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Dados oriundos dos Estados Unidos mostravam, no entanto, uma redu\u00e7\u00e3o no n\u00famero de casos de uma m\u00e9dia di\u00e1ria a sete dias de mais de 40 mil casos a 9 de janeiro para menos de 28 mil a 16 de janeiro na cidade de Nova Iorque. Outros estados do nordeste americano apresentam a mesma tend\u00eancia. A maioria das pessoas hospitalizadas por todo o mundo com Covid-19 n\u00e3o est\u00e3o vacinadas, salientava h\u00e1 uma semana o diretor-geral da OMS, alertando para a urg\u00eancia de se travar a circula\u00e7\u00e3o desta \u00faltima VdP e assim evitar a evolu\u00e7\u00e3o para uma outra estirpe, com eventual maior resist\u00eancia \u00e0s vacinas, maior capacidade de infe\u00e7\u00e3o e maior risco de provocar Covid-19 grave. Desde que foi identificada na \u00c1frica do Sul, no final de novembro, a mais recente VdP propagou-se rapidamente, j\u00e1 afeta pelo menos 150 pa\u00edse s, incluindo os 30 que comp\u00f5em o Espa\u00e7o Econ\u00f3mico Europeu, onde se integram os 27 da Uni\u00e3o Europeia mais a Isl\u00e2ndia, o Liechtenstein e a Noruega. O Reino Unido \u00e9 o pa\u00eds mais afetado pela \u00d3micron, com mais de 245 mil casos detetados e 75 mortes registadas, e \u00e9 um dos v\u00e1rios onde esta VdP \u00e9 j\u00e1 a dominante, onde se inclui Portugal. \u0022A \u00d3micron representa uma nova vaga transversal, varrendo a regi\u00e3o europeia depois do surto da Delta enfrentada por todos os pa\u00edses at\u00e9 final de 2021. Mais de 50% da popula\u00e7\u00e3o europeia vai ser infetada pela \u00d3micron nas pr\u00f3ximas seis ou oito semanas\u0022, previu Hans Kluge, do bra\u00e7o europeua da OMS. A maioria dos internados em cuidados intensivos em pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia s\u00e3o pessoas n\u00e3o vacinadas, o que comprova tamb\u00e9m que as vacinas autorizadas pela Ag\u00eancia Europeia do Medicamento (EMA) mant\u00e9m-se eficazes perante a \u00d3micron na preven\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a grave e morte. [ Quais s\u00e3o os principais sintomas da \u00d3micron ?] Notou-se tamb\u00e9m que o per\u00edodo de infe\u00e7\u00e3o, dada a menor severidade, se reduziu para entre cinco e sete dias, o que j\u00e1 levou muitos pa\u00edses a rever os per\u00edodos de quarentena para os \u0022doentes covid\u0022, incluindo Portugal. Apear de estar a impulsionar com grande frequ\u00eancia novos recordes di\u00e1rios de infe\u00e7\u00f5es, a \u00d3micron n\u00e3o est\u00e1 a ter reflexos num agravamento das hospitaliza\u00e7\u00f5es, o crit\u00e9rio agora mais relevante para se aferir o n\u00edvel de amea\u00e7a da pandemia. Com muitos dos infetados com esta nova variante a revelarem-se assintom\u00e1ticos , estes s\u00e3o os principais sintomas gerados pela \u00d3micron e que devem ser tidos em conta: Tosse seca; Cansa\u00e7o; Pequena irrita\u00e7\u00e3o na garganta; Dores de cabe\u00e7a; Febre ligeira; Uma pequena parte dos doentes diagnosticados com a \u00d3micron na \u00c1frica do Sul revelaram febre alta, tosse recorrente e perda de paladar ou olfato. Os sintomas mais graves registam-se sobretudo em pessoas n\u00e3o vacinadas contra a Covid-19. A descoberta A variante denominada B.1.1.529 foi descoberta pela investigadora portuguesa Raquel Viana a 19 de novembro, de uma amostra recolhida dez dias antes, e foi reportada \u00e0 Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade ( OMS ) a 24 de novembro, a um m\u00eas do Natal. Foi designada, dois dias depois, como \u201c Variante de Preocupa\u00e7\u00e3o \u201d (VdP) devido sobretudo \u00e0 r\u00e1pida propaga\u00e7\u00e3o verificada e \u00e0s dezenas muta\u00e7\u00f5es encontradas. Integrando esta lista foi rebatizada como \u00d3micron . O Grupo de Consultoria T\u00e9cnica para a Evolu\u00e7\u00e3o do V\u00edrus SARS-CoV-2 da OMS (TAG-VE, na sigla angl\u00f3fona), reunindo uma rede de laborat\u00f3rios de refer\u00eancia da OMS para estudar a Covid-19, tem vindo a pesquisar intensivamente a nova variante, tendo encontrado uma s\u00e9rie de muta\u00e7\u00f5es, inclusive na prote\u00edna S ou \u201c spike \u201d (esp\u00edcula), a respons\u00e1vel pela infe\u00e7\u00e3o das c\u00e9lulas. A OMS apela aos diversos pa\u00edses para partilharem os dados dos respetivos \u0022doentes covid\u0022 hospitalizados para se acelerar o conhecimento da \u00d3micron e recomenda aos cidad\u00e3os as medidas elementares para conter a infe\u00e7\u00e3o : distanciamento social de pelo menos um metro; uso de m\u00e1scaras homologadas; ventila\u00e7\u00e3o regular de espa\u00e7os fechados; evitar espa\u00e7os sobrelotados; lavar regularmente as m\u00e3os; tossir ou espirrar protegendo-se com o cotovelo ou um len\u00e7o; vacinar-se t\u00e3o r\u00e1pido quanto poss\u00edvel. Os dados preliminares sugerem um maior risco de reinfe\u00e7\u00e3o, em compara\u00e7\u00e3o com as VdP anteriores, mas ainda n\u00e3o h\u00e1 uma conclus\u00e3o clara desta amea\u00e7a. As vacinas continuam a ser consideradas eficazes e os testes PCR detetam a \u00d3micron. N\u00e3o \u00e9 claro que a nova variante cause mais doen\u00e7a grave do que as anteriores, incluindo a Delta. Os dados preliminares mostram apenas um aumento de hospitaliza\u00e7\u00f5es, particularmente na \u00c1frica do Sul. Uma nova variante em estudo Foi entretanto identificada no Chipre o que se pensa ser uma nova variante do SARS-CoV-2 que combina as duas \u00faltimas VdP, a Delta e a \u00d3micron. De forma informal, esta suposta nova estirpe foi denominada \u0022Deltacron\u0022, e est\u00e1 a ser analisada, prevendo-se que no decorrer da pr\u00f3xima semana possam ser reveladas os primeiros dados sobre esta alegada variante. \u0022Vamos avaliar se esta estirpe \u00e9 mais patol\u00f3gica ou contagiosa e se tem for\u00e7a para prevalecer [perante as variantes anteriores]\u0022, expicou Leondios Kostrikis, professo de ci\u00eancias biol\u00f3gicas da Universiadde do Chipre, em entrevista \u00e0 Sigma TV. A apelidada \u0022Deltacron\u0022 foi detetada em pelo menos 25 casos ativos no Chipre, apresentando \u0022a gen\u00e9tica da \u00d3micron com os genomas da Delta. \u0022Atualmente existem duplas infe\u00e7\u00f5es com \u00d3micron e Delta. N\u00f3s descobrimos uma combina\u00e7\u00e3o das duas\u0022, sublinhou Kostrikis. As an\u00e1lises preliminares mostraram que a frequ\u00eancia relativa da infe\u00e7\u00e3o combinada \u00e9 mais alta entre os pacientes hospitalizados com Covid-19 do que em doentes covid n\u00e3o hospitalizados. Os dados recolhidos j\u00e1 foram partilhados como sistema GISAID, a base de dados internacional que acompanha a evolu\u00e7\u00e3o do v\u00edrus e o estudo vai prosseguir. De momento, esta \u00e9 uma variante que ainda no preocupa a OMS. Dois anos de SARS-CoV-2 H\u00e1 cerca de dois anos que convivemos por todo o mundo com o v\u00edrus SARS-CoV-2, a causa da Covid-19. Ao longo deste tempo, este \u00faltimo membro da fam\u00edlia coronav\u00edrus j\u00e1 infetou mais de 306 milh\u00f5es de pessoas e custou cerca de 5,5 milh\u00f5es de vidas por todo o planeta, impulsionado por pelo menos cinco VdP. Em cada organismo infetado s\u00e3o produzidas e propagadas r\u00e9plicas, o que permite ao v\u00edrus adaptar-se e evoluir face ao original que provocou a pandemia. Pelo menos, desde de setembro de 2020 h\u00e1 cinco variantes a preocupar os especialistas da OMS devido ao potencial de serem mais resistentes ou de causarem uma forma mais grave de Covid-19. Mas afinal o que s\u00e3o as variantes do v\u00edrus da Covid -19? Os v\u00edrus, de uma forma geral, come\u00e7am por infetar um hospedeiro e a partir dele replicam-se, ou seja, produzem c\u00f3pias de si mesmos. A maioria dos v\u00edrus s\u00e3o constitu\u00eddos de RNA , um material gen\u00e9tico, por exemplo, mais inst\u00e1vel do que o DNA. Essa caracter\u00edstica faz com que haja maior possibilidade de sofrer altera\u00e7\u00f5es ao longo do tempo, modificando ligeiramente a respetiva sequ\u00eancia gen\u00e9tica. As altera\u00e7\u00f5es na sequ\u00eancia s\u00e3o conhecidas como muta\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas. Os v\u00edrus com muta\u00e7\u00f5es s\u00e3o apelidados estirpes ou variantes . Algumas das muta\u00e7\u00f5es podem n\u00e3o alterar as propriedades do v\u00edrus, outras podem at\u00e9 ser prejudiciais aos pr\u00f3prios v\u00edrus, mas algumas podem acabar por permitir uma \u0022vantagem seletiva\u0022 e at\u00e9 tornar o v\u00edrus mais \u0022amigo\u0022 do hospedeiro e torna-lo benigno. No caso do SARS-CoV-2, o v\u00edrus causador da Covid-19, a OMS classificou como \u201cVariantes de Preocupa\u00e7\u00e3o\u0022 (VdP) as que apresentam potencial de provocar infe\u00e7\u00f5es graves ou de se propagarem com mais facilidade. Estas estirpes ou variantes s\u00e3o mantidas sob forte vigil\u00e2ncia. 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Uso de máscara mantém-se eficaz para traver contágios
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Variantes de Preocupação: Ómicron apresenta 50% a 60% menor risco de doença grave ou morte

De Francisco Marques
Publicado a Últimas notícias
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A mais recente VdP do SARS-CoV-2 já está presente em 150 países e continua a espalhar-se rapidamente. Saiba mais sobre as cinco "variantes de preocupação"

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O perigo de se contrair doença grave ou morrer devido à Covid-19 é 50% a 60% menor em caso de infeção pela variante de preocupação Ómicron, anunciou o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).

A mais recente VdP, na lista da Organização Mundial de Saíde (OMS), tem uma "prevalência estimada de 64%" nos 27 países da União Europeia mais os três (Islândia, Liechtenstein e Noruega) que completam o Espaço Económico Europeu.

"Através de estudos de diversas entidades, descobriu-se que o risco de hospitalização com a Ómicron é menor do que com a VdP Delta. No entanto, imunização por infeção natural, vacinação incluindo reforço e melhores opções de tratamento contribuem para resultados menos severos, tornando difícil perceber o risco inerente de infeção grave pela Ómicron", avisa o ECDC, no mais recente relatório epidemiológico semanal.

Embora tenham usado dados ligeiramente diferentes, análises de aproximação e ajustes para fatores de confusão, a maioria dos estudos encontrou uma redução de risco na ordem dos 50% a 60%
ECDC
Relatório epidemiológico semala

Ainda assim, entre os casos com a VdP Ómicron reportados ao Serviço de monitorização Europeu (TESSy), "cerca de 1,14% necessitaram de ser hospitalizados, 0,16% tiveram de recorrer aos cuidados intensivos e 0,06% morreram".

"Alguns estudos anteriores sugeriram que as atuais vacinas perdem alguma eficácia perante a infeção por Ómicron, mas as vacinas ainda asseguram proteção contra hospitalizações e doença grave", assegura o ECDC.

O centro europeu avisa, contudo, que "dada a vantagem de crescimento exponencial da Ómicron e o alto número de casos, quaisquer benefícios potenciais de menor gravidade observada podem ser superados pelo grande número de resultados graves ao longo do tempo".

Nova linhagem BA 2

Foi detetada em Portugal, entretanto, uma nova linhagem da Ómicron (BA.1), definida pelo código BA.2 e que já tinha sido identificada também noutros países como a Dinamarca ou o Reino Unido, onde a verso original entrou galopante em dezembro.

Esta nova linhagem apresenta um excesso de mutações da proteína S ("spike"), similar à BA.1.

O Instituto Nacional de Saúde (INSA) Doutor Ricardo Jorge solicitou ao laboratório Unilabs uma pesquisa focada nas mutações da BA.2.

"Estes ensaios preliminares revelaram perfis mutacionais compatíveis com a linhagem BA.2, sugerindo que o decréscimo na proporção de amostras positivas SGTF ["S gene target failure"] poderá dever-se, pelo menos parcialmente, a um aumento de circulação desta linhagem em Portugal", lê-se no relatório do INSA, que aguarda pelos dados da evolução e da dispersão desta linhagem pelo país.

O fluxo de infeções

No período de sete dias que terminou no domingo (9 de janeiro), a OMS notou um agravamento da pandemia em 55%, o equivalente a 15 milhões de casos, até então o pior balanço de infeções numa só semana.

Dados oriundos dos Estados Unidos mostravam, no entanto, uma redução no número de casos de uma média diária a sete dias de mais de 40 mil casos a 9 de janeiro para menos de 28 mil a 16 de janeiro na cidade de Nova Iorque. Outros estados do nordeste americano apresentam a mesma tendência.

A maioria das pessoas hospitalizadas por todo o mundo com Covid-19 não estão vacinadas, salientava há uma semana o diretor-geral da OMS, alertando para a urgência de se travar a circulação desta última VdP e assim evitar a evolução para uma outra estirpe, com eventual maior resistência às vacinas, maior capacidade de infeção e maior risco de provocar Covid-19 grave.

Desde que foi identificada na África do Sul, no final de novembro, a mais recente VdP propagou-se rapidamente, já afeta pelo menos 150 países, incluindo os 30 que compõem o Espaço Económico Europeu, onde se integram os 27 da União Europeia mais a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega.

O Reino Unido é o país mais afetado pela Ómicron, com mais de 245 mil casos detetados e 75 mortes registadas, e é um dos vários onde esta VdP é já a dominante, onde se inclui Portugal.

AP Photo/Elaine Thompson
Enfermeira retira máscara N95/FFP2 revelando as marcas dos elásticosAP Photo/Elaine Thompson

"A Ómicron representa uma nova vaga transversal, varrendo a região europeia depois do surto da Delta enfrentada por todos os países até final de 2021. Mais de 50% da população europeia vai ser infetada pela Ómicron nas próximas seis ou oito semanas", previu Hans Kluge, do braço europeua da OMS.

A maioria dos internados em cuidados intensivos em países da União Europeia são pessoas não vacinadas, o que comprova também que as vacinas autorizadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) mantém-se eficazes perante a Ómicron na prevenção da doença grave e morte.

[Quais são os principais sintomas da Ómicron?]

Notou-se também que o período de infeção, dada a menor severidade, se reduziu para entre cinco e sete dias, o que já levou muitos países a rever os períodos de quarentena para os "doentes covid", incluindo Portugal.

Apear de estar a impulsionar com grande frequência novos recordes diários de infeções, a Ómicron não está a ter reflexos num agravamento das hospitalizações, o critério agora mais relevante para se aferir o nível de ameaça da pandemia.

Com muitos dos infetados com esta nova variante a revelarem-se assintomáticos, estes são os principais sintomas gerados pela Ómicron e que devem ser tidos em conta:

  • Tosse seca;

  • Cansaço;

  • Pequena irritação na garganta;

  • Dores de cabeça;

  • Febre ligeira;

Uma pequena parte dos doentes diagnosticados com a Ómicron na África do Sul revelaram febre alta, tosse recorrente e perda de paladar ou olfato. Os sintomas mais graves registam-se sobretudo em pessoas não vacinadas contra a Covid-19.

A descoberta

A variante denominada B.1.1.529 foi descoberta pela investigadora portuguesa Raquel Viana a 19 de novembro, de uma amostra recolhida dez dias antes, e foi reportada à Organização Mundial de Saúde (OMS) a 24 de novembro, a um mês do Natal.

Foi designada, dois dias depois, como “Variante de Preocupação” (VdP) devido sobretudo à rápida propagação verificada e às dezenas mutações encontradas. Integrando esta lista foi rebatizada como Ómicron.

O Grupo de Consultoria Técnica para a Evolução do Vírus SARS-CoV-2 da OMS (TAG-VE, na sigla anglófona), reunindo uma rede de laboratórios de referência da OMS para estudar a Covid-19, tem vindo a pesquisar intensivamente a nova variante, tendo encontrado uma série de mutações, inclusive na proteína S ou “spike” (espícula), a responsável pela infeção das células.

A OMS apela aos diversos países para partilharem os dados dos respetivos "doentes covid" hospitalizados para se acelerar o conhecimento da Ómicron e recomenda aos cidadãos as medidas elementares para conter a infeção:

  • distanciamento social de pelo menos um metro;

  • uso de máscaras homologadas;

  • ventilação regular de espaços fechados;

  • evitar espaços sobrelotados;

  • lavar regularmente as mãos;

  • tossir ou espirrar protegendo-se com o cotovelo ou um lenço;

  • vacinar-se tão rápido quanto possível.

Os dados preliminares sugerem um maior risco de reinfeção, em comparação com as VdP anteriores, mas ainda não há uma conclusão clara desta ameaça. As vacinas continuam a ser consideradas eficazes e os testes PCR detetam a Ómicron.

Não é claro que a nova variante cause mais doença grave do que as anteriores, incluindo a Delta. Os dados preliminares mostram apenas um aumento de hospitalizações, particularmente na África do Sul.

Uma nova variante em estudo

Foi entretanto identificada no Chipre o que se pensa ser uma nova variante do SARS-CoV-2 que combina as duas últimas VdP, a Delta e a Ómicron.

De forma informal, esta suposta nova estirpe foi denominada "Deltacron", e está a ser analisada, prevendo-se que no decorrer da próxima semana possam ser reveladas os primeiros dados sobre esta alegada variante.

"Vamos avaliar se esta estirpe é mais patológica ou contagiosa e se tem força para prevalecer [perante as variantes anteriores]", expicou Leondios Kostrikis, professo de ciências biológicas da Universiadde do Chipre, em entrevista à Sigma TV.

A apelidada "Deltacron" foi detetada em pelo menos 25 casos ativos no Chipre, apresentando "a genética da Ómicron com os genomas da Delta. "Atualmente existem duplas infeções com Ómicron e Delta. Nós descobrimos uma combinação das duas", sublinhou Kostrikis.

As análises preliminares mostraram que a frequência relativa da infeção combinada é mais alta entre os pacientes hospitalizados com Covid-19 do que em doentes covid não hospitalizados. Os dados recolhidos já foram partilhados como sistema GISAID, a base de dados internacional que acompanha a evolução do vírus e o estudo vai prosseguir.

De momento, esta é uma variante que ainda no preocupa a OMS.

Dois anos de SARS-CoV-2

Há cerca de dois anos que convivemos por todo o mundo com o vírus SARS-CoV-2, a causa da Covid-19. Ao longo deste tempo, este último membro da família coronavírus já infetou mais de 306 milhões de pessoas e custou cerca de 5,5 milhões de vidas por todo o planeta, impulsionado por pelo menos cinco VdP.

Em cada organismo infetado são produzidas e propagadas réplicas, o que permite ao vírus adaptar-se e evoluir face ao original que provocou a pandemia.

Pelo menos, desde de setembro de 2020 há cinco variantes a preocupar os especialistas da OMS devido ao potencial de serem mais resistentes ou de causarem uma forma mais grave de Covid-19.

Mas afinal o que são as variantes do vírus da Covid -19?

Os vírus, de uma forma geral, começam por infetar um hospedeiro e a partir dele replicam-se, ou seja, produzem cópias de si mesmos.

Porquê nomes do alfabeto grego?

O TAG-VE, a equipa de especialistas da OMS, tem vindo a estudar a evolução do SARS-CoV-2 e partilhar informações para todo o mundo, mas para facilitar a comunicação com os diversos países decidiram renomear as VdP com nomes que fossem facilmente pronunciáveis por todos sem criar estigmas.

Foi, por isso, decidido recorrer-se ao alfabeto grego para tornar as partilhas de informação mais ágeis: Alpha, Beta, Gamma, Delta e, agora, Ómicron são, para já, os nomes em utilização mundialmente.

A maioria dos vírus são constituídos de RNA, um material genético, por exemplo, mais instável do que o DNA. Essa característica faz com que haja maior possibilidade de sofrer alterações ao longo do tempo, modificando ligeiramente a respetiva sequência genética.

As alterações na sequência são conhecidas como mutações genéticas. Os vírus com mutações são apelidados estirpes ou variantes.

Algumas das mutações podem não alterar as propriedades do vírus, outras podem até ser prejudiciais aos próprios vírus, mas algumas podem acabar por permitir uma "vantagem seletiva" e até tornar o vírus mais "amigo" do hospedeiro e torna-lo benigno.

No caso do SARS-CoV-2, o vírus causador da Covid-19, a OMS classificou como “Variantes de Preocupação" (VdP) as que apresentam potencial de provocar infeções graves ou de se propagarem com mais facilidade. Estas estirpes ou variantes são mantidas sob forte vigilância.

Saiba quais são as atuais “Variantes de Preocupação” do SARs-CoV-2:

A pandemia de SARS-CoV-2

O surto deste coronavírus, denominado SARS-CoV-2 e que provoca a doença Covid-19, terá surgido em dezembro de 2019, num mercado de rua de Wuhan, embora alguns estudos itam que o vírus já estivesse presente há mais tempo naquela cidade chinesa.

O primeiro alerta endereçado à Organização Mundial de Saúde aconteceu a 31 de dezembro referindo o caso de uma pneumonia desconhecida. O primeiro registo na Europa surgiu a 24 de janeiro, em França, quatro dias depois da confirmação do vírus nos Estados Unidos.

Médicos em França sugerem, entretanto, ter assistido o primeiro paciente no país com Covid-19 a 27 de dezembro depois de repetirem em abril as análises de exames a antigos doentes com sintomas suspeitos da nova doença.

De acordo com os registos oficiais, a pandemia entrou em África, pelo Egito, a 15 de fevereiro, e dez dias depois chegou à América do Sul, pelo Brasil. A pandemia bloqueou a maior parte do mundo desde meados de março de 2020.

Dois anos depois e com a pandemia ainda ativa, há mais de 344 milhões de infeções diagnosticadas e quase 5,6 milhões de mortos.

A vacinação contra a Covid-19 começou em dezembro de 2020 e continua a diferentes velocidades por todo o mundo.

Quando já havia diversos países a inocular pessoas com uma dose de reforço das vacinas, surgiu uma nova variante, a Ómicron, de rápida propagação, resistente às vacinas, mas menos severa, embora igualmente perigosa para não vacinados.

Existem atualmente 5 variantes de preocupação (VdP) para a OMS: Alpha, Beta, Gamma, Delta e Ómicron.

Outras fontes • OMS, ECDC

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