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Em particular, os cientistas querem saber se \u00e9 um planeta ativo do ponto de vista geol\u00f3gico. A sonda Messenger da NASA identificou vulc\u00f5es e gases que saem de cavidades da superf\u00edcie. Johannes Benkhoff \u0022\u00c9 um dos nossos objetivos: perceber se h\u00e1 diferen\u00e7as em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s imagens e dados captados pela Messenger. Se existirem, temos a prova que atualmente h\u00e1 coisas a acontecer em Merc\u00fario. Seria um resultado fant\u00e1stico\u0022.\u00a0 J\u00f6rn Helbert: \u0022Uma das raz\u00f5es pelas quais gosto de estudar Merc\u00fario \u00e9 porque precisamos de o entender para entender a forma como os planetas se formaram. Temos um modelo sobre a forma\u00e7\u00e3o de todos os planetas, excepto a de Merc\u00fario. \u00c9 basicamente in\u00fatil\u0022.\u00a0 Est\u00e1 a come\u00e7ar a longa jornada para responder a estas perguntas. 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Missão BepiColombo: À descoberta de Mercúrio

Em parceria comESA - The European Space Agency
Missão BepiColombo: À descoberta de Mercúrio
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A sonda BepiColombo, resultado da missão conjunta entre a Europa e o Japão, está preparada para descobrir os mistérios do planeta.

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Nesta edição de “Space” vamos olhar para um dos planetas mais misteriosos do sistema solar – Mercúrio. O programa conta com as explicações de alguns dos cientistas que dedicam o seu trabalho a este planeta enigmático

As melhores imagens que temos de Mercúrio foram captadas pela sonda Messenger da NASA. Mostram um planeta cheio de crateras e com características intrigantes na superfície.

A sonda BepiColombo, resultado da missão conjunta entre a Europa e o Japão, está preparada para um estudo mais aprofundado.

Jörn Helbert e Hauke Hubmann são cientistas no Centro de Pesquisa DLR, em Berlim.

Jörn Helbert:

“O mais importante na missão BepiColombo é que temos, finalmente, uma visão completa de Mercúrio. Com a missão da sonda Messenger vimos muito bem o hemisfério norte, mas com dificuldade o hemisfério sul. Para os cientistas que estudam os planetas isto é muito frustrante porque só conhecem uma parte. Não sabem se o resto é igual ou completamente diferente”.

Hauke Hubmann:

"Pelo menos para mim, é um mistério a forma como este planeta se formou e como evoluiu durante milhões de anos".

A Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial do Japão juntaram-se para descobrir os mistérios de Mercúrio. A bordo da BepiColombo, cada uma das agências tem uma investigação independente. Vão voar juntas até Mercúrio e antes de entrarem em órbita vão fazer um cruzeiro de sete anos à volta de Vénus e do Sol. É uma missão complicada.

Johannes Benkhoff é cientista e faz parte da equipa que trabalha no projeto da sonda BepiColombo,

“Uma característica especial de Mercúrio é a sua rápida rotação à volta do Sol. Assim, por um lado vamos ter de travar em relação à gravidade do sol e, por outro, vamos ter de acelerar a nossa sonda para voarmos ao lado de Mercúrio. Quando chegarmos ao nosso destino, podemos colocar as nossas duas órbitas e conseguir o máximo de informação para o avanço da ciência”.

A bordo vão mais de 16 instrumentos de análise, um recorde para uma missão a Mercúrio.

Hauke Hubmann:

Estamos a desenhar um mapa em três dimensões. Estamos a analisar toda a superfície de Mercúrio com disparos de laser. Com a informação da órbita da sonda e com a informação da própria sonda vamos poder reconstruir a topografia da superfície em três dimensões.

O modelo da superfície em três dimensões vai servir para estudar um dos aspetos mais intrigantes de Mercúrio – o facto do planeta estar a encolher. Desde a sua formação até agora, Mercúrio perdeu sete quilómetros de raio.

Johannes Benkhoff

"O planeta está a contrair ou a encolher e acreditamos que conseguimos ver na superfície características que são consequência desse fenómeno. Este é um dos aspetos que gostávamos de compreender. Será uma característica de todos os planetas ou é algo único, que só acontece com Mercúrio?".

Outro objetivo importante do BepiColombo é descobrir a composição da superfície de Mercúrio. Os cientistas da DLR, em Berlim , construíram uma estrutura que pode conseguir amostras com temperaturas de 450 graus celsius, a temperatura diurna em Mercúrio.

Jörn Helbert:

_"Vamos estudar uma superfície muito quente e queremos ter dados reais para podermos comparar. (...) Não é como estudar a Lua de onde temos amostras. A única coisa que podemos fazer é olhar de longe. Estudamos algo que é muito quente e precisamos comparar com materiais com mesma temperatura. Não é uma tarefa fácil". _

As missões anteriores encontraram gelo de água nos pólos e identificaram muito menos ferro e muito mais materiais como enxofre e potássio do que era esperado.

O entusiasmo aumenta à medida que sabemos mais sobre Mercúrio e sobre as origens do planeta no sistema solar. Em particular, os cientistas querem saber se é um planeta ativo do ponto de vista geológico.

A sonda Messenger da NASA identificou vulcões e gases que saem de cavidades da superfície.

Johannes Benkhoff

_"É um dos nossos objetivos: perceber se há diferenças em relação às imagens e dados captados pela Messenger. Se existirem, temos a prova que atualmente há coisas a acontecer em Mercúrio. Seria um resultado fantástico". _

Jörn Helbert:

_"Uma das razões pelas quais gosto de estudar Mercúrio é porque precisamos de o entender para entender a forma como os planetas se formaram. Temos um modelo sobre a formação de todos os planetas, excepto a de Mercúrio. É basicamente inútil". _

Está a começar a longa jornada para responder a estas perguntas.

A missão BepiColombo usará a gravidade da Terra, de Vênus e de Mercúrio para, gradualmente, se posicionar.

Só entrará em órbita em dezembro de 2025, quando começarem as medições científicas.

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