De acordo com as sondagens preliminares, o presidente da Câmara de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, venceu a primeira volta das eleições presidenciais na Polónia, este domingo, seguido de Karol Nawrocki. Os dois políticos vão defrontar-se na segunda volta, a 1 de junho.
O candidato da coligação polaca Plataforma Cívica (PO), Rafał Trzaskowski, conquistou 30,8% dos votos na primeira volta das eleições presidenciais, de acordo com as sondagens preliminares à boca das urnas realizadas no domingo à noite.
O segundo lugar foi para o candidato apoiado pelo Lei e Justiça (PiS), Karol Nawrocki, que obteve 29,1%, segundo a sondagem preparada pela Ipsos para a TVP, TVN e Polsat.
Já de acordo com uma sondagem efetuada pelo Nationwide Research Group (NRG) para a Telewizja Republika, Trzaskowski obteve 31,6% e Nawrocki 29,8%.
Os dois candidatos vão agora defrontar-se na segunda volta das presidenciais, que terá lugar a 1 de junho.
Slawomir Mentzen ficou em terceiro lugar, com 15,4% dos votos, de acordo com a sondagem da Ipsos - e 14% segundo a sondagem do NRG.
Treze candidatos participaram na primeira volta das eleições: 11 homens e duas mulheres.
Participação, incidentes e resultados
Durante uma conferência de imprensa às 18h30, a Comissão Eleitoral Estatal informou que a afluência às urnas tinha atingido 50,69% até às 17 horas.
Em comparação, a taxa de participação na anterior eleição presidencial de 2020, na primeira volta, foi de 64,5%.
Pouco mais de 28 milhões de pessoas estão aptas a votar na Polónia.
Na segunda e na terça-feira, a Comissão Eleitoral Estatal dará conta da afluência às urnas e dos resultados em conferências de imprensa.
Se a afluência às urnas for elevada, será preciso esperar até dois dias pelos resultados oficiais das eleições. O presidente da Comissão Eleitoral Estatal disse que esperava anunciar os resultados eleitorais na segunda-feira ao fim da tarde ou à noite.
Até à data, registaram-se três incidentes durante a votação de domingo. Dois idosos morreram nas assembleias de voto de Szczecin e Bielsko-Biała.
“Dos incidentes dignos de registo, parece que hoje um homem violento entrou numa assembleia de voto em Bielsko-Biała e começou uma rixa com outras pessoas. Como resultado dos desacatos, ele mordeu um dos membros da comissão no antebraço esquerdo”, informou Sylwester Marciniak, chefe da Comissão Eleitoral Estatal, na conferência de imprensa.
Campanha e polémica
A campanha eleitoral, que se prolongou oficialmente de 15 de janeiro até sexta-feira, foi repleta de numerosos temas controversos. Os principais eixos de discussão entre os candidatos foram a segurança, a migração, a defesa, a economia, a guerra na Ucrânia, as questões sociais, o aborto, as relações com a União Europeia e com os Estados Unidos. Houve também debates presidenciais na televisão pública e nos meios de comunicação privados.
A polémica dos últimos dias da campanha prendeu-se com o caso da compra de um apartamento por Nawrocki. Os colaboradores do seu opositor argumentaram que a compra tinha sido efetuada em violação da lei e da decência: o proprietário do apartamento tinha sido colocado num lar de idosos e Nawrocki não estava interessado no mesmo, apesar de se ter comprometido anteriormente a fazê-lo.
“Teria feito exatamente a mesma coisa”, afirmou. “Independentemente do facto de eu gostar ou não do senhor Jerzy, e eu gostava dele, adquiri este apartamento de uma forma legal”, acrescentou Nawrocki, comentando o caso.
Trzaskowski, por sua vez, teve de explicar os seus spots eleitorais preparados pela ONG Akcja Demokracja, que lhe é favorável. O candidato do PO distanciou-se do assunto, afirmando que nem ele nem a sua equipa tinham encomendado os anúncios.
Outros candidatos desistiram da corrida presidencial, como o pró-russo Maciej Maciak, o jornalista Krzysztof Stanowski, ou o candidato de extrema-direita e anti-europeu Grzegorz Braun.
A esquerda entrou nas eleições dividida, com dois políticos no ativo: a vice-presidente do Senado Magdalena Biejat e colíder do partido Razem, Adrian Zandberg, e a antiga vice-presidente da Aliança da Esquerda Democrática e eurodeputada Joanna Senyszyn.