O líder da oposição, Lee Jae-myung, promete tentar de novo a impugnação do Presidente Yoon Suk-yeol, depois de uma primeira tentativa falhada, numa altura em que a situação política se agrava.
A polícia sul-coreana efetuou uma série de rusgas em Seul, incluindo uma tentativa de busca no gabinete do presidente Yoon Suk-yeol, no âmbito das investigações sobre a tentativa falhada de impor a lei marcial.
Na ada terça-feira, o líder conservador, frustrado com a maioria da oposição na Assembleia Nacional, anunciou inesperadamente o decreto de emergência, alegando que pretendia combater os "seguidores desavergonhados da Coreia do Norte e as forças anti-estatais".
Foi a primeira vez, em mais de 40 anos, que a lei marcial foi aplicada na Coreia do Sul, um regresso incómodo à antiga ditadura militar do país. A ordem de Yoon durou apenas seis horas, uma vez que os políticos conseguiram entrar no parlamento e derrubá-la numa votação.
As investigações sobre o desastroso episódio estão agora a ganhar ritmo, tendo Yoon e outros altos funcionários sido proibidos de viajar.
No domingo, o antigo ministro da Defesa Kim Yong-hyun foi a primeira pessoa a ser detida em relação aos acontecimentos da semana ada.
De acordo com os meios de comunicação social locais, 18 investigadores foram enviados na quarta-feira para o gabinete de Yoon para obter registos relativos a uma reunião do Conselho de Ministros realizada no período que antecedeu o decreto da lei marcial.
No entanto, não é claro se conseguiram aceder ao gabinete, uma vez que os relatos sugerem que a equipa de segurança de Yoon lhes negou inicialmente a entrada.
Detidos dois chefes da polícia
Na capital sul-coreana, a polícia também efetuou rusgas na Agência Nacional de Polícia da Coreia, na Agência Metropolitana de Polícia de Seul e na Guarda da Assembleia Nacional.
Na madrugada de quarta-feira, foram detidos dois chefes de polícia, Cho Ji-ho, Comissário da Agência Nacional de Polícia da Coreia, e Kim Bong-sik, diretor da Agência Metropolitana de Polícia de Seul. Ambos são acusados de terem ordenado aos agentes que bloqueassem o o dos políticos à Assembleia Nacional, a fim de os impedir de anular o decreto de emergência.
O antigo ministro da Defesa terá tentado suicidar-se durante a detenção. Shin Yong Hae, o comissário-geral do Serviço Correcional da Coreia, disse aos políticos, na quarta-feira, que tinha sido impedido de o fazer, acrescentando que se encontrava agora em estado estável.
O Ministério Público tem até 20 dias para acusar Kim, que, juntamente com Yoon e outros, poderá ser julgado por insurreição, cuja pena máxima é a morte.
Numa declaração divulgada na terça-feira, Kim pediu "profundas desculpas por ter causado grande ansiedade" ao público. itiu também a responsabilidade pela imposição da lei marcial.
Kwak Jong-keun, um comandante do exército cujas tropas foram enviadas para o parlamento, disse na terça-feira que Kim lhe tinha dado instruções para bloquear o o dos políticos à câmara principal da Assembleia Nacional.
Yoon telefonou mais tarde, pedindo-lhe que "destruísse rapidamente a porta e arrastasse para fora os legisladores que estavam lá dentro", disse Kwak.
O presidente pediu desculpa pelas suas ações e o líder do partido prometeu organizar a saída estável de Yoon do cargo. No meio de toda a incerteza política, subsistem dúvidas sobre quem está atualmente no comando do país.
Lee Jae-myung, líder do Partido Democrático, na oposição, diz que ele e os colegas vão continuar a tentar destituir o presidente. A sua primeira tentativa falhou no sábado, quando o Partido do Poder Popular de Yoon boicotou a votação.
"Vamos continuar a fazer isto até ele ser destituído", disse Lee ao The New York Times na segunda-feira. "Mais pessoas estão a juntar-se à luta com um fervor crescente. Vamos tentar fazer isto até ao Natal".
A Coreia do Norte quebrou o seu silêncio na quarta-feira sobre o caos político na Coreia do Sul, com os meios de comunicação social estatais de Pyongyang a apelidarem Yoon de "traidor" e o seu exército de "gangsters".