{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2013/04/15/violencia-domestica-pais-de-gales-debate-projeto-de-lei-inovador" }, "headline": "Viol\u00eancia dom\u00e9stica: Pa\u00eds de Gales debate projeto de lei inovador", "description": "Viol\u00eancia dom\u00e9stica: Pa\u00eds de Gales debate projeto de lei inovador", "articleBody": "Estima-se que 70% das mulheres s\u00e3o v\u00edtimas de viol\u00eancia a um dado momento das suas vidas. Um problema de extrema gravidade que os governos tentam resolver. As organiza\u00e7\u00f5es que apoiam as v\u00edtimas exigem melhores programas de preven\u00e7\u00e3o e servi\u00e7os de apoio.\u201cQuantas mulheres ainda t\u00eam que ar este tipo de abuso? 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Violência doméstica: País de Gales debate projeto de lei inovador

Violência doméstica: País de Gales debate projeto de lei inovador
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Estima-se que 70% das mulheres são vítimas de violência a um dado momento das suas vidas. Um problema de extrema gravidade que os governos tentam resolver. As organizações que apoiam as vítimas exigem melhores programas de prevenção e serviços de apoio.

“Quantas mulheres ainda têm que ar este tipo de abuso? Sabe, eu não era vítima todos os dias, mas não sei, visto como as coisas estavam penso que algo de verdadeiramente dramático teria acontecido”, explica uma vítima de violência doméstica que quis manter o anonimato. Para uma melhor compreensão da sua história vamos chamar-lhe Joana.

Os governos estão sob pressão para resolver os problemas relacionados com todos os tipos de violência baseada no género, da violência doméstica às violações, ando pelo tráfico e pelos casamentos forçados.

Um dos países onde o tema está no topo da agenda política é o País de Gales, no Reino Unido. O governo semi-autónomo em Cardife pretende tomar mais medidas para ajudar as vítimas. Para tal está a ser debatido um novo projeto de lei sobre a violência contra as mulheres.

Aqui não há falta provas de que bons serviços de apoio são desesperadamente necessários. Tivemos a permissão para filmar dentro de um refúgio recentemente inaugurado para vítimas de violência em Cardife. A localização é secreta e para entrar no edifício é preciso ar por uma série de sistemas de segurança.

Foi aqui que encontrámos a Joana, que foi obrigada a fugir de casa.
“A minha saúde estava a deteriorar-se, a minha saúde mental também. Estava no fundo do poço, como muitas outras mulheres. Porque vivemos situações de crueldade mental, física, somos abusadas durante tanto tempo que isso deixa-nos completamente em baixo. Se eu não tivesse podido vir para este refúgio… Não sei. Estaria provavelmente morta, porque é algo que nos afeta terrivelmente tanto a nível mental como físico.”

Este é apenas um dos vários refúgios de Cardife. As vítimas podem permanecer aqui enquanto não forem encontradas soluções duráveis. Os refúgios oferecem muitas vezes uma vida em comunidade, mas aqui há espaço para 12 famílias em apartamentos individuais.

Jane Currie, assistente no refúgio explica a importância de se ter um apartamento individual.
“Quando se tem entre sete e dez famílias a viverem todas numa casa, muitas vezes só com uma cozinha, a situação pode tornar-se muito volátil entre as mães e as crianças. Se nos encontramos numa situação dessas, o domicílio que acabámos de deixar pode voltar a ser visto como o melhor sítio para regressar com as crianças porque não temos que o partilhar com sete famílias. Por isso os apartamentos individuais são o caminho a seguir.”

O governo galês está atualmente a rever propostas para o projeto de lei, considerado inovador. O objetivo é melhorar a coordenação entre os serviços do setor público, com a nomeação de um conselheiro independente. Estes serviços deverão ser reforçados e integrados, através da formação profissional e um aumento da sensibilização do público. As associações caritativas esperam que os organismos públicos sigam as regras de um serviço mínimo de apoio.

A educação também faz parte do projeto de lei. As escolas primárias vão ter que ensinar as crianças sobre o que são boas e más relações. As escolas secundárias explicarão mais em detalhe os diferentes tipos de violência e abuso.

Em tempos de crise económica, encontrar dinheiro para ajudar a acabar com a violência é uma tarefa ainda mais difícil. Há uma batalha constante sobre as prioridades dos governos e as associações caritativas têm dificuldades em desempenhar os seus papéis sem apoio financeiro.

É neste contexto que a legislação europeia de apoio às vítimas entra em jogo. Os esforços de cada país são cofinanciados por Bruxelas. As organizações também podem pedir financiamento europeu, mas a maioria só tem apoio local.

Apesar dos cortes no Reino Unido já se começarem a fazer sentir, os grupos de apoio às mulheres no País de Gales esperam que os serviços sejam mantidos e para tal são precisos mecanismos de coordenação como explica Paula Hardy, diretora executiva da organização Welsh Women’s Aid.

“Acho que haverá sempre tensões entre a quantidade de dinheiro que é disponibilizada e os serviços que são necessários. O que temos que fazer é trabalhar conjuntamente para garantirmos que estamos a olhar para o que as provas nos indicam, tentar perceber onde estão as necessidades para maximizar as oportunidades. Isto só pode ser feito se as organizações trabalharem juntas para garantir que os serviços estão disponíveis para ajudar as mulheres e as crianças que necessitam no País no Gales.”

As vítimas têm esperança e agradecem a quem lhes deu a mão em tempos de crise.

“Muitas mulheres são vítimas de abuso, são agredidas. Os homens fazem-lhes, muitas vezes, coisas terríveis e nós podemos aguentar muita coisa. Este lugar é um refúgio de salvação. Sabe, sem ele eu nunca teria fugido e não me parece que muitas outras mulheres também o tivessem feito”, comenta Joana.

Outra questão que muitas vezes se coloca diz respeito à violência doméstica contra os homens. As associações reconhecem a sua existência, mas dizem que as mulheres constituem a grande maioria das vítimas de violência baseada no género e defendem que é um tema que deve ser tratado de forma separada, já que é preciso estar concentrado nos casos onde a urgência é maior.

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