Numa homenagem comovente, o 14 vezes campeão fez uma última vénia no Court Philippe-Chatrier, o court de ténis que dominou durante muitos anos.
Num tributo emotivo no domingo à tarde, a lenda do ténis, Rafael Nadal, foi homenageada durante uma cerimónia no torneio de Roland Garros, em Paris.
O recordista de 14 vitórias no "Open de França", que se retirou oficialmente em novembro, regressou ao court não como competidor, mas como uma lenda célebre.
Saudado por milhares de fãs com camisolas cor de laranja "Merci Rafa", Nadal foi aplaudido de pé quando pisou a terra batida pela última vez.
Já sem a sua bandolete caraterística, ou calças capri, o espanhol chegou de fato escuro, visivelmente comovido com a explosão de afeto vindo das bancadas.
Enquanto a multidão aplaudia, Nadal lutou contra as lágrimas, proferindo um discurso em francês, inglês e no seu espanhol nativo, enquanto refletia sobre duas décadas de triunfos, reveses e memórias inesquecíveis no Roland Garros.
"Não sei por onde começar depois de jogar neste court nos últimos 20 anos. Ganhar, perder - mas sobretudo emocionar-me sempre que tive a oportunidade de estar aqui.", disse.
Nadal retirou-se com um impressionante recorde de 112-4 no "Open de França" e um registo impecável de 14-0 em finais, um feito inigualável na história do desporto.
O seu impacto no desporto foi reconhecido não só pelo público, mas também pelos colegas Roger Federer, Novak Djokovic e Andy Murray, que se juntaram a ele no court num forte momento de solidariedade.
Outrora rivais ferozes, o quarteto conhecido como os "big four" juntou-se para celebrar e não para competir.
"Mostrámos ao mundo que podemos lutar tanto quanto possível, mas sendo bons colegas e respeitando-nos muito. E, para mim, significa muito o facto de estarem todos aqui", disse Nadal aos seus maiores rivais.
Em consonância com os seus valores familiares, Nadal agradeceu ao seu treinador de longa data e tio, Toni Nadal, bem como à sua mulher e ao seu filho mais novo.
O apreço estendeu-se aos adeptos e ao público francês, a quem atribuiu o mérito de o ter feito sentir-se em casa ao longo da sua carreira.
"Obrigado, França. Obrigado, Paris. Proporcionaram-me emoções e momentos que nunca poderia ter imaginado. Nunca se sabe como é gratificante ser apreciado no sítio que mais importa. ... Fizeram-me sentir como um francês", disse Nadal.
"Já não posso jogar à vossa frente, mas o meu coração e as minhas recordações estarão sempre ligados a este lugar mágico", rematou.
A homenagem culminou com dois símbolos duradouros do seu legado: um troféu comemorativo e uma placa recentemente instalada no court central Philippe-Chatrier, gravada com os seus 14 títulos e a pegada do seu sapato - um símbolo literal da marca que deixou no desporto e na terra batida do Roland Garros.