No programa desta semana fomos a Genebra e Barcelona conhecer os geradores quânticos de números aleatórios que têm chips não pirateáveis
As tecnologias quânticas prometem uma mudança profunda nas nossas vidas digitais. Ao aproveitar o poder da física quântica, é possível criar redes de comunicação totalmente seguras e microprocessadores absolutamente impenetráveis, ou seja, será cada vez mais difícil aos piratas informáticos aceder ao conteúdo dos nossos computadores.
Um dos objetos mais avançados que usa tecnologia quântica são os chamados "geradores quânticos de números aleatórios". Pequenos chips que usam a aleatoriedade comprovada e perfeita dos objetos quânticos para gerar milhões de bits por segundo e produzirem assim números perfeitamente casuais.
Números que são depois usados para criar códigos de encriptação e que podem ser integrados em telemóveis e noutros aparelhos.
A União Europeia está a apoiar mais de 20 projetos de investigação para levar esta tecnologia dos laboratórios para o mercado, ao abrigo da Iniciativa Quantum.
O hardware ainda não está pronto para ser comercializado, mas promete muito, como explica o coordenador do projeto CiViQ, Valerio Pruneri
"Os seus dados estarão protegidos, por exemplo, os dados financeiros ou de saúde. Também do ponto de vista da Segurança e Defesa haverá benefícios significativos, sem falar na proteção das redes elétricas ou de transportes."
O processo de pesquisa, desenvolvimento e implementação nos aparelhos quotidianos torna a tecnologia quântica num campo em rápida evolução.
A segurança impenetrável é apenas uma das inovações da Iniciativa Quantum, que já tem no horizonte outras tecnologias como a computação quântica.
O que quer dizer "quântica"?
Segundo, o físico quântico Rob Thew, da Universidade de Genebra, "Quântica significa muitas coisas para muitas pessoas, é sempre o estranho, o bizarro, se você vem de fora da Física. O que quero dizer com quântica? De uma forma simples, quero dizer um único objeto, um único átomo, fotão ou partícula de luz. E a nossa capacidade de controlá-los e manipulá-los melhorou significativamente nos últimos 20 anos."