{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2015/03/23/andaluzia-a-geracao-perdida" }, "headline": "Andaluzia: a gera\u00e7\u00e3o perdida", "description": "Sevilha, capital da Andaluzia, \u00e9 a regi\u00e3o mais povoada de Espanha, com perto de 8,5 de habitantes. Gr\u00e1fico que muestra el % de votos y el % de", "articleBody": "Sevilha, capital da Andaluzia, \u00e9 a regi\u00e3o mais povoada de Espanha, com perto de 8,5 de habitantes. Gr\u00e1fico que muestra el % de votos y el % de esca\u00f1os obtenidos.Ma\u00f1ana art\u00edculo completo. #AndaluzasARV #andalucia2015 pic.twitter.com/LkCEmBuKrT\u2014 csinequanon (@csinequanon) marzo 23, 2015 Governada pelos socialistas, desde a reinstaura\u00e7\u00e3o da democracia, a Andaluzia acaba de dar nova vit\u00f3ria ao PS. 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Andaluzia: a geração perdida

Andaluzia: a geração perdida
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De Maria-Joao Carvalho
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Sevilha, capital da Andaluzia, é a região mais povoada de Espanha, com perto de 8,5 de habitantes. Gráfico que muestra el % de votos y el % de

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Sevilha, capital da Andaluzia, é a região mais povoada de Espanha, com perto de 8,5 de habitantes.

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— csinequanon (@csinequanon) marzo 23, 2015

Governada pelos socialistas, desde a reinstauração da democracia, a Andaluzia acaba de dar nova vitória ao PS. A região representa apenas 5% do PIB espanhol; com mais de 34% de desempregados, bate o recorde espanhol e europeu a nível regional, o que representa um enorme desafio para o governo regional. Os jovens são os mais atingidos: 59%, com menos de 25, não têm emprego.

Cristina Ortega – Estou desempregada há dois meses. Desde que regressei de Itália, em 2009, tenhos empregos pontuais. Depois de 2010, só consegui contratos a prazo de 3, 4, 5 ou 7 meses (que foi o mais longo).

Diplomada em Recursos Humanos, Cristina continuou a estudar, no âmbito do Programa Erasmus, em Itália. Mas, como a maioria dos jovens na Península Ibérica, o país não a acolheu como desejava:

Cristina Ortega – Não encontrei nada na minha área de estudo, mesmo nada. Fiz alguns estágios não remunerados em Recursos Humanos, mas eu tenho faturas para pagar, não posso trabalhar sem cobrar, não eram esses os meus planos.

Obrigada a partilhar casa, paga 425 euros de renda. Quando consegue algum trabalho, chega a ganhar 800 euros por mês, mas não cobra as despesas dos meses em que não ganha.

Cristina Ortega – Sinto-te uma pobre com trabalho temporário. Espero conseguir um emprego normal, em que trabalhe todos os dias e possa ganhar a vida com dignidade, ganhar um salário e constituir a minha família, algo com que não posso sonhar, de momento, porque, economicamente, é impossível.

Más de 37.600 andaluces migraron en 6 años, muchos no votaran el #22M, y el paro juvenil supera el 70% en #Andaluciapic.twitter.com/T15GEbPSRh

— Sergio Rodrigo (@SRodrigoteleSUR) marzo 13, 2015

Elisabeth García é secretária para a Mulher e Juventude do Sindicato Comissões Obreiras na Andaluzia. Explica a razão para a crise se sentir mais aqui do que noutras regiões espanholas, e pede novas políticas económicas para combater o desemprego estrutural: – Primeiro há o facto de a economia regional estar estruturada em setores como os serviços ou a construção civil, muito ligados à conjuntura e, por outro lado, não se ter investido noutras áreas como as energias renováveis, a indústria, a agricultura, elementos que, para esta terra, são permanentes, estruturais, e por isso uma mais valia andaluz no futuro.

Francisco Fuentes, euronews – O percurso de Cristina é partilhado por muitos jovens andaluzes no desemprego. Um autêntico drama social numa região com todas as condições para desenvolver uma economia produtiva que proporcione o bem estar a todos os cidadãos. Para analisar as consequências dos resultados das eleições regionais da Andaluzia, temos connosco Javier Pérez Royo. Professor de Direito Constitucional na Universidade de Sevilha e observador privilegiado da atualidade na região, mas também da vida política e social em Espanha.
A vitória do Partido Socialista, o desastre do Partido Popular e a entrada de Podemos e de Ciudadanos no Parlamento andaluz são uma clara advertência ao presidente espanhol, Mariano Rajoy, para as próximas eleições na Espanha.

Javier Perez Royo – Que, de repente, descobrimos que o PP está em queda livre, o rei vai nú, os cidadãos dizem que o rei vai nú. E uma vez que os cidadãos constatam que o rei vai nú, então é tempo de o rei partir. Se isso acontecer, Rajoy vai ter de partir em maio, talvez siga o seu caminho e abandone o cargo, pois a rejeição e ilegitimidade são tão brutais, que se vão expandir tentacularmente, ao nível de toda a Espanha, pois trata-se de 8000 câmaras atraves das quais todo esse poder do PP se pode desmoronar.

Fala-se muito sobre o fim do bipartidarismo em Espanha, mas na opinião do Javier Pérez Royo, o sistema mudou após as últimas eleições europeias…

Javier Perez Royo – A grande mudança ocorreu em maio do ano ado, quando se produziu o fenómeno, e constatamos, em certa medida, uma consolidação dessa mutação. Agora vamos ver a evolução em todas as eleições deste ano em Espanha.

As eleições na Andaluzia demonstraram a capacidade de regenerar o Partido Socialista. A presidente, Susana Díaz, conservou o poder.

Javier Pérez Royo – O Partido Socialista está a reagir, a gerar anticorpos para lutar contra Podemos e sobreviver. O Partido Popular não, está sem sistema imunitário, não funciona.

Eleições municipais e regionais em maio, eleições na Catalunha no fim de setembro, e lesgislativas:

Javier Pérez Royo – Como pode resistir o Partido Popular em maio? Os candidatos serão capazes de se erguer com um novo discurso? Vão lutar ou deixar cair os braços? Isto é o que transparece dos resultados das eleições na Andaluzia.

Javier Pérez Royo foi membro da Comissão Redatora do Estatuto de autonomia da Andaluzia. É comentador habitual dos diários El País e El Periódico da Catalunha, assim como da Cadeia SER.

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