A agência espacial norte-americana afirma que a missão Quesst conseguiu reduzir o ruído das naves supersónicas de estrondos sonoros para um baque silencioso.
A NASA e a empresa de defesa norte-americana Lockheed Martin revelaram o seu avião supersónico "silencioso", após seis anos de desenvolvimento.
Os voos supersónicos são voos que podem viajar a velocidades superiores à velocidade do som. O X-59 foi concebido para voar a 1,4 vezes a velocidade do som ou a cerca de 1.480 km/h.
"Hoje em dia, o voo supersónico produz um estrondo supersónico. Quem vive na área está familiarizado com esse som", disse Pam Melroy, a adjunta da NASA.
"Mas isso significa que há restrições em áreas povoadas, por boas razões. E o X-59 vai quebrar essa barreira. Meticulosamente projetado, o avião produz um baque suave. Um mero sussurro comparado com os ruídos perturbadores do ado", acrescentou a responsável.
O X-59 tem 30 metros de comprimento e 9 metros de largura e tem um nariz fino e cónico que representa quase um terço do seu comprimento.
A NASA diz que o nariz pontiagudo ajudará a quebrar as ondas de choque que normalmente resultam num boom sónico, um som semelhante a uma explosão ou a um trovão para o ouvido humano, causado por um objeto que viaja pelo ar mais rápido do que a velocidade do som.
Missão Quesst lançada em 2018
A NASA lançou a missão Quesst em 2018 para desenvolver uma aeronave supersónica que gera menos ruído do que uma aeronave supersónica convencional.
"Em apenas alguns anos, ámos de um conceito ambicioso para a realidade. O X-59 da NASA ajudará a mudar a forma como viajamos, em muito menos tempo", afirmou Melroy, num comunicado de imprensa.
Durante 50 anos, os Estados Unidos e outros países proibiram este tipo de voos devido ao seu elevado ruído.
Espera-se que a missão produza dados que ajudem os legisladores norte-americanos a reconsiderar a proibição dos voos sobre terra.
De acordo com a NASA, se for possível voar em aviões supersónicos comerciais, o tempo de viagem será drasticamente reduzido.
"Esta descoberta redefine a viabilidade das viagens supersónicas comerciais em terra. Aproxima-nos de um futuro que todos podemos compreender, reduzindo para metade o tempo de voo de Nova Iorque a Los Angeles", afirmou Melroy.
O avião deverá descolar pela primeira vez no final deste ano.
Assim que a NASA concluir os testes de voo, a agência irá sobrevoar várias cidades dos EUA.
A primeira descolagem está prevista para o final deste ano e, em 2027, será realizado um inquérito aos residentes sobre a sua perceção do ruído.
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