{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2015/09/08/hungria-schengen-e-a-dureza-do-governo-orban-para-com-os-refugiados-explicaces" }, "headline": "Hungria, Schengen e a dureza do governo Orb\u00e1n para com os refugiados: Explica\u00e7\u00f5es", "description": "O primeiro-ministro h\u00fangaro justifica a dureza das \u00faltimas medidas com as regras do acordo de Schengen.", "articleBody": "\u00c9 um \u00eaxodo que ningu\u00e9m consegue parar. Todos os dias, centenas de refugiados am a fronteira que separa a S\u00e9rvia da Hungria. Muitos am pelo caminho-de-ferro, a \u00fanica parte que n\u00e3o tem arame farpado, para que os comboios possam circular. Esta \u00e9 a fronteira exterior da Uni\u00e3o Europeia pela qual Budapeste \u00e9 respons\u00e1vel. Por isso, o parlamento h\u00fangaro aprovou em julho a constru\u00e7\u00e3o de uma barreira de 3,5 metros de altura e 150 quil\u00f3metros de comprimento, ao longo da fronteira. Desde o in\u00edcio do ano, as autoridades h\u00fangaras j\u00e1 intercetaram mais de 165.000 refugiados que tinham ado a fronteira clandestinamente. Foram levados para o centro de registo de Roszke, onde podem ficar dias \u00e0 espera: \u201cEstamos \u00e0 espera de dar o nome, para depois nos porem nos autocarros que nos levam gratuitamente para Budapeste\u201d, conta Muhammad, refugiado s\u00edrio. Muitos dizem que n\u00e3o viram um \u00fanico pol\u00edcia ao longo das estradas dos Balc\u00e3s, incluindo na Gr\u00e9cia, que faz parte da zona Schengen. O acordo de Schengen \u00e9 o pretexto para a dureza das leis recentemente impostas pelo primeiro-ministro h\u00fangaro Viktor Orb\u00e1n: \u201cUma vez que somos signat\u00e1rios do acordo de Schengen, insistimos em respeit\u00e1-lo. O problema \u00e9 que, neste momento, somos incapazes. O Estado h\u00fangaro deve estar numa posi\u00e7\u00e3o em que, se dissermos que a partir de amanh\u00e3 de manh\u00e3 as fronteiras s\u00f3 podem ser cruzadas em certos pontos e de acordo com as regras, isso possa ser cumprido\u201d, disse num discurso esta segunda-feira. Na \u00faltima sexta-feira, o parlamento h\u00fangaro votou uma s\u00e9rie de leis contra a imigra\u00e7\u00e3o ilegal, que prev\u00ea penas que podem ir at\u00e9 aos tr\u00eas anos de pris\u00e3o. As autoridades h\u00fangaras come\u00e7aram a distribuir folhetos onde alertam aqueles que pretendem cruzar a fronteira ilegalmente para os riscos que correm. #Denmark & #Hungary sending clear messages to refugees/ migrants: Stay away from our countries. pic.twitter.com/K7SyYFFKQJ\u2014 Jenan Moussa (@jenanmoussa) September 7, 2015 Mas, para os refugiados, o mais urgente \u00e9 conseguirem atravessar a Hungria sem serem identificados, para chegarem \u00e0 \u00c1ustria e \u00e0 Alemanha. O maior medo \u00e9 o de serem recambiados para a Hungria, o que pode acontecer, segundo as regras de Schengen, j\u00e1 que este foi o pa\u00eds de entrada na Uni\u00e3o Europeia. Entrevista Dolores Katanich, euronews: Connosco temos o porta-voz internacional do governo da Hungria, Zolt\u00e1n Kov\u00e1cs. O governo come\u00e7ou esta campanha de informa\u00e7\u00e3o no estrangeiro para que os imigrantes n\u00e3o tentem entrar ilegalmente no pa\u00eds. Que resultados esperam? Zolt\u00e1n Kov\u00e1cs: O objetivo deste esfor\u00e7o \u00e9 parar a imigra\u00e7\u00e3o ilegal para a Hungria e fazer com que tudo se e dentro de um quadro legal. \u00c9 tamb\u00e9m fazer com que aqueles que se dirigem para a Hungria saibam que h\u00e1 novas regras no que toca \u00e0 imigra\u00e7\u00e3o ilegal. Queremos que eles saibam que n\u00e3o se podem deixar cair no abuso dos adores e n\u00e3o devem acreditar naqueles que dizem que atravessar a Hungria \u00e9 uma forma legal e f\u00e1cil de chegar \u00e0 Alemanha. Temos de nos preparar, refor\u00e7ando a barreira na fronteira a sul, refor\u00e7ando a pol\u00edcia e endurecendo as penas. Para isso, foi preciso mudar a lei. Um bom resultado seria o n\u00famero de imigrantes que chega \u00e0 fronteira da Hungria para entrar ilegalmente no pa\u00eds decrescer. \u00c9 dif\u00edcil dar-lhe um n\u00famero exato. Tamb\u00e9m n\u00e3o vemos, para j\u00e1, qual a alternativa que estas pessoas v\u00e3o poder usar quando a fronteira h\u00fangara estiver completamente monitorizada e a barreira pronta. Tanto a Hungria como os pa\u00edses vizinhos t\u00eam de preparar respostas a essas quest\u00f5es. Dolores Katanich, euronews: A falta de prepara\u00e7\u00e3o foi a raz\u00e3o apontada para as situa\u00e7\u00f5es extremas a que assistimos. Qual a raz\u00e3o para este caos e quais os planos para evitar algo semelhante no futuro? Zolt\u00e1n Kov\u00e1cs: O pa\u00eds est\u00e1 preparado para lidar com estas pessoas e proporcionar os servi\u00e7os a que a lei internacional obriga. O problema \u00e9 estas pessoas colaborarem cada vez menos com as autoridades. Aqueles que v\u00eam ilegalmente para a Hungria n\u00e3o podem decidir, por eles pr\u00f3prios, deixar o pa\u00eds no dia seguinte. \u00c9 imposs\u00edvel, segundo as atuais leis da Uni\u00e3o Europeia. Dolores Katanich, euronews: Qual vai ser o pr\u00f3ximo o para a Hungria resolver o problema? V\u00e3o aceitar os refugiados que entram de forma legal? Zolt\u00e1n Kov\u00e1cs: Quem chega \u00e0s nossas fronteiras de forma legal e pede asilo \u00e0 Hungria ou outro pa\u00eds da Uni\u00e3o Europeia tem a garantia de que vamos analisar cada caso de acordo com as leis internacionais. A Hungria vai respeitar as leis internacionais e da Uni\u00e3o Europeia. Dolores Katanich, euronews: Como podem filtrar os eventuais elementos radicais? Zolt\u00e1n Kov\u00e1cs: At\u00e9 agora, s\u00f3 este ano, entraram na Hungria mais de 170 mil pessoas, de forma ilegal, sem qualquer controlo e muitas vezes sem qualquer documento de identifica\u00e7\u00e3o, pelo que n\u00e3o podemos identific\u00e1-las. Isso, obviamente, \u00e9 um risco para a seguran\u00e7a. Quando pedem asilo, h\u00e1 uma investiga\u00e7\u00e3o que \u00e9 feita \u00e0 pessoa, para se perceber se pode ou n\u00e3o ter direito a esse asilo. Isso \u00e9 algo muito importante e \u00e9 consistente com as regras da Frontex e de outras autoridades encarregues de defender as fronteiras, tal como as ag\u00eancias de seguran\u00e7a nacionais que cooperam. Devemos olhar com muita aten\u00e7\u00e3o para este grande n\u00famero de pessoas, por isso as ag\u00eancias nacionais devem cooperar ainda mais. Estes n\u00fameros e este n\u00edvel de risco nunca foram vistos antes.", "dateCreated": "2015-09-08T19:29:53+02:00", "dateModified": "2015-09-08T19:29:53+02:00", "datePublished": "2015-09-08T19:29:53+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F313128%2F1440x810_313128.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "O primeiro-ministro h\u00fangaro justifica a dureza das \u00faltimas medidas com as regras do acordo de Schengen.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F313128%2F432x243_313128.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Figueira", "givenName": "Ricardo", "name": "Ricardo Figueira", "url": "/perfis/258", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@rfigueira", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Hungria, Schengen e a dureza do governo Orbán para com os refugiados: Explicações

Hungria, Schengen e a dureza do governo Orbán para com os refugiados: Explicações
Direitos de autor 
De Ricardo Figueira com Dolores Katanich, Beatriz Beiras
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O primeiro-ministro húngaro justifica a dureza das últimas medidas com as regras do acordo de Schengen.

PUBLICIDADE

É um êxodo que ninguém consegue parar. Todos os dias, centenas de refugiados am a fronteira que separa a Sérvia da Hungria. Muitos am pelo caminho-de-ferro, a única parte que não tem arame farpado, para que os comboios possam circular.

Esta é a fronteira exterior da União Europeia pela qual Budapeste é responsável. Por isso, o parlamento húngaro aprovou em julho a construção de uma barreira de 3,5 metros de altura e 150 quilómetros de comprimento, ao longo da fronteira.

Desde o início do ano, as autoridades húngaras já intercetaram mais de 165.000 refugiados que tinham ado a fronteira clandestinamente. Foram levados para o centro de registo de Roszke, onde podem ficar dias à espera: “Estamos à espera de dar o nome, para depois nos porem nos autocarros que nos levam gratuitamente para Budapeste”, conta Muhammad, refugiado sírio.

Muitos dizem que não viram um único polícia ao longo das estradas dos Balcãs, incluindo na Grécia, que faz parte da zona Schengen.

O acordo de Schengen é o pretexto para a dureza das leis recentemente impostas pelo primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán: “Uma vez que somos signatários do acordo de Schengen, insistimos em respeitá-lo. O problema é que, neste momento, somos incapazes. O Estado húngaro deve estar numa posição em que, se dissermos que a partir de amanhã de manhã as fronteiras só podem ser cruzadas em certos pontos e de acordo com as regras, isso possa ser cumprido”, disse num discurso esta segunda-feira.

Na última sexta-feira, o parlamento húngaro votou uma série de leis contra a imigração ilegal, que prevê penas que podem ir até aos três anos de prisão. As autoridades húngaras começaram a distribuir folhetos onde alertam aqueles que pretendem cruzar a fronteira ilegalmente para os riscos que correm.

#Denmark & #Hungary sending clear messages to refugees/ migrants: Stay away from our countries. pic.twitter.com/K7SyYFFKQJ

— Jenan Moussa (@jenanmoussa) September 7, 2015

Mas, para os refugiados, o mais urgente é conseguirem atravessar a Hungria sem serem identificados, para chegarem à Áustria e à Alemanha. O maior medo é o de serem recambiados para a Hungria, o que pode acontecer, segundo as regras de Schengen, já que este foi o país de entrada na União Europeia.

Entrevista

Dolores Katanich, euronews: Connosco temos o porta-voz internacional do governo da Hungria, Zoltán Kovács. O governo começou esta campanha de informação no estrangeiro para que os imigrantes não tentem entrar ilegalmente no país. Que resultados esperam?

Zoltán Kovács: O objetivo deste esforço é parar a imigração ilegal para a Hungria e fazer com que tudo se e dentro de um quadro legal. É também fazer com que aqueles que se dirigem para a Hungria saibam que há novas regras no que toca à imigração ilegal.

Queremos que eles saibam que não se podem deixar cair no abuso dos adores e não devem acreditar naqueles que dizem que atravessar a Hungria é uma forma legal e fácil de chegar à Alemanha. Temos de nos preparar, reforçando a barreira na fronteira a sul, reforçando a polícia e endurecendo as penas. Para isso, foi preciso mudar a lei.

Um bom resultado seria o número de imigrantes que chega à fronteira da Hungria para entrar ilegalmente no país decrescer. É difícil dar-lhe um número exato. Também não vemos, para já, qual a alternativa que estas pessoas vão poder usar quando a fronteira húngara estiver completamente monitorizada e a barreira pronta. Tanto a Hungria como os países vizinhos têm de preparar respostas a essas questões.

Dolores Katanich, euronews: A falta de preparação foi a razão apontada para as situações extremas a que assistimos. Qual a razão para este caos e quais os planos para evitar algo semelhante no futuro?

Zoltán Kovács: O país está preparado para lidar com estas pessoas e proporcionar os serviços a que a lei internacional obriga. O problema é estas pessoas colaborarem cada vez menos com as autoridades.

Aqueles que vêm ilegalmente para a Hungria não podem decidir, por eles próprios, deixar o país no dia seguinte. É impossível, segundo as atuais leis da União Europeia.

Dolores Katanich, euronews: Qual vai ser o próximo o para a Hungria resolver o problema? Vão aceitar os refugiados que entram de forma legal?

Zoltán Kovács: Quem chega às nossas fronteiras de forma legal e pede asilo à Hungria ou outro país da União Europeia tem a garantia de que vamos analisar cada caso de acordo com as leis internacionais. A Hungria vai respeitar as leis internacionais e da União Europeia.

Dolores Katanich, euronews: Como podem filtrar os eventuais elementos radicais?

Zoltán Kovács: Até agora, só este ano, entraram na Hungria mais de 170 mil pessoas, de forma ilegal, sem qualquer controlo e muitas vezes sem qualquer documento de identificação, pelo que não podemos identificá-las. Isso, obviamente, é um risco para a segurança.

Quando pedem asilo, há uma investigação que é feita à pessoa, para se perceber se pode ou não ter direito a esse asilo. Isso é algo muito importante e é consistente com as regras da Frontex e de outras autoridades encarregues de defender as fronteiras, tal como as agências de segurança nacionais que cooperam. Devemos olhar com muita atenção para este grande número de pessoas, por isso as agências nacionais devem cooperar ainda mais. Estes números e este nível de risco nunca foram vistos antes.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Manhã branca em Ancara com neve de abril a cair na capital turca

Tempestades severas causam destruição generalizada em oito estados dos EUA

Russos celebram Epifania com mergulhos no gelo, apesar das temperaturas em alta