O presidente anunciou a substituição do responsável pela Defesa um dia depois de este ter posto o lugar à disposição. Ambos os homens são alvo de um processo de impugnação no parlamento.
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, substituiu o ministro da Defesa, Kim Yong Hyun, numa altura em que os partidos da oposição avançam com uma ação de impugnação contra ambos por causa da lei marcial, de curta duração, que o parlamento anulou.
O ministro colocou o lugar à disposição e pediu desculpa por ter causado perturbações e preocupação no público. Disse que as tropas atuaram de acordo com as suas instruções e que toda a responsabilidade recai sobre ele.
A moção de destituição do presidente foi enviada à Assembleia Nacional e vai ser votada no sábado à noite.
Em protesto contra o presidente, uma grande multidão reuniu-se à porta do parlamento para uma vigília à luz de velas. Yoon, que corre o risco de ser processado por alta traição, não apareceu em público desde que anunciou na televisão o levantamento da lei marcial.
Os deputados da oposição votaram na quinta-feira a destituição do presidente do conselho de auditoria da Coreia do Sul e de três magistrados do Ministério Público. Os procuradores foram acusados de adulterar uma investigação que envolvia a mulher de Yoon, ligada a suspeitas de manipulação do preço das acções.
A impugnação do Presidente requer o apoio de dois terços da Assembleia Nacional, ou seja, 200 dos 300 deputados. Os partidos da oposição, em conjunto, têm 192 lugares, com o apoio de 18 legisladores que pertencem a uma fação anti-Yoon no partido do presidente. No entanto, esta fação disse que estava contra a destituição.
Se Yoon for impugnado, será suspenso até que o Tribunal Constitucional decida se o deve destituir do cargo.
A alta traição é punível com a morte segundo a legislação sul-coreana. O país tem pena de morte, mas não a aplica desde 1997.