Putin anuncia reforço do arsenal nuclear da Rússia já este ano

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A Rússia vai reforçar ainda este ano o respetivo arsenal nuclear. O anúncio partiu do próprio Presidente esta terça-feira, durante uma visita à feira militar de Kubinka, na região de Moscovo.

O líder do Kremlin anunciou que “mais 40 novos mísseis balísticos intercontinentais, capazes de superar os mais sofisticados sistemas de defesa antimíssil, vão ser acrescentados” ao arsenal nuclear russo “este ano.”

Putin plans to add 40 new intercontinental ballistic missiles to Russia's nuclear arsenal: http://t.co/S7Xxui9Cq8pic.twitter.com/XO0VumWwBp

— Reuters Top News (@Reuters) 16 junho 2015

Putin não especificou o modelo dos novos mísseis, mas, de uma forma geral, mísseis balísticos intercontinentais têm um alcance mínimo de 5,5 quilómetros e revelam-se uma perigosa arma de longo alcance. O anúncio de Putin surge cerca de uma semana depois de o Presidente russo ter visitado o Vaticano e ter escutado um apelo à paz do Papa Francisco.

O anúncio do reforço militar acontece também um dia após oficiais russos terem denunciado alegados planos dos Estados Unidos em reforçar, com artilharia pesada, posições nos Estados membros da NATO junto à fronteira com a Rússia.

#NATO provoking Russia into arms race – Russian Dep Defence Min http://t.co/iumqs82vOwpic.twitter.com/pp9WHliYij

— RT (@RT_com) 16 junho 2015

“Se, de facto, equipamento militar norte-americano, incluindo tanques, baterias de artilharia e outros, vierem a aparecer em países do leste da Europa e dos Bálticos, este será o o mais agressivo dado pelo Pentágono desde a Guerra Fria”, acusou, na segunda-feira, Yuri Yakubov, o ministro da Defesa da Rússia, citado pela agência Interfaxe, acrescentando: “A Rússia não terá outra opção de reforçar as suas forças e recursos na sua frente estratégica ocidental.”

Map. Situation in eastern #Ukraine, June 16, 12:00 EET pic.twitter.com/vCcBEPsTUJ

— NSDC of Ukraine (@NSDC_ua) 16 junho 2015

De Washington, surgia, pouco depois uma curta reação, pelo porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, a reforçar a preocupação norte-americana pelo constante fluxo de equipamento militar oriundo da Rússia e a cruzar a fronteira ucraniana. A Rússia, entretanto, face às sanções económicas de que é alvo pelo ocidente desde o ano ado devido ao conflito separatista na Ucrânia e somado à baixa do preço do petróleo, tem apostado no armamento para dinamizar as poucas rotas ainda possíveis de exportações. Vários contratos têm sido assinados, por exemplo, com a China, a India e até com o Irão.

Ao mesmo tempo, e à imagem do “arquirrival” Pentágono, o Kremlin aposta também na modernização do próprio arsenal. Ambos os países têm sido os que mais contribuem para a redução de ogivas nucleares no Mundo (eram 16.350 em janeiro do ano ado e baixaram para 15.850 no mesmo período deste ano), mas, de acordo com o Instituto de Investigação sobre a Paz Internacional de Estocolmo (SIPRI), são também os mais empenhados em “importantes e dispendiosos programas de modernização dos seus sistemas de disparo, ogivas nucleares e respetiva produção.”

In Jan 2015, 9 countries possessed ~15,850 nuclear weapons, down from ~16,350 in 2014. World nuclear forces (table): pic.twitter.com/CTIpwtgeK5

— SIPRI (@SIPRIorg) 15 junho 2015

Rússia e Estados Unidos possuem respetivamente 7500 e 7260 ogivas nucleares, ou seja, 90 por cento deste tipo de arsenal existente no Mundo. Vladimir Putin garantiu que a Rússia não vai entrar em nenhuma nova corrida ao armamento, mas itiu os planos de modernizar as forças armadas e o desejo de que, em 2020, 70 por cento do equipamento militar russo seja do mais sofisticado e do melhor no planeta. Enquanto isso, a tensão aumenta na fronteira russa com os Estados membros da NATO e também, em especial, na raia com a Ucrânia.

SIPRI in the media: "A New Arms Race in Eastern and Northern Europe". Read more: http://t.co/hZYq7zX7SP

— SIPRI (@SIPRIorg) 5 junho 2015