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Relembrar o massacre na escola de Beslan dez anos depois

Relembrar o massacre na escola de Beslan dez anos depois
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A 1 de setembro de 2004, em Beslan, na Ossétia do Norte, aquele que deveria ser um normal dia de escola para as crianças, como em toda a Rússia, acabou por tornar-se num pesadelo.

Às 9h30 da manhã, um grupo de terroristas, trinta na versão oficial, invadiu a escola. 1300 pessoas foram feitas reféns: famílias, professores e crianças entre os 7 e os 18 anos. Apenas cinquenta conseguiram escapar.

Os restantes arão três dias de inferno no ginásio da escola, sob ameaça constante de explosivos, e num calor sufocante. Os terroristas recusaram-lhes água ou comida.

As crianças aram por situações dramáticas e foram obrigadas a “coabitar” com 20 corpos de pessoas que os terroristas mataram para marcar a sua posição e evitar uma revolta.

Depois de falhadas todas as tentativas de negociação, a 3 de setembro, as autoridades lançam um assalto à escola.

É com horror que as pessoas seguem os acontecimentos em direto. Das imagens mais marcantes da história. Principalmente, porque se tratava de crianças que viviam o seu maior pesadelo.

Às 15h, depois de duas horas de combates e confusão total, o ginásio explodiu. 344 pessoas estavam lá dentro. 331 civis. Incluindo 186 crianças. Ninguém sobreviveu.

10 anos depois, as circunstâncias que levaram a estes resultados desastrosos não estão esclarecidas.

O que se ou, de facto? Quem disparou primeiro? Nunca se saberá.

No dia 1 de setembro de 2004, Soslan Kokaev tinha 14 anos. Foi uma das crianças da escola de Beslan feitas reféns pelos separatistas tchetchenos, que acabariam por matar mais três centenas de pessoas nesse ataque.

Dez anos depois, Soslan vive em Moscovo, onde recordou, ao jornalista Alexei Doval, esse dia: “De manhã não podíamos imaginar o que ia acontecer. Encontrei-me com amigos. Esperávamos ar um dia de festa. Mas, de repente, ouvimos tiros. Ao princípio, ninguém ligou, pensando que era fogo de artifício ou balões a rebentar. Mas os dois grupos começaram a cercar a escola… Eram homens armados, com camuflados, a maior parte barbudos. A meio do dia, estávamos todos no ginásio e começava aquilo que a televisão mostrou. Partiram os vidros, colocaram bombas no perímetro da sala e para nos intimidar mataram dois homens”.

E: O que vos diziam os terroristas? Como é que se comportavam convosco?

SK: Tinham um comportamento brutal: gritavam, insultavam-nos, disparavam para o ar, agrediam-nos… Tudo foi feito para que as pessoas se comportassem de forma humilde e não atrapalhassem os seus planos.

E: Como e quando é que conseguiu escapar?

SK: De manhã, no dia 3 de setembro, eu já estava completamente adaptado à situação, mas não estava preparado para um golpe de teatro. De repente, ouviu-se uma explosão e muitas pessoas à minha volta, quase toda a gente, ficaram atordoadas. Havia pó e cinzas em todo o lado. E, instintivamente, corri para as janelas, que se tinham partido com a explosão. Subi para o parapeito da janela. A segunda explosão projetou-me para fora… uns cinco metros… e eu fugi.

E: O que se ou depois da sua fuga?

SK: Foi assustador! Durante algum tempo, a ansiedade não me largou, mas talvez porque fosse muito jovem, duas semanas mais tarde, ei a ver esse episódio como qualquer coisa de banal, como um flash negro muito intenso.

E: Esses acontecimentos mudaram a sua vida?

SK: Depois desses acontecimentos, cresci rapidamente. ei a ver de maneira diferente o que acontecia à minha volta e o que me chegava pela televisão. Mas graças ao que se ou em Beslan, fui convidado para estudar no liceu fundado por Mikhail Khodorkovski. É uma instituição de caridade.

E: Vai a Beslan?

SK: Sim, vou a casa duas vezes por ano. Neste momento, estudo na universidade estatal e trabalho na representação da Ossétia do Norte, junto do presidente russo. E ao longo destes 10 anos, eu tenho visitado regularmente a minha casa.

E: Vai à escola?

SK: Sim, vou, mas tento ir sozinho e não o fazer por ocasião do aniversário do massacre. Agora, sinto-me mais tranquilo estando sozinho.

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