{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2017/04/10/o-futebol-e-um-jogo-para-meninas" }, "headline": "O futebol \u00e9 um jogo para meninas", "description": "Equipa feminina vence campeonato masculino na Catalunha.", "articleBody": "As jogadoras do Lleida AEM \u201cestabeleceram um novo ponto de refer\u00eancia para muitas raparigas que sonham jogar futebol\u201d, afirma o t\u00e9cnico Dani Rodrigo. *\u201cAinda n\u00e3o t\u00eam consci\u00eancia do feito que alcan\u00e7aram, de todas as barreiras, tabus e estere\u00f3tipos que quebraram\u201d*: Dani Rodrigo, treinador do Lleida AEM recorda cada uma das palavras que disse \u00e0s jogadoras, todas entre os 12 e os 14 anos, depois de garantirem a conquista do campeonato juvenil da Catalunha face a equipas onde reinam os rapazes. O feito ganha contornos ainda mais gloriosos se considerarmos que esta equipa feminina assegurou o t\u00edtulo a quatro jornadas do fim do campeonato e depois de ter perdido apenas um dos 23 jogos disputados at\u00e9 ent\u00e3o. Curiosamente, a \u00fanica derrota das raparigas aconteceu pouco antes do Natal e foi face ao lanterna vermelha da competi\u00e7\u00e3o: *\u201cEra suposto ser aquele encontro que, tipicamente, vencemos sem dificuldades, mas acabamos por perder. Serviu para assentarmos os p\u00e9s na terra\u201d, afirma o t\u00e9cnico. Quatro meses depois, com o trof\u00e9u j\u00e1 assegurado, Dani Rodrigo n\u00e3o se cansa de dizer \u00e0s jogadoras que *\u201cestabeleceram um novo ponto de refer\u00eancia para muitas raparigas que sonham jogar futebol\u201d.* Mas, o sucesso n\u00e3o chegou de um dia para o outro. *\u201cO desafio de criar uma equipa feminina num campeonato masculino nasceu h\u00e1 tr\u00eas anos. Procur\u00e1vamos um campeonato mais competitivo para que as raparigas pudessem evoluir, ultraarem-se. Foi muito dif\u00edcil convencer os pais e muita gente achou que t\u00ednhamos perdido a cabe\u00e7a. Agora, \u00e9 claro para todos que foi a decis\u00e3o certa\u201d*, afirma Jos\u00e9 Maria Salmer\u00f3n, o coordenador geral do Lleida. Na primeira temporada, a equipa sofreu derrota atr\u00e1s de derrota. No ano seguinte, chegaram ao p\u00f3dio: terminaram o campeonato na terceira posi\u00e7\u00e3o. Esta \u00e9poca, j\u00e1 com o campeonato na m\u00e3o, o clube prefere olhar para o futuro: *\u201cTemos recebido chamadas de todo o mundo: da Europa, dos Estados Unidos\u2026 at\u00e9 j\u00e1 fomos convidados para disputar um torneio no Equador. Estamos estarrecidos, nunca imaginamos nada que se assemelhasse a isto\u201d*, refere Salmer\u00f3n. Outra curiosidade \u00e9 que, h\u00e1 um ano, a equipa feminina do Rayo Vallecano alcan\u00e7ou um feito semelhante, que ou praticamente despercebido na imprensa. Talvez as recentes cenas de viol\u00eancia envolvendo progenitores de jovens jogadores, que motivaram grandes debates, tenham chamado \u00e0 aten\u00e7\u00e3o para os escal\u00f5es de forma\u00e7\u00e3o no futebol. De facto, a equipa feminina do Lleida conhece bem os insultos que por vezes chegam das bancadas: *\u201cAlguns pais vociferam coment\u00e1rios impr\u00f3prios. \u00c0s vezes afeta-nos, mas tentamos ignorar essas palavras que s\u00f3 tentam distrair-nos\u201d*, explica Lorena Caballero, uma das jogadoras da equipa. *\u201cO mais triste \u00e9 que, em alguns casos \u00e9 a m\u00e3e quem faz coment\u00e1rios a que nos habituamos, infelizmente, a ouvir da parte de homens. Tentamos que seja normal as raparigas jogarem futebol com os homens e \u00e9 a m\u00e3e que se op\u00f5e\u201d*, acrescenta Jos\u00e9 Maria Salmer\u00f3n. \u00c9 por esta raz\u00e3o que na t-shirt que a equipa envergou para celebrar a conquista do campeonato est\u00e1 escrito que \u201cbonecas Barbie tamb\u00e9m sabem jogar\u201d. Foi bofetada de luva branca que a equipa deu a todos os que, durante a \u00e9poca, lan\u00e7aram insultos das bancadas. Lorena prefere recordar o *\u201cgozo que \u00e9 ganhar aos rapazes. Eles s\u00e3o mais r\u00e1pidos, mas n\u00f3s somos melhores tecnicamente\u201d*. iradora de Carlos Puyol, o antigo capit\u00e3o do Barcelona, Lorena sonha tornar-se jogadora profissional no clube da Catalunha. Um objetivo que o treinador Dani Rodrigo sabe, n\u00e3o est\u00e1 ao alcance da maioria: *\u201cHoje em dia, praticamente n\u00e3o existem jogadoras em Espanha que possam dedicar inteiramente o seu tempo ao futebol profissional. As nossas melhores jogadoras s\u00e3o obrigadas a deixar o pa\u00eds para jogarem em Inglaterra, nos Estados Unidos ou em Fran\u00e7a. Espero que num futuro pr\u00f3ximo, elas possam viver do futebol na liga espanhola. Afinal, independentemente do sexo, t\u00eam uma paix\u00e3o pelo futebol\u201d*. Fotos de Xavier Bar\u00f3", "dateCreated": "2017-04-10T08:13:14+02:00", "dateModified": "2017-04-10T08:13:14+02:00", "datePublished": "2017-04-10T08:13:14+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F362758%2F1440x810_362758.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Equipa feminina vence campeonato masculino na Catalunha.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F362758%2F432x243_362758.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

O futebol é um jogo para meninas

O futebol é um jogo para meninas
Direitos de autor 
De Euronews com euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Equipa feminina vence campeonato masculino na Catalunha.

PUBLICIDADE

As jogadoras do Lleida AEM “estabeleceram um novo ponto de referência para muitas raparigas que sonham jogar futebol”, afirma o técnico Dani Rodrigo.

*“Ainda não têm consciência do feito que alcançaram, de todas as barreiras, tabus e estereótipos que quebraram”*: Dani Rodrigo, treinador do Lleida AEM recorda cada uma das palavras que disse às jogadoras, todas entre os 12 e os 14 anos, depois de garantirem a conquista do campeonato juvenil da Catalunha face a equipas onde reinam os rapazes.

O feito ganha contornos ainda mais gloriosos se considerarmos que esta equipa feminina assegurou o título a quatro jornadas do fim do campeonato e depois de ter perdido apenas um dos 23 jogos disputados até então.

Curiosamente, a única derrota das raparigas aconteceu pouco antes do Natal e foi face ao lanterna vermelha da competição:

*“Era suposto ser aquele encontro que, tipicamente, vencemos sem dificuldades, mas acabamos por perder. Serviu para assentarmos os pés na terra”, afirma o técnico.

Quatro meses depois, com o troféu já assegurado, Dani Rodrigo não se cansa de dizer às jogadoras que *“estabeleceram um novo ponto de referência para muitas raparigas que sonham jogar futebol”.*

Mas, o sucesso não chegou de um dia para o outro.

*“O desafio de criar uma equipa feminina num campeonato masculino nasceu há três anos. Procurávamos um campeonato mais competitivo para que as raparigas pudessem evoluir, ultraarem-se. Foi muito difícil convencer os pais e muita gente achou que tínhamos perdido a cabeça. Agora, é claro para todos que foi a decisão certa”*, afirma José Maria Salmerón, o coordenador geral do Lleida.

Na primeira temporada, a equipa sofreu derrota atrás de derrota. No ano seguinte, chegaram ao pódio: terminaram o campeonato na terceira posição. Esta época, já com o campeonato na mão, o clube prefere olhar para o futuro:

*“Temos recebido chamadas de todo o mundo: da Europa, dos Estados Unidos… até já fomos convidados para disputar um torneio no Equador. Estamos estarrecidos, nunca imaginamos nada que se assemelhasse a isto”*, refere Salmerón.

Outra curiosidade é que, há um ano, a equipa feminina do Rayo Vallecano alcançou um feito semelhante, que ou praticamente despercebido na imprensa. Talvez as recentes cenas de violência envolvendo progenitores de jovens jogadores, que motivaram grandes debates, tenham chamado à atenção para os escalões de formação no futebol. De facto, a equipa feminina do Lleida conhece bem os insultos que por vezes chegam das bancadas: *“Alguns pais vociferam comentários impróprios. Às vezes afeta-nos, mas tentamos ignorar essas palavras que só tentam distrair-nos”*, explica Lorena Caballero, uma das jogadoras da equipa.

*“O mais triste é que, em alguns casos é a mãe quem faz comentários a que nos habituamos, infelizmente, a ouvir da parte de homens. Tentamos que seja normal as raparigas jogarem futebol com os homens e é a mãe que se opõe”*, acrescenta José Maria Salmerón.

É por esta razão que na t-shirt que a equipa envergou para celebrar a conquista do campeonato está escrito que “bonecas Barbie também sabem jogar”. Foi bofetada de luva branca que a equipa deu a todos os que, durante a época, lançaram insultos das bancadas.

Lorena prefere recordar o *“gozo que é ganhar aos rapazes. Eles são mais rápidos, mas nós somos melhores tecnicamente”*. iradora de Carlos Puyol, o antigo capitão do Barcelona, Lorena sonha tornar-se jogadora profissional no clube da Catalunha. Um objetivo que o treinador Dani Rodrigo sabe, não está ao alcance da maioria:

*“Hoje em dia, praticamente não existem jogadoras em Espanha que possam dedicar inteiramente o seu tempo ao futebol profissional. As nossas melhores jogadoras são obrigadas a deixar o país para jogarem em Inglaterra, nos Estados Unidos ou em França. Espero que num futuro próximo, elas possam viver do futebol na liga espanhola. Afinal, independentemente do sexo, têm uma paixão pelo futebol”*.

Fotos de Xavier Baró

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Governo espanhol anuncia plano de 530 milhões para evitar tragédias como a DANA

Antigo assessor do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych morto a tiro em Madrid

Como é que Espanha espera regularizar 900 mil imigrantes em 3 anos com as novas regras?