{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/next/2022/09/19/reduzir-o-uso-do-carro-e-melhor-para-as-financas-do-que-pensa" }, "headline": "Reduzir o uso do carro \u00e9 melhor para as finan\u00e7as do que pensa", "description": "Ao privilegiar a condu\u00e7\u00e3o de carro pr\u00f3prio como op\u00e7\u00e3o di\u00e1ria de transporte, muitas vezes n\u00e3o temos em conta os custos ocultos. Reduzir a utliliza\u00e7\u00e3o do carro ajuda a poupar dinheiro e \u00e9 melhor para o ambiente.", "articleBody": "Trocar o carro por andar a p\u00e9 ou de bicicleta n\u00e3o s\u00f3 reduz as emiss\u00f5es e \u00e9 melhor para a sa\u00fade, como tamb\u00e9m ajuda a poupar uma quantidade consider\u00e1vel de dinheiro. Conduzir um carro custa muito mais do que as pessoas pensam. Um estudo publicado em 2020 na revista \u0022Nature\u0022 descobriu que os automobilistas alem\u00e3es subestimaram os custos di\u00e1rios da condu\u00e7\u00e3o de um carro em quase 50%, pelo que os custos reais s\u00e3o quase o dobro do que se pensa. Isto n\u00e3o s\u00f3 faz com que conduzir um carro pare\u00e7a uma op\u00e7\u00e3o mais desej\u00e1vel, como a perce\u00e7\u00e3o de que custa muito menos do que custa na realidade, faz com que formas alternativas de transporte - como a partilha de carros, transportes p\u00fablicos, bicicleta ou a p\u00e9 - pare\u00e7am menos atrativas. Quando se trata de comprar autom\u00f3vel, no topo da lista de prioridades da maioria das pessoas est\u00e3o o pre\u00e7o, a economia de combust\u00edvel, o espa\u00e7o, o desempenho e a seguran\u00e7a . \u00c9 uma compra em que a maioria das pessoas pensa e investiga muito, dado que \u00e9 uma das mais caras que provavelmente far\u00e3o. Mas nem sempre temos a mesma tend\u00eancia para pensar nos custos de funcionamento ao longo da vida e, desde o combust\u00edvel, a deprecia\u00e7\u00e3o ao custo de repara\u00e7\u00f5es, impostos e seguros , estes podem ser substanciais. Ent\u00e3o, por que raz\u00e3o os automobilistas t\u00eam uma tal lacuna de conhecimentos no que diz respeito aos custos do dia-a-dia dos autom\u00f3veis? A realidade \u00e9 que os custos s\u00e3o apenas um fator a ter em conta na decis\u00e3o de ser propriet\u00e1rio de um autom\u00f3vel; h\u00e1 tamb\u00e9m o fasc\u00ednio emocional. Um carro \u00e9 mais que um meio de desloca\u00e7\u00e3o Apelar aos automobilistas como decisores racionais com bom senso financeiro \u00e9 uma coisa mas, para muitas pessoas, os carros s\u00e3o muito mais do que um simples meio de se deslocar do ponto de A para o ponto B. H\u00e1 anos que os fabricantes de autom\u00f3veis se concentram em algo bastante diferente: as emo\u00e7\u00f5es e sentimentos que s\u00e3o evocados pela condu\u00e7\u00e3o. Os an\u00fancios de autom\u00f3veis utilizam slogans tais como \u0022O poder dos sonhos\u0022, \u0022O autom\u00f3vel que sempre prometeu a si pr\u00f3prio\u0022 e \u0022Concebido para mover o esp\u00edrito humano\u0022.\u00a0Estes slogans tocam diretamente no facto de muitos n\u00e3o conduzirem porque \u00e9 necess\u00e1rio faz\u00ea-lo, mas porque sentem prazer na condu\u00e7\u00e3o. Com isto em mente, \u00e9 talvez f\u00e1cil perceber por que raz\u00e3o as estrat\u00e9gias de gest\u00e3o de tr\u00e1fego, baseadas no pressuposto de que as pessoas reconsiderar\u00e3o a sua escolha de viagem quando o uso do carro se torna mais caro ou inconveniente, raramente s\u00e3o eficazes no que toca a reduzir a posse do carro. S\u00f3 no Reino Unido , existem 32 milh\u00f5es de carros registados nas estradas do pa\u00eds. Em 2022, os novos registos de autom\u00f3veis diminu\u00edram apenas 0,3%. Na UE, a utiliza\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis aumentou, ano ap\u00f3s ano, durante cinco anos para 250 milh\u00f5es de ve\u00edculos at\u00e9 2020. O autom\u00f3vel particular continua a ser a principal escolha para o transporte pendular, pois parece que os automobilistas simplesmente am os atrasos de tempo, ou pagam as taxas de estacionamento extra ou as taxas de congestionamento. Porqu\u00ea? Porque os carros constituem espa\u00e7os altamente personalizados onde se pode interagir com a fam\u00edlia e amigos, ouvir m\u00fasica e isolar-se confortavelmente do mundo exterior.\u00a0Mas os carros tamb\u00e9m s\u00e3o incrivelmente caros de gerir e o estudo da Nature sugere que, se nos aperceb\u00eassemos de quanto s\u00e3o caros, os automobilistas escolheriam formas alternativas de transporte. As pessoas fazem as suas escolhas com base na perce\u00e7\u00e3o dos custos mas, face aos verdadeiros custos do autom\u00f3vel, o estudo estima que se poderia conseguir uma redu\u00e7\u00e3o de 37% na posse de autom\u00f3veis, com um aumento de cerca de 8% e 12% nas viagens de autocarro e comboio, respectivamente. Numa altura em que as finan\u00e7as est\u00e3o a ser apertadas pela crise do custo de vida, saber o custo real versus os custos percebidos do automobilismo poderia levar muitos condutores a repensar o seu amor pelos autom\u00f3veis. Como sensibilizar melhor o p\u00fablico? Os autom\u00f3veis poderiam ser rotulados com custos anuais no ponto de venda, da mesma forma que as etiquetas de classifica\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica s\u00e3o utilizadas nos produtos dom\u00e9sticos, como l\u00e2mpadas, televisores ou m\u00e1quinas de lavar. Poderiam ser mostradas informa\u00e7\u00f5es sobre os custos m\u00e9dios de funcionamento e campanhas publicit\u00e1rias a n\u00edvel nacional poderiam encorajar os consumidores a calcular com precis\u00e3o o custo de condu\u00e7\u00e3o nos seus pr\u00f3prios autom\u00f3veis. Os an\u00fancios de autom\u00f3veis poderiam tamb\u00e9m incluir os custos ao longo da vida \u00fatil, da mesma forma que todos os an\u00fancios de autom\u00f3veis ses que aparecem na imprensa, televis\u00e3o, r\u00e1dio, outdoors e online s\u00e3o obrigados a levar uma de tr\u00eas mensagens para encorajar o uso de meios mais sustent\u00e1veis:\u00a0 \u0022Para viagens curtas, d\u00ea prioridade \u00e0s desloca\u00e7\u00f5es a p\u00e9 ou de bicicleta\u0022,\u00a0 \u0022Pense na partilha de carros\u0022 e\u00a0 \u0022Na vida quotidiana, use os transportes p\u00fablicos\u0022. Para encorajar as pessoas a trocar algumas das suas viagens curtas de carro por andar a p\u00e9 ou de bicicleta, as vantagens para a carteira poderiam inclinar a balan\u00e7a a favor de deixar o carro para tr\u00e1s. Quer se trate de reduzir as viagens a\u00e9reas ou de comer menos carne vermelha, somos cada vez mais \u00e0 procura de formas de reduzir o nosso impacto no ambiente. ", "dateCreated": "2022-09-15T15:07:04+02:00", "dateModified": "2022-09-20T22:58:37+02:00", "datePublished": "2022-09-19T17:24:55+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F01%2F90%2F32%2F1440x810_cmsv2_9b1242c6-958c-5a85-ac5c-7fb46afa1b25-7019032.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Usar menos o carro pode fazer poupar mais do que pensa", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F01%2F90%2F32%2F432x243_cmsv2_9b1242c6-958c-5a85-ac5c-7fb46afa1b25-7019032.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mobilidade" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Reduzir o uso do carro é melhor para as finanças do que pensa

Usar menos o carro pode fazer poupar mais do que pensa
Usar menos o carro pode fazer poupar mais do que pensa Direitos de autor Canva
Direitos de autor Canva
De Geraldine Herbert
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Ao privilegiar a condução de carro próprio como opção diária de transporte, muitas vezes não temos em conta os custos ocultos. Reduzir a utlilização do carro ajuda a poupar dinheiro e é melhor para o ambiente.

PUBLICIDADE

Trocar o carro por andar a pé ou de bicicleta não só reduz as emissões e é melhor para a saúde, como também ajuda a poupar uma quantidade considerável de dinheiro.

Conduzir um carro custa muito mais do que as pessoas pensam. Um estudo publicado em 2020 na revista "Nature" descobriu que os automobilistas alemães subestimaram os custos diários da condução de um carro em quase 50%, pelo que os custos reais são quase o dobro do que se pensa.

Isto não só faz com que conduzir um carro pareça uma opção mais desejável, como a perceção de que custa muito menos do que custa na realidade, faz com que formas alternativas de transporte - como a partilha de carros, transportes públicos, bicicleta ou a pé - pareçam menos atrativas.

Quando se trata de comprar automóvel, no topo da lista de prioridades da maioria das pessoas estão o preço, a economia de combustível, o espaço, o desempenho e a segurança. É uma compra em que a maioria das pessoas pensa e investiga muito, dado que é uma das mais caras que provavelmente farão.

Mas nem sempre temos a mesma tendência para pensar nos custos de funcionamento ao longo da vida e, desde o combustível, a depreciação ao custo de reparações, impostos e seguros, estes podem ser substanciais.

Então, por que razão os automobilistas têm uma tal lacuna de conhecimentos no que diz respeito aos custos do dia-a-dia dos automóveis? A realidade é que os custos são apenas um fator a ter em conta na decisão de ser proprietário de um automóvel; há também o fascínio emocional.

Um carro é mais que um meio de deslocação

Apelar aos automobilistas como decisores racionais com bom senso financeiro é uma coisa mas, para muitas pessoas, os carros são muito mais do que um simples meio de se deslocar do ponto de A para o ponto B.

Há anos que os fabricantes de automóveis se concentram em algo bastante diferente: as emoções e sentimentos que são evocados pela condução.

Os anúncios de automóveis utilizam slogans tais como "O poder dos sonhos", "O automóvel que sempre prometeu a si próprio" e "Concebido para mover o espírito humano". Estes slogans tocam diretamente no facto de muitos não conduzirem porque é necessário fazê-lo, mas porque sentem prazer na condução.

Com isto em mente, é talvez fácil perceber por que razão as estratégias de gestão de tráfego, baseadas no pressuposto de que as pessoas reconsiderarão a sua escolha de viagem quando o uso do carro se torna mais caro ou inconveniente, raramente são eficazes no que toca a reduzir a posse do carro.

Só no Reino Unido, existem 32 milhões de carros registados nas estradas do país. Em 2022, os novos registos de automóveis diminuíram apenas 0,3%. Na UE, a utilização de automóveis aumentou, ano após ano, durante cinco anos para 250 milhões de veículos até 2020.

O automóvel particular continua a ser a principal escolha para o transporte pendular, pois parece que os automobilistas simplesmente am os atrasos de tempo, ou pagam as taxas de estacionamento extra ou as taxas de congestionamento.

Porquê? Porque os carros constituem espaços altamente personalizados onde se pode interagir com a família e amigos, ouvir música e isolar-se confortavelmente do mundo exterior. Mas os carros também são incrivelmente caros de gerir e o estudo da Nature sugere que, se nos apercebêssemos de quanto são caros, os automobilistas escolheriam formas alternativas de transporte.

As pessoas fazem as suas escolhas com base na perceção dos custos mas, face aos verdadeiros custos do automóvel, o estudo estima que se poderia conseguir uma redução de 37% na posse de automóveis, com um aumento de cerca de 8% e 12% nas viagens de autocarro e comboio, respectivamente.

Numa altura em que as finanças estão a ser apertadas pela crise do custo de vida, saber o custo real versus os custos percebidos do automobilismo poderia levar muitos condutores a repensar o seu amor pelos automóveis.

Como sensibilizar melhor o público?

Os automóveis poderiam ser rotulados com custos anuais no ponto de venda, da mesma forma que as etiquetas de classificação energética são utilizadas nos produtos domésticos, como lâmpadas, televisores ou máquinas de lavar. Poderiam ser mostradas informações sobre os custos médios de funcionamento e campanhas publicitárias a nível nacional poderiam encorajar os consumidores a calcular com precisão o custo de condução nos seus próprios automóveis.

Os anúncios de automóveis poderiam também incluir os custos ao longo da vida útil, da mesma forma que todos os anúncios de automóveis ses que aparecem na imprensa, televisão, rádio, outdoors e online são obrigados a levar uma de três mensagens para encorajar o uso de meios mais sustentáveis: 

  • "Para viagens curtas, dê prioridade às deslocações a pé ou de bicicleta", 
  • "Pense na partilha de carros" e 
  • "Na vida quotidiana, use os transportes públicos".

Para encorajar as pessoas a trocar algumas das suas viagens curtas de carro por andar a pé ou de bicicleta, as vantagens para a carteira poderiam inclinar a balança a favor de deixar o carro para trás.

Quer se trate de reduzir as viagens aéreas ou de comer menos carne vermelha, somos cada vez mais à procura de formas de reduzir o nosso impacto no ambiente.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ativistas denunciam falta de ambição do plano de mobilidade sustentável de Gdynia, na Polónia

É preciso investir na ferrovia para travar o aumento da temperatura

Ciclovias "espontâneas" tornam-se permanentes em Berlim