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UE e Rússia em guerra pela Ucrânia

UE e Rússia em guerra pela Ucrânia
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Inflexível, o presidente ucraniano foi a Vilnius para dizer “não”. A Europa não foi capaz de persuadir a Ucrânia a um acordo histórico. De acordo com o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, este é o acordo mais ambicioso que a União Europeia alguma vez ofereceu a um país extracomunitário.

Na véspera da cimeira Viktor Yanukovich tentou ainda negociar, referindo as preocupações económicas da Ucrânia, que tem de encontrar, nos próximos 18 meses, 12,5 mil milhões de euros para conseguir pagar as faturas do gás russo. O presidente ucraniano pediu uma ajuda económica para se aproximar da União Europeia. Antes, classificou de “humilhante” a ajuda de 600 milhões de euros, proposta pelos 28.A União Europeia não está disposta a pagar para que Kiev assine o acordo de associação, mas não fecha as portas a um país de 46 milhões de habitantes.

“Estamos prontos para o acordo com a Ucrânia assim que os valores de referência da União Europeia sejam respeitados. Está perto. Nós não podemos adiar este encontro com a história. Temos de colocar de lado as considerações a curto prazo e temos que superar a pressão externa,” afirma van Rompuy.

Mas a recusa de Kiev pode esmorecer esse ímpeto durante meses ou mesmo anos. A “Parceria Oriental” está a ser travada pela Rússia de Vladimir Putin, que já conseguiu atrair a Arménia para o seu projeto de União Aduaneira.

Temos connosco, a partir de Moscovo, Tamara Gouzenkova, vice-diretora do Instituto russo de Estudos Estratégicos e analista política, especialista nos problemas dos países da antiga União Soviética.

euronews: Porque é que a Rússia é contra o Acordo de Associação entre a Ucrânia e a União Europeia?

Tamara Gouzenkova: É importante perceber que a Rússia não é contra o acordo de associação entre a Ucrânia e a União Europeia. A complexidade da questão é outra. Como é que se podem construir relacionamentos entre um Estado que entra noutra União integracionista mas, ao mesmo tempo, tem laços de cooperação económica bastante estreitos com um país que não faz parte da União Europeia.

Claro que a Ucrânia está numa situação financeira e económica complicada e está muito interessada em obter benefícios das duas partes. Mas isso é, praticamente, impossível pois a zona de livre comércio europeia e a zona livre da união aduaneira são zonas integracionistas diferentes. Cada uma tem as suas próprias regras, requisitos e padrões. É por isso que se a Ucrânia deve integrar uma dessas uniões, deve escolher qual. Essa não é uma exigência só da União Aduaneira, foram os europeus que disseram isso, primeiro.

A Ucrânia deve, talvez, parar para pensar, seriamente, sobre como estabelecer relações com o oriente e o ocidente, ao mesmo tempo. E pensar como estabelecer um acordo entre a Ucrânia e a União Europeia e a União Aduaneira.

e: Falou em relações tripartidas. Na sua opinião, isso é possível? Pois a Ucrânia, por causa da posição geográfica, continua a ser o ponto de discórdia entre o Oriente e o Ocidente, entre Moscovo e Bruxelas. O que vai acontecer?

TG: Penso que os europeus e os russos devem fazer de tudo para que a Ucrânia não seja o ponto de discórdia e para que entre, suavemente, nestes processos globais complexos que estão a acontecer nas relações entre o Oriente e o Ocidente, entre a Rússia e a UE.

Creio que, neste caso, as autoridades ucranianas podem ter sido demasiado pressionadas. Não foram suficientemente informadas sobre as vantagens e as desvantagens desta decisão. Na minha opinião, os europeus tentaram, também, atrair a Ucrânia para o seu campo.
Eles não tiverem em consideração que a Ucrânia está, intimamente, ligada ao mercado aduaneiro da Eurásia, ou simplesmente, não quiseram ver.

Agora é necessário que se faça uma pausa, calma e tranquila, sem acusações mútuas, como se verifica agora nos “media” russos e europeus… Depois deve-se encontrar um momento para se sentarem à mesa de negociações, pensarem em conjunto, de modo a impedir que a Ucrânia, que é um país grande, não entre em bancarrota e deixá-la escolher o melhor caminho para o seu desenvolvimento económico e geopolítico.

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