Esta semana, debatemos a situação humanitária em Gaza, os esforços de paz para a Ucrânia e os desafios do novo Papa Leão XIV.
Que papel deve ter a União Europeia perante conflitos como Ucrânia / Rússia ou Hamas / Israel em Gaza? Há uma dualidade de critérios de Bruxelas e dos vários Estados-membros da União? Apesar da pressão de países como Irlanda ou Espanha, Bruxelas continua a permitir relações comerciais normais com Tel Aviv perante a situação de fome em Gaza?
José Manuel Ribeiro, membro do Comité das Regiões e presidente da Câmara de Valongo, afirma: “Ninguém percebe esta dualidade da UE em relação a Gaza e à Ucrânia, que são assuntos distintos, mas o que está a acontecer em Gaza é um processo de genocidio. Se a UE quer ser um ator respeitado no mundo, tem de ter coerência e ser dura com Israel, nesta questão humanitária.”
Isabel Marques da Silva, jornalista da Euronews, é peremptória: “Acho extraordinário não haver uma reação clara e veemente da UE e da Alta Representante deste controlo total do território de Gaza e da situação humanitária da fome.(...) É difícil que as duas visões na UE se ponham de acordo em relação a Israel - que conta com apoio da Áustria, Alemanha e Hungria , mas Irlanda, Espanha e Eslovénia defendem a posição da UE no respeito da lei humanitária internacional. Será possível uma coligação dos interessados ou da boa vontade para Gaza e não apenas para a Ucrânia?”
Para Ricardo Borges de Castro, analista de assuntos europeus, “a União Europeia nunca teve grande influência sobre o Médio Oriente e já sabíamos que há divisões entre países mais próximos de Israel e outros mais próximos da Palestina. Mas há formas de tentar pressionar os acontecimentos numa determinada direção, até porque é do nosso interesse.”
A posição da UE na guerra da Ucrânia, os recentes esforços de paz de vários líderes europeus, o rearmamento europeu perante os interesses dos EUA e os desafios do Papa Leão XIV são também temas em debate neste do programa semanal “Bruxelas, meu amor?”