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Konstantinos Filis: Quando os europeus pedem \u00e0 Gr\u00e9cia que imponha limites nas suas rela\u00e7\u00f5es com a R\u00fassia eles est\u00e3o a fingir que, eles pr\u00f3prios, os grandes Estados europeus, n\u00e3o desenvolvem rela\u00e7\u00f5es com Moscovo com base nos interesses nacionais. Por outro lado, a Gr\u00e9cia n\u00e3o deve fortalecer as suas liga\u00e7\u00f5es com a R\u00fassia quando decorrem negocia\u00e7\u00f5es com os seus credores, por duas raz\u00f5es: por um lado o pa\u00eds envia um sinal errado aos parceiros europeus: de que a pol\u00edtica grega, no que diz respeito \u00e0 Uni\u00e3o Europeia, tem um car\u00e1ter oportunista, ou seja, se n\u00e3o satisfizerem os nossos pedidos podemos virar-nos para outro lado. Por outro, como a R\u00fassia n\u00e3o pode ser considerada uma alternativa s\u00e9ria para a Gr\u00e9cia, mas apenas como um complemento, h\u00e1 sempre o perigo de enviar um sinal errado, tamb\u00e9m a pa\u00edses terceiros, como a China. Euronews: Martin Schulz alertou o governo grego para n\u00e3o p\u00f4r em risco a posi\u00e7\u00e3o comum da Uni\u00e3o Europeia, no que diz respeito \u00e0s san\u00e7\u00f5es \u00e0 R\u00fassia. No entanto Alexis Tsipras, falando \u00e0 ag\u00eancia russa, fez declara\u00e7\u00f5es que v\u00e3o numa dire\u00e7\u00e3o, completamente, diferente. Isso n\u00e3o \u00e9 perigoso? Konstantinos Filis: Penso que Atenas n\u00e3o vai optar por se distanciar da posi\u00e7\u00e3o comum da Uni\u00e3o Europeia, isso pode levar ao seu isolamento. Vai tentar formar um bloco comum, com Estados-Membros da UE, que partilhem as mesmas posi\u00e7\u00f5es e tenham prioridades semelhantes, como It\u00e1lia, \u00c1ustria, Eslov\u00e1quia, Chipre, Hungria, mesmo tendo a Hungria uma lideran\u00e7a muito particular, e a Gr\u00e9cia deve ter cuidado para n\u00e3o seguir o mesmo caminho. Portanto, a R\u00fassia pode ser \u00fatil mas temos de tomar uma posi\u00e7\u00e3o europeia \u00fanica. 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Grécia entre União Europeia e Rússia

Grécia entre União Europeia e Rússia
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Bruxelas olha para Moscovo e, principalmente, para a primeira reunião entre o Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e o Presidente russo Vladimir

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Bruxelas olha para Moscovo e, principalmente, para a primeira reunião entre o Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e o Presidente russo Vladimir Putin.

O lado grego quer melhorar as relações entre os dois países, tentando conseguir algum proveito financeiro, enquanto a União Europeia chama a atenção para as consequências.

Numa altura em que tanto a Grécia como a Rússia têm grandes problemas com a União Europeia, os dois países decidiram reforçar as suas relações. Putin ganhou um aliado dentro da UE, algo que não caiu bem no seio da família europeia, até porque o chefe do executivo grego fez questão de frisar que é contra a política de sanções.

A Grécia está, por sua própria iniciativa, no meio da guerra entre União Europeia e Rússia. As suas escolhas podem demonstrar-se perigosas numa altura em que o país continua numa grave crise financeira.

Pode a Grécia abrir uma “janela de oportunidade” fora da União Europeia se se isolar neste momento crítico para a sua sobrevivência?

As respostas, já a seguir, com Konstantinos Filis que explica as intenções do governo grego, os riscos e possíveis consequências.

Euronews:

O que é que a Grécia procura com a visita à Rússia?

Konstantinos Filis:

Quando os europeus pedem à Grécia que imponha limites nas suas relações com a Rússia eles estão a fingir que, eles próprios, os grandes Estados europeus, não desenvolvem relações com Moscovo com base nos interesses nacionais. Por outro lado, a Grécia não deve fortalecer as suas ligações com a Rússia quando decorrem negociações com os seus credores, por duas razões: por um lado o país envia um sinal errado aos parceiros europeus: de que a política grega, no que diz respeito à União Europeia, tem um caráter oportunista, ou seja, se não satisfizerem os nossos pedidos podemos virar-nos para outro lado. Por outro, como a Rússia não pode ser considerada uma alternativa séria para a Grécia, mas apenas como um complemento, há sempre o perigo de enviar um sinal errado, também a países terceiros, como a China.

Euronews:

Martin Schulz alertou o governo grego para não pôr em risco a posição comum da União Europeia, no que diz respeito às sanções à Rússia. No entanto Alexis Tsipras, falando à agência russa, fez declarações que vão numa direção, completamente, diferente. Isso não é perigoso?

Konstantinos Filis:

Penso que Atenas não vai optar por se distanciar da posição comum da União Europeia, isso pode levar ao seu isolamento. Vai tentar formar um bloco comum, com Estados-Membros da UE, que partilhem as mesmas posições e tenham prioridades semelhantes, como Itália, Áustria, Eslováquia, Chipre, Hungria, mesmo tendo a Hungria uma liderança muito particular, e a Grécia deve ter cuidado para não seguir o mesmo caminho. Portanto, a Rússia pode ser útil mas temos de tomar uma posição europeia única.

Euronews:

O ministro dos Negócios Estrangeiros grego assinou, terça-feira, na Hungria, uma declaração comum, para prosseguir com o gasoduto que a pela Turquia. Isso não significa que a posição de alguns Estados-membros está a mudar, numa altura em que a União Europeia está a tentar acelerar a união em termos de energia, também para que se torne menos dependente do gás russo?

Konstantinos Filis:

Para a participação da Grécia nesse projeto há condições específicas, que são importantes, para a execução do projeto que têm de ser cumpridas. Em primeiro lugar, os países que foram afetados pelo cancelamento do gasoduto pan-europeu South Stream, como a Áustria e Itália, devem estar dispostos a envolver-se neste novo projeto.

A segunda questão é que devem ser encontradas empresas disponíveis para transportar o gás já que a Rússia quer enviar o gás pela fronteira grega-turca mas sem ter, depois, qualquer envolvimento para evitar implicações legais.

O o seguinte, e também uma condição, é assegurar uma posição comum europeia ou, pelo menos, um consenso mínimo que faça Bruxelas apoiar o projeto. Se não houver apoio de Bruxelas, como no caso do South Stream, então o projeto pode sair prejudicado.

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