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"Virus-X": Caçadores de vírus em ecossistemas extremos

Em parceria comThe European Commission
"Virus-X": Caçadores de vírus em ecossistemas extremos
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De Julian GOMEZ
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Projeto europeu explora metagenomas de vírus e conta com vários parceiros de elite de universidades e institutos do velho continente.

As fontes geotérmicas da Islândia não oferecem só uma paisagem e um ecossistema únicos. Oferecem, também, uma importante base para diferentes tipos de vírus, muitas vezes completamente desconhecidos ou pouco conhecidos pela ciência.

Descobrir esses vírus e identificar enzimas pode ajudar a desenvolver novas ou melhores ferramentas para múltiplas aplicações de biologia molecular.

Quase todos os vírus que vivem nestas condições extremas apenas infetam bactérias. Por isso, os caçadores de vírus não vêm até aqui para perceber como nos podemos proteger deles, mas antes para compreender como podem ajudar a melhorar a nossa saúde.

O número estimado de vírus na terra supera, de longe, o número estimado de estrelas observáveis no Universo, de acordo com investigadores. Os vírus estão em muitos lugares diferentes, mas há muito a aprender com eles como explicou, em entrevista à Euronews, Arnthor Ævarsson, biofísico molecular e coordenador do projeto europeu de investigação "Virus-X" no instituto Matís: "Muitos vírus são bastante úteis porque se revelaram fundamentais para a investigação biológica. Ajudaram a compreender mecanismos biológicos básicos. São igualmente úteis para ajudar a desenvolver aplicações na biologia molecular e biotecnologia."

Cada vírus tem um genoma próprio, que alberga os genes que permitem a propagação.

Nos laboratórios do instituto Matís, os cientistas preparam os vírus para investigações adicionais que revelarão mistérios genéticos mais iníveis.

"É muito importante preparar as condições adequadas para abrir as cápsulas dos vírus. Quando acedemos aos vírus queremos obter o máximo de informação, não queremos destruí-los. Não queremos fazer nada que seja violento porque não queremos destruir ou perder o ADN antes de podermos identificá-lo e sequenciá-lo", sublinhou Elísabet Eik Guðmundsdóttir, do instituto Matís.

A sequenciação dos genomas dos vírus é feita com recurso a equipamento sofisticado. Os cientistas do projeto "Virus-X" também recorrem a algoritmos bioinformáticos para identificar genes: até agora registaram uma base de dados com cerca de 50 milhões de genes de vírus.

"Estamos entre os investigadores peritos em biologia, entre os que estão no terreno, os que compreendem ecologia e que fazem produtos. Fazemos o trabalho de análise molecular que ajuda os peritos a identificar os objetivos de desenvolvimento corretos e a transformar esses objetivos em aplicações concretas de ferramentas moleculares", referiu Jörn Kalinowski, biotecnólogo da Universidade de Bielefeld.

Produtos genéticos promissores, especialmente enzimas, são depois estudados a nível estrutural com animações tridimensionais para estabelecer o potencial para desenvolver produtos de mercado, como novos biocatalisadores.

"Para poder desenvolver novos produtos, a biotecnologia precisa de enzimas que estejam bem definidas, com mecanismos bastante claros. Para isso temos de saber como é que funciona uma enzima. Só assim poderemos otimizar o seu uso para uma aplicação concreta. É exatamente isso que estas simulações tridimensionais nos permitem fazer", explicou Ehmke Pohl, biólogo na Universidade de Durham.

Os cientistas também estão à procura de vírus a grandes profundidades no Atlântico. A diversidade biológica viral é o maior reservatório genético ainda por explorar na terra.

Múltiplas aplicações médicas e de biotecnologia estão à espera de ser desenvolvidas, com uma pequena ajuda dos vírus, de acordo com os cientistas.

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