{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2013/04/13/quem-sera-o-primeiro-presidente-da-era-pos-chavez" }, "headline": "Quem ser\u00e1 o primeiro presidente da era p\u00f3s-Chavez?", "description": "Quem ser\u00e1 o primeiro presidente da era p\u00f3s-Chavez?", "articleBody": "Mario Alfaro, euronews \u2013 Os venezuelanos v\u00e3o \u00e0s urnas, eleger o sucessor de Hugo Ch\u00e1vez. A campanha presidencial foi marcada pela figura omnipresente o l\u00edder bolivariano, falecido h\u00e1 pouco mais de um m\u00eas. Os favoritos s\u00e3o o herdeiro chavista presidente, em exerc\u00edcio, Nicolas Maduro, e Henrique Caprilles, candidato da alian4a da oposi\u00e7\u00e3o.Nesta edi\u00e7\u00e3o de News Plus, falamos com um especialista em Am\u00e9rica Latina, mas, antes, vejamos a reportagem:Quem ser\u00e1 o primeiro presidente da era p\u00f3s-Hugo Ch\u00e1vez? S\u00e3o ansiosamente esperados os resultados da batalha eleitoral de domingo entre o seu delfim e bra\u00e7o direito, Nicolas Maduro, e o l\u00edder da oposi\u00e7\u00e3o Henrique Caprilles, decidido a acabar com a revolu\u00e7\u00e3o socialista da Venezuela.Nicolas Maduro, que assegura a presid\u00eancia interina depois da morte de Chavez, morto a 5 de mar\u00e7o, partiu para a corrida eleitoral como favorito, com um avan\u00e7o de 20 pontos em rela\u00e7\u00e3o ao atual governador do Estado de Miranda.A estrat\u00e9gia eleitoral de Maduro foi incarnar toda a simbologia de Ch\u00e1vez, nomeadamente a teatraliza\u00e7\u00e3o, como nota o analista pol\u00edtico Oswaldo Ramirez:\u201cEfetivamente, Maduro tem p\u00e9s de barro (falhas de car\u00e1ter), n\u00e3o tem o carisma de Hugo Ch\u00e1vez, n\u00e3o tem a lideran\u00e7a de Hugo Ch\u00e1vez, mas n\u00e3o baixa as defesas, tem, como e, todo o aparelho do Estado, todo o aparato do governo e o ainda o partido socialista \u201c.Henrique Capriles tenta precisamente o contr\u00e1rio e n\u00e3o incarnar o mito do antigo chefe de Estado. 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Senior Researcher, FRIDE \u2013 A priori n\u00e3o haver\u00e1 surpresas, pois todas as sondagens d\u00e3o Nicolas Maduro como favorito. \u00c9 poss\u00edvel que ele ganhe, talvez com uma percentagem inferior \u00e0 do presidente Ch\u00e1vez nas elei\u00e7\u00f5es de Outubro do ano ado, em que ganhou com 55% dos votos.euronews \u2013 E o chavismo pode continuar sem a presen\u00e7a f\u00edsica de Ch\u00e1vez?SG \u2013 Penso que sim, que vai continuar, mesmo se o pa\u00eds est\u00e1 dividido em dois ou tr\u00eas blocos, pois h\u00e1 uma enorme percentagem de venezuelanos que n\u00e3o est\u00e3o a favor do chavismo, nem a favor da oposi\u00e7\u00e3o, e \u00e9 a\u00ed que se concentra a luta para ganhar votos.Na minha opini\u00e3o h\u00e1 uma tend\u00eancia para o chavismo sem Ch\u00e1vez, pois ele tornou-se uma figura religiosa para o chavismo e Nicol\u00e1s Maduro foi nomeado sucessor pelo presidente, antes de partir para Cuba. 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Penso que \u00e9 necess\u00e1ria uma pol\u00edtica de seguran\u00e7a mais eficaz.O outro problema \u00e9 a economia, a infla\u00e7\u00e3o muito elevada, a falta de bens essenciais\u2026a Venezuela importou o modelo econ\u00f3mico cubano, no sentido de subvencionar fortemente alguns produtos e de um grande intervencionismo do Estado na economia.euronews \u2013 O que se vai ar em Cuba?SG \u2013 Se o oficialismo ganhar, esta alian\u00e7a vai manter-se, apesar de Nicolas Maduro j\u00e1 ter anunciado que vai dispensar os conselheiros militares cubanos que est\u00e3o na Venezuela, mas as trocas comerciais v\u00e3o continuar.N\u00e3o sabemos o que se vai ar, se a oposi\u00e7\u00e3o ganhar, mas acho que vai haver uma diminui\u00e7\u00e3o do fluxo comercial e de trocas.euronews \u2013 Para terminar, como v\u00e3o ser as rela\u00e7\u00f5es com a Uni\u00e3o Europeia depois de 14 de abril?SG \u2013 As rela\u00e7\u00f5es entre a Venezuela e a UE s\u00e3o bastante fluidas, mas a Venezuela n\u00e3o \u00e9 um pa\u00eds muito importante para a Uni\u00e3o. No entanto, o pa\u00eds integra a comunidade iberoamericana das na\u00e7\u00f5es e, neste sentido, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o estreita entre a Espanha e a Venezuela evidentemnte, por casa dos recursos, do petr\u00f3leo, e tamb\u00e9m por causa da presen\u00e7a das empresas espanholas na Venezuela. H\u00e1 interesses econ\u00f3micos e, apesar das tens\u00f5es no ado com Hugo Chavez (o epis\u00f3dio \u201orque n\u00e3o te calas?) mas agora as rela\u00e7\u00f5es est\u00e3o fluidas. Do lado da Uni\u00e3o Europeia, n\u00e3o houve cr\u00edticas quanto ao autoritarismo no tempo de Ch\u00e1vez. 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Quem será o primeiro presidente da era pós-Chavez?

Quem será o primeiro presidente da era pós-Chavez?
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Mario Alfaro, euronews – Os venezuelanos vão às urnas, eleger o sucessor de Hugo Chávez. A campanha presidencial foi marcada pela figura omnipresente o líder bolivariano, falecido há pouco mais de um mês. Os favoritos são o herdeiro chavista presidente, em exercício, Nicolas Maduro, e Henrique Caprilles, candidato da alian4a da oposição.
Nesta edição de News Plus, falamos com um especialista em América Latina, mas, antes, vejamos a reportagem:

Quem será o primeiro presidente da era pós-Hugo Chávez? São ansiosamente esperados os resultados da batalha eleitoral de domingo entre o seu delfim e braço direito, Nicolas Maduro, e o líder da oposição Henrique Caprilles, decidido a acabar com a revolução socialista da Venezuela.

Nicolas Maduro, que assegura a presidência interina depois da morte de Chavez, morto a 5 de março, partiu para a corrida eleitoral como favorito, com um avanço de 20 pontos em relação ao atual governador do Estado de Miranda.

A estratégia eleitoral de Maduro foi incarnar toda a simbologia de Chávez, nomeadamente a teatralização, como nota o analista político Oswaldo Ramirez:

“Efetivamente, Maduro tem pés de barro (falhas de caráter), não tem o carisma de Hugo Chávez, não tem a liderança de Hugo Chávez, mas não baixa as defesas, tem, como e, todo o aparelho do Estado, todo o aparato do governo e o ainda o partido socialista “.

Henrique Capriles tenta precisamente o contrário e não incarnar o mito do antigo chefe de Estado. Durante a campanha foi bastante crítico em relação à falta de carisma do adversário, e repetiu que ‘‘Nicolas não é Chávez’‘:

‘‘A campanha é entre mim e Nicolas, deixem em paz o falecido presidente”!

O sucessor de Chavez tem pela frente vários desafios, nomeadamente o económico, com o preço de barril de crude bloqueado nos 100 dólares e a inflação superior a 20% em 2012.

A insegurança é o grande fracasso dos 14 anos de chavismo num país com uma taxa de homicídios recorde na América do Sul – 55 por 100 mil habitantes, em 2012, segundo o governo e oito vezes superior à média mundial.

Apesar das dúvidas sobre a gestão e sobre os objetivos, os numerosos programas sociais criados na Venezuela pelo antigo presidente Hugo Chávez, fizeram recuar a pobreza extrema e vão ser mantidos qualquer que seja o candidato eleito no dia 14 de Abril.

Mario Alfaro, euronews –
Em duplex com Madrid, falamos com Susanne Gratius, investigadora da Fundação para as Relações Internacionais e o Diálogo Exterior.

Maduro, segundo as sondagens, vai ganhar as eleições ou a Venezuela vai ter uma surpresa?

Susanne Gratius. Senior Researcher, FRIDE – A priori não haverá surpresas, pois todas as sondagens dão Nicolas Maduro como favorito. É possível que ele ganhe, talvez com uma percentagem inferior à do presidente Chávez nas eleições de Outubro do ano ado, em que ganhou com 55% dos votos.

euronews – E o chavismo pode continuar sem a presença física de Chávez?

SG – Penso que sim, que vai continuar, mesmo se o país está dividido em dois ou três blocos, pois há uma enorme percentagem de venezuelanos que não estão a favor do chavismo, nem a favor da oposição, e é aí que se concentra a luta para ganhar votos.
Na minha opinião há uma tendência para o chavismo sem Chávez, pois ele tornou-se uma figura religiosa para o chavismo e Nicolás Maduro foi nomeado sucessor pelo presidente, antes de partir para Cuba. Tem a legitimidade dada pelo líder absoluto do movimento chavista.

euronews – Que desafios vai enfrentar o próximo presidente? SG – O principal problema identificado pelos venezuelanos é a insegurança dos cidadãos, os níveis elevados de violência que ultraam os níveis de violência no México e noutros países da América Central. Penso que é necessária uma política de segurança mais eficaz.

O outro problema é a economia, a inflação muito elevada, a falta de bens essenciais…a Venezuela importou o modelo económico cubano, no sentido de subvencionar fortemente alguns produtos e de um grande intervencionismo do Estado na economia.

euronews – O que se vai ar em Cuba?

SG – Se o oficialismo ganhar, esta aliança vai manter-se, apesar de Nicolas Maduro já ter anunciado que vai dispensar os conselheiros militares cubanos que estão na Venezuela, mas as trocas comerciais vão continuar.
Não sabemos o que se vai ar, se a oposição ganhar, mas acho que vai haver uma diminuição do fluxo comercial e de trocas.

euronews – Para terminar, como vão ser as relações com a União Europeia depois de 14 de abril?

SG – As relações entre a Venezuela e a UE são bastante fluidas, mas a Venezuela não é um país muito importante para a União. No entanto, o país integra a comunidade iberoamericana das nações e, neste sentido, há uma relação estreita entre a Espanha e a Venezuela evidentemnte, por casa dos recursos, do petróleo, e também por causa da presença das empresas espanholas na Venezuela. Há interesses económicos e, apesar das tensões no ado com Hugo Chavez (o episódio “Porque não te calas?) mas agora as relações estão fluidas. Do lado da União Europeia, não houve críticas quanto ao autoritarismo no tempo de Chávez. Mas a relação é diferente entre a Venezuela e os Estados Unidos.

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