Ucrânia. Entretanto a invasão começou e já não foi possível.

Paralelamente, as diplomacias da UE e as equipas nacionais de resposta cibernética participaram num exercício com um cenário imaginário, em que um ataque cibernético da Blueland, um país fictício muito parecido com a Rússia, provocava avarias em hospitais e centrais elétricas em toda a Europa.

O ataque imaginário causou baixas, desencadeou sanções da UE, e a ativação de uma cláusula de defesa mútua no tratado da UE, que foi utilizada pela última vez quando os terroristas atacaram Paris em 2015.

Várias associações tecnológicas da Roménia, Moldávia, Lituânia, Eslováquia, Estónia, Hungria, Polónia e Finlândia apelaram aos líderes da UE para que implementassem um "escudo digital". Porque a dúvida para os especialistas não é se vai haver um forte ciberataque contra as instituições europeias. É saber quando é que isso vai acontecer.

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