Se não houver um vencedor no domingo, país segue para uma segunda volta no dia 1 de junho. Liberal Rafal Trzaskowski, presidente da Câmara de Varsóvia, lidera as sondagens
Mais de um ano após a coligação de centro-direita de Donald Tusk ter assumido a liderança do governo da Polónia, pondo fim a oito anos de domínio do partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), o país regressa às urnas para votar na primeira volta das eleições presidenciais.
Os presidentes polacos podem exercer um máximo de dois mandatos, e o atual chefe de Estado, Andrzej Duda, já vai no segundo, que termina a 6 de agosto.
Embora não defina nem execute políticas, a presidência polaca, em grande parte cerimonial, tem poderes de veto que podem causar muitos problemas ao governo. Duda, um conservador alinhado com o PiS, tem usado esse poder para bloquear legislação aprovada no parlamento.
O liberal Rafał Trzaskowski, do partido Plataforma Cívica (PO), presidente da Câmara de Varsóvia, lidera as sondagens (31%), seguido por dois conservadores que querem fazer descarrilar o programa de Tusk: Karol Nawrocki (25%), candidato apoiado pelo Lei e Justiça, e que já recebeu o apoio de Duda, e Slawomir Mentzen (13%), da Confederação, uma coligação de extrema-direita.
De acordo com os polacos ouvidos pela Euronews, a eleição não trará uma grande mudança no panorama eleitoral e os candidatos independentes e antissistema não têm qualquer hipótese de entrar na segunda volta.
A afluência às urnas, segundo constatou a Euronews nas ruas, poderá ser elevada, mas não deverá bater o recorde das eleições legislativas de 2023.
"Eu, pelo menos, não tenho ilusões. Não importa quem ganhe, acho que não vai mudar muita coisa", diz um eleitor. "Eu, pelo menos, gostaria de ver alguém de fora deste duopólio ter alguma hipótese", acrescenta.
"No entanto, os polacos vão acabar por querer resolver o assunto com as suas próprias mãos, porque o destino do nosso país depende destas eleições, por isso estou a contar que a afluência às urnas seja muito elevada", conta à Euronews um outro eleitor.
Um dos inquiridos salienta que vale a pena participar nas eleições, mesmo que a intenção do eleitor seja manifestar a sua oposição e votar nulo, querendo com isso expressar a sua falta de apoio a todos os candidatos.
"Só queria salientar que há uma grande diferença entre não ir às eleições e ir e votar nulo. Se não apoiarmos nenhum candidato, devemos exercer o direito que a democracia nos dá e votar nulo, isso é um sinal claro para os meios de comunicação social, para os políticos, para o público de que queremos, estamos a usar as eleições, mas infelizmente não temos em quem votar".
Rafał Trzaskowski é o favorito dos liberais, mas tem feito guinadas à direita para conquistar votos conservadores, o que pode pôr em risco a sua base eleitoral.
O seu principal adversário, Karol Nawrocki, é um conservador que privilegia os valores familiares e que tem feito críticas à Ucrânia para roubar eleitorado à Confederação, a que pertence Sławomir Mentzen um nacionalista de extrema-direita, que é contra a ajuda a Kiev e a integração na União Europeia.
Ao todo, cerca de 29 milhões de pessoas estão aptas a votar em 13 candidatos.
A primeira volta acontece no próximo domingo, dia 18 de maio. Se nenhum candidato obtiver mais de 50%, realiza-se uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados no dia 1 de junho.