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Três polícias detidos numa operação contra milícia no Rio de Janeiro

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De euronews com Lusa
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A operação, que deteve um total de 15 pessoas, foi levada a cabo pela Polícia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro, visando cumprir 24 mandados de prisão e 35 mandados de busca e apreensão

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Pelo menos 15 pessoas, incluindo três polícias militares, foram hoje presos numa operação contra uma milícia que havia imposto o seu próprio regime num bairro do Rio de Janeiro, informaram fontes oficiais.

A operação foi levada a cabo pela Polícia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro, visando cumprir 24 mandados de prisão e 35 mandados de busca e apreensão.

Os agentes ainda procuram outros nove suspeitos de integrar o grupo criminoso acusado de homicídio, extorsão e venda ilegal de serviços e bens na região de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Entre os investigados está um quarto polícia militar acusado de corrupção e declarado fugitivo da Justiça, segundo a Polícia Civil.

De acordo com o Ministério Público, a milícia havia constituído um regime paralelo na comunidade e monopolizava, através de violência e extorsão, a prestação de serviços, como transporte de ageiros, venda de botijas de gás e fornecimento de sinal de televisão e Internet.

A organização também cobrava aos moradores e comerciantes uma "taxa de segurança", praticava usura e construía imóveis irregulares em áreas de proteção ambiental, ainda segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro.

A investigação começou a partir de uma perícia ao telefone de Sergio Luiz de Oliveira, conhecido como "Serginho", assassinado em março de 2019 e que era apontado como chefe da milícia que controlava a área.

Com base nessas investigações, as autoridades brasileiras descobriram que os atuais líderes do grupo são os irmãos de "Serginho": Sidney William e Silvanio.

Foi ainda descoberto que uma parte dos lucros obtidos com as atividades ilícitas foi transferida para a liderança da milícia que domina toda a região do Rio de Janeiro.

As autoridades locais estimam que as milícias controlem cerca de um quarto do território do estado do Rio de Janeiro.

Com início na década de 1990, as milícias eram compostas, principalmente, por ex-polícias, bombeiros e militares que queriam combater a ilegalidade nos seus bairros.

Durante anos, chegaram a ser elogiadas por políticos, incluindo o agora Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, um ex-capitão do exército que, como deputado, pediu a legalização das milícias em 2008.

No entanto, os seus métodos brutais e áreas de controlo expandiram-se até aos dias de hoje e, segundo especialistas em segurança, estes grupos criminosos estão envolvidos em extorsão, negócios ilícitos e até homicídios.

Atualmente, alguns especialistas em crime argumentam que as milícias são a maior ameaça à segurança do Rio de Janeiro e que os seus métodos estão a ser copiados noutras cidades brasileiras.

As autoridades acreditam que membros dessas organizações criminosas estão por trás do assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018, depois da ativista participar num ato político.

Até ao momento, dois ex-polícias, Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, estão na prisão acusados de serem os autores materiais do crime que causou uma grande comoção mundial.

No entanto, o autor moral ainda é desconhecido, sendo que as autoridades suspeitam que o assassinato de Marielle tenha sido encomendado.

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