{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2020/03/07/paquistanesas-pedalam-por-igualdade" }, "headline": "Paquistanesas pedalam por igualdade", "description": "No Paquist\u00e3o, o o \u00e0 educa\u00e7\u00e3o \u00e9 negado a uma grande parte das raparigas. Contra o preconceito local, um grupo de jovens come\u00e7ou a andar de bicicleta e a formar-se em \u00e1reas t\u00e9cnicas.", "articleBody": "Em Lyari, no Paquist\u00e3o, nem sempre as mudan\u00e7as s\u00e3o bem-vindas. Naquele que \u00e9 um dos bairros mais pobres da cidade de Karachi, dominado por bandos de droga, um grupo de raparigas decidiu come\u00e7ar a pedalar rumo a um futuro mais inclusivo para as mulheres. Shams Un Nissa tem 15 anos e decidiu, com outras jovens, ser ciclista. Mas o in\u00edcio n\u00e3o foi f\u00e1cil. \u0022Quando come\u00e7\u00e1mos a aprender a andar de bicicleta, tivemos muitos problemas, ouvimos coment\u00e1rios feios, at\u00e9 nos chegaram a atirar pedras, mas gradualmente torn\u00e1mo-nos mais confiantes e seguimos em frente, Agora j\u00e1 nos veem como ciclistas e tornou-se normal\u0022, conta. De acordo com o relat\u00f3rio de 2018 da Humans Rights Watch, numa popula\u00e7\u00e3o que ascende os 200 milh\u00f5es de pessoas, estima-se que 80 milh\u00f5es esteja em idade escolar. No entanto, mais de um quarto dessas crian\u00e7as, sobretudo as raparigas, n\u00e3o vai \u00e0 escola. Uma realidade que, aos poucos, vai sendo desafiada. o \u00e0 educa\u00e7\u00e3o A Organiza\u00e7\u00e3o N\u00e3o-Governamental (ONG) Lyari Girls Caf\u00e9 criou v\u00e1rios cursos dirigidos ao universo feminino local, al\u00e9m do ciclismo, d\u00e1 forma\u00e7\u00e3o noutras \u00e1reas, como est\u00e9tica, ou costura. Daqui, conta a organizadora, j\u00e1 sa\u00edram mais de duas mil alunas formadas e v\u00e1rias hist\u00f3rias de sucesso, de mulheres que est\u00e3o a aplicar os conhecimentos no mercado de trabalho. Shahzia Khan est\u00e1 \u00e0 frente da ONG e revela que entre as duas mil alunas, formadas em \u00e1reas como costura, ou est\u00e9tica, h\u00e1 j\u00e1 casos de aplica\u00e7\u00e3o dos conhecimentos ao mercado de trabalho. \u0022Temos v\u00e1rias hist\u00f3rias de sucesso, como, por exemplo, as das alunas que aprenderam a aplicar hena e est\u00e3o a trabalhar em casa\u0022, afirma. No entanto, as altera\u00e7\u00f5es ao papel da mulher na sociedade continuam a n\u00e3o ser bem vistas por muitos e muitas, que n\u00e3o conseguem perceber a necessidade de mudan\u00e7a. Meharun Nissa Ahmed conta com v\u00e1rias d\u00e9cadas de vida e \u00e9 uma das habitantes de Lyari que tem s\u00e9rias d\u00favidas sobre a revolu\u00e7\u00e3o lenta que decorre perante os seus olhos, sem capacidade para travar. \u0022N\u00e3o sei o que \u00e9 que elas est\u00e3o a fazer, n\u00e3o podemos interferir. Elas est\u00e3o a fazer coisas que n\u00e3o deviam, mas eu n\u00e3o posso dizer nada\u0022, lamenta. Marcha pelos direitos da Mulher A 8 de mar\u00e7o, a capital Islamabad vai acolher a maior marcha do dia da mulher no pa\u00eds. A manifesta\u00e7\u00e3o esteve quase para n\u00e3o acontecer, depois de uma peti\u00e7\u00e3o ter tentado travar o encontro. Mas o tribunal acabou por dar luz verde ao evento, desde que os organizadores garantam que os participantes respeitem \u0022a dec\u00eancia e os valores morais\u0022. E \u00e9 com modera\u00e7\u00e3o prometida que as mulheres v\u00e3o para a rua, este domingo, protagonizar um golpe nos costumes para derrubar preconceitos. ", "dateCreated": "2020-03-07T10:34:50+01:00", "dateModified": "2020-03-07T16:46:20+01:00", "datePublished": "2020-03-07T16:27:11+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F55%2F27%2F16%2F1440x810_cmsv2_808d9435-cd90-50d8-b678-750ac693e140-4552716.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "No Paquist\u00e3o, o o \u00e0 educa\u00e7\u00e3o \u00e9 negado a uma grande parte das raparigas. Contra o preconceito local, um grupo de jovens come\u00e7ou a andar de bicicleta e a formar-se em \u00e1reas t\u00e9cnicas.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F55%2F27%2F16%2F432x243_cmsv2_808d9435-cd90-50d8-b678-750ac693e140-4552716.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Paquistanesas pedalam por igualdade

Paquistanesas pedalam por igualdade
Direitos de autor Euronews
Direitos de autor Euronews
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

No Paquistão, o o à educação é negado a uma grande parte das raparigas. Contra o preconceito local, um grupo de jovens começou a andar de bicicleta e a formar-se em áreas técnicas.

PUBLICIDADE

Em Lyari, no Paquistão, nem sempre as mudanças são bem-vindas. Naquele que é um dos bairros mais pobres da cidade de Karachi, dominado por bandos de droga, um grupo de raparigas decidiu começar a pedalar rumo a um futuro mais inclusivo para as mulheres.

Shams Un Nissa tem 15 anos e decidiu, com outras jovens, ser ciclista. Mas o início não foi fácil.

"Quando começámos a aprender a andar de bicicleta, tivemos muitos problemas, ouvimos comentários feios, até nos chegaram a atirar pedras, mas gradualmente tornámo-nos mais confiantes e seguimos em frente, Agora já nos veem como ciclistas e tornou-se normal", conta.

De acordo com o relatório de 2018 da Humans Rights Watch, numa população que ascende os 200 milhões de pessoas, estima-se que 80 milhões esteja em idade escolar. No entanto, mais de um quarto dessas crianças, sobretudo as raparigas, não vai à escola. Uma realidade que, aos poucos, vai sendo desafiada.

o à educação

A Organização Não-Governamental (ONG) Lyari Girls Café criou vários cursos dirigidos ao universo feminino local, além do ciclismo, dá formação noutras áreas, como estética, ou costura. Daqui, conta a organizadora, já saíram mais de duas mil alunas formadas e várias histórias de sucesso, de mulheres que estão a aplicar os conhecimentos no mercado de trabalho.

Shahzia Khan está à frente da ONG e revela que entre as duas mil alunas, formadas em áreas como costura, ou estética, há já casos de aplicação dos conhecimentos ao mercado de trabalho. "Temos várias histórias de sucesso, como, por exemplo, as das alunas que aprenderam a aplicar hena e estão a trabalhar em casa", afirma.

No entanto, as alterações ao papel da mulher na sociedade continuam a não ser bem vistas por muitos e muitas, que não conseguem perceber a necessidade de mudança.

Meharun Nissa Ahmed conta com várias décadas de vida e é uma das habitantes de Lyari que tem sérias dúvidas sobre a revolução lenta que decorre perante os seus olhos, sem capacidade para travar.

"Não sei o que é que elas estão a fazer, não podemos interferir. Elas estão a fazer coisas que não deviam, mas eu não posso dizer nada", lamenta.

Marcha pelos direitos da Mulher

A 8 de março, a capital Islamabad vai acolher a maior marcha do dia da mulher no país. A manifestação esteve quase para não acontecer, depois de uma petição ter tentado travar o encontro. Mas o tribunal acabou por dar luz verde ao evento, desde que os organizadores garantam que os participantes respeitem "a decência e os valores morais".

E é com moderação prometida que as mulheres vão para a rua, este domingo, protagonizar um golpe nos costumes para derrubar preconceitos.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Sarah Thomas vai ser a primeira mulher a arbitrar na Super Bowl

Igualdade de género no trabalho só daqui a um s´eculo

Asia Bibi foi libertada mas continua no Paquistão