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Cientistas desenvolvem o pacemaker mais pequeno do mundo: do tamanho de um grão de arroz

Pacemaker comparado com uma moeda
Pacemaker comparado com uma moeda Direitos de autor Nortwestern University YT
Direitos de autor Nortwestern University YT
De Jesús Maturana
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A engenharia biomédica está a avançar a os largos com inovações que transformam a medicina tal como a conhecemos. Os investigadores da Northwestern University desenvolveram um pacemaker temporário extraordinariamente pequeno e auto-dissolvente que é alimentado por fluidos corporais.

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Investigadores da Northwestern University desenvolveram um pacemaker extraordinariamente pequeno que promete revolucionar os tratamentos cardíacos, especialmente para os doentes mais vulneráveis.

O novo dispositivo, mais pequeno do que um grão de arroz, representa um avanço significativo na miniaturização médica. O seu tamanho extraordinariamente pequeno (apenas 1,8 milímetros de largura, 3,5 milímetros de comprimento e 1 milímetro de espessura) permite-lhe ser introduzido no corpo através de uma seringa de forma não invasiva.

"Desenvolvemos o que, tanto quanto sabemos, é o pacemaker mais pequeno do mundo", afirma John A. Rogers, um pioneiro da bioelectrónica na Northwestern e líder do desenvolvimento do dispositivo. "Existe uma necessidade crítica de pacemakers temporários no contexto da cirurgia cardíaca pediátrica, e este é um caso de utilização em que a miniaturização do tamanho é incrivelmente importante.

Comparação do tamanho do pacemaker: Tradicional, sem os e, à direita, o novo, minúsculo.
Comparação do tamanho do pacemaker: Tradicional, sem os e, à direita, o novo, minúsculo.Nortwestern University

Foco nos pacientes pediátricos

Este pequeno pacemaker responde a uma necessidade médica particularmente sensível: recém-nascidos com defeitos cardíacos congénitos. Cerca de 1% das crianças nascem com algum tipo de defeito cardíaco, independentemente de viverem em países com recursos limitados ou ricos em recursos.

Igor Efimov, um cardiologista experimental da Northwestern e co-líder do estudo, explica: "A nossa principal motivação foram as crianças. A boa notícia é que estas crianças só precisam de estimulação temporária após a cirurgia. Em cerca de sete dias, o coração da maioria dos doentes estará a reparar-se a si próprio. Mas esses sete dias são absolutamente críticos.

Funcionamento inovador com ativação por luz

O sistema funciona através de um mecanismo sofisticado que combina uma miniaturização extrema com um engenhoso sistema de ativação por luz. O minúsculo pacemaker é implantado no coração e funciona em sincronia com um dispositivo externo portátil que é colocado no peito do doente.

Este dispositivo externo monitoriza constantemente o ritmo cardíaco e, quando detecta irregularidades, emite automaticamente impulsos de luz infravermelha. Esta luz, capaz de penetrar na pele, no esterno e nos músculos do doente, ativa o pacemaker interno que gera os impulsos eléctricos necessários para regular o ritmo do coração.

A tecnologia aproveita a capacidade natural do corpo humano para conduzir a luz infravermelha, criando uma ponte não invasiva entre o dispositivo externo e o pacemaker interno. "A luz infravermelha penetra muito bem no corpo", explica o Dr. Efimov. "Se encostarmos uma lanterna à palma da mão, vemos a luz a brilhar do outro lado. Acontece que o nosso corpo é um excelente condutor de luz".

Tecnologia biodegradável

Talvez um dos aspectos mais revolucionários deste dispositivo seja o facto de ter sido concebido para se dissolver naturalmente no corpo quando já não é necessário. Todos os componentes são biocompatíveis, pelo que se desintegram gradualmente nos biofluidos do corpo, eliminando completamente a necessidade de remoção cirúrgica posterior.

Esta caraterística resolve um problema significativo com os actuais pacemakers temporários, que requerem eléctrodos que sobressaem do tórax do doente e que acabam por ter de ser removidos, com o risco de complicações como infeção, deslocação, danos nos tecidos, hemorragias e coágulos sanguíneos que podem ser fatais.

Rogers explica: "Ao minimizar o tamanho, simplificamos drasticamente os procedimentos de implantação, reduzimos o trauma e o risco para o doente e, com a natureza dissolvível do dispositivo, eliminamos qualquer necessidade de procedimentos de remoção cirúrgica secundários.

Bateria alimentada por fluidos corporais

Para conseguir este tamanho extremamente pequeno, os investigadores reinventaram completamente a fonte de energia do dispositivo. O pacemaker é alimentado por uma célula galvânica, um tipo de bateria simples mas eficaz que transforma a energia química dos fluidos corporais em energia eléctrica. O design engenhoso utiliza dois metais diferentes como eléctrodos para gerar e enviar impulsos eléctricos para o coração.

Quando o pacemaker é implantado no corpo, os biofluidos circundantes actuam como o eletrólito condutor que liga eletricamente estas duas almofadas metálicas para formar a bateria.
John A. Rogers
Investigador da bioeletrónica da Northwestern

Esta inovação eliminou a necessidade de baterias tradicionais ou de antenas de receção, o que foi fundamental para a extraordinária miniaturização do dispositivo.

Versatilidade e aplicações futuras

Apesar do seu tamanho reduzido, este pacemaker fornece tanta estimulação como um pacemaker de tamanho normal, provando que, neste caso, o tamanho reduzido não é incompatível com a eficiência. A miniaturização extrema também permite distribuir vários destes dispositivos em diferentes áreas do coração, controlando-os independentemente utilizando diferentes cores de luz para obter uma sincronização mais sofisticada do que a permitida pelos pacemakers tradicionais.

Esta tecnologia pioneira abre um vasto leque de possibilidades para a medicina bioelectrónica que vão muito além do domínio cardíaco, incluindo aplicações para ajudar os nervos e os ossos a sarar, tratar feridas complexas e bloquear a dor crónica através de estímulos eléctricos específicos e controlados.

O estudo, publicado na prestigiada revista científica Nature, demonstra a eficácia do dispositivo numa série de modelos animais de grande e pequeno porte, bem como em corações humanos de dadores de órgãos falecidos, o que constitui um bom presságio para a sua implementação clínica. Esta inovação representa um salto quântico no tratamento das doenças cardíacas, especialmente para os doentes mais pequenos e mais vulneráveis.

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