Robert Francis Prevost, um americano de 69 anos, tornou-se o novo Papa, adotando o nome de Leão XIV. Era diretor do gabinete de avaliação das nomeações episcopais.
PUBLICIDADEO novo Papa foi escolhido.
Na primeira votação da tarde do segundo dia do conclave, pelas 17:00, hora de Lisboa, fumo branco saiu da chaminé do Vaticano sob aplausos estrondosos, assinalando que a maioria dos cardeais eleitores tinha chegado a uma decisão.
Pouco mais de uma hora depois, o novo Papa foi apresentado ao mundo: o Cardeal Robert Prevost, que tinha escolhido o nome papal Leão XIV.
“A paz esteja com todos vós”, foram as suas primeiras palavras aos mais de 100.000 fiéis que se tinham reunido na Praça de São Pedro.
“Espero que esta saudação de paz entre nos vossos corações, chegue às vossas famílias, a todas as pessoas, onde quer que estejam”, disse.
Prestou também homenagem ao seu antecessor, recordando “a voz suave, mas sempre corajosa, do Papa Francisco ao abençoar Roma”, e expressou-lhe o seu agradecimento.
O Papa Francisco morreu aos 88 anos a 21 de abril.
O Papa Leão XIV também refletiu profundamente sobre as suas raízes espirituais e a sua visão pastoral: “Sou um filho de Santo Agostinho, um agostiniano”.
“Contigo sou cristão, para ti sou bispo. Neste espírito, podemos caminhar todos juntos em direção à pátria que Deus nos preparou”.
O que sabemos sobre o Papa Leão XIV?
Robert Prevost foi trazido para o Vaticano pelo Papa Francisco em 2023 para servir como o poderoso chefe do escritório que examina as nomeações de bispos de todo o mundo, um dos trabalhos mais importantes da Igreja Católica.
Por esse motivo, teve uma proeminência no conclave que poucos outros cardeais tiveram.
Antes do conclave, um dos factores que o prejudicava era o facto de, desde há muito, existir um tabu em relação a um Papa norte-americano, dado o poder geopolítico já exercido pelos Estados Unidos na esfera secular.
Mas Prevost, 69 anos, natural de Chicago, é também um cidadão peruano depois de ter vivido no Peru durante anos, primeiro como missionário e depois como arcebispo.
Prevost também foi eleito duas vezes general, ou líder máximo, da ordem religiosa agostiniana fundada por Santo Agostinho no século XIII.
O Papa Francisco estava claramente de olho nele há anos, transferindo-o da liderança agostiniana de volta ao Peru em 2014 para servir como e mais tarde arcebispo de Chiclayo.
Permaneceu nessa posição, adquirindo a cidadania peruana em 2015, até que o Papa Francisco o levou para Roma em 2023 para assumir a presidência da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Nesse cargo, manteria um o regular com a hierarquia católica na parte do mundo que ainda conta com o maior número de católicos.
Desde a sua chegada a Roma, Prevost tem mantido um perfil público discreto, mas é bem conhecido dos homens que contam.
É significativo o facto de ter presidido a uma das reformas mais revolucionárias do Papa Francisco: acrescentar três mulheres ao bloco de votação que decide quais as nomeações de bispos a enviar ao Papa.
Qual é a sua posição relativamente a questões fundamentais?
Prevost é o primeiro padre nascido nos Estados Unidos a ocupar o cargo de chefe da Igreja Católica Romana. No período que antecedeu o conclave, não era considerado um dos principais candidatos à eleição do pontífice.
Prevost é conhecido pela sua abordagem moderada e pastoral e por alinhar com muitas das posições defendidas pelo seu antecessor, o Papa Francisco, mas há diferenças.
Antes da sua eleição como pontífice, Prevost não tinha um registo particularmente extenso de falar sobre questões LGBTQ+. No entanto, o New York Times noticiou que, em 2012, ele tinha criticado os meios de comunicação social que mostravam “simpatia por crenças e práticas que estão em desacordo com o evangelho”, incluindo o que ele chamou de “estilo de vida homossexual”.
Estas observações contrastam com o facto de o seu antecessor, o Papa Francisco, ter sido mais inclusivo em relação à comunidade LGBTQ+.
Em 2023, o falecido pontífice criticou as leis que criminalizam a homossexualidade como “injustas”, dizendo que Deus ama todos os seus filhos tal como eles são e apelou aos bispos católicos que apoiam as leis para acolherem as pessoas LGBTQ+ na Igreja.
“Ser homossexual não é um crime”, afirmou numa entrevista.
A sua posição sobre a crise climática está mais em sintonia com a do Papa Francisco, com o Papa Leão XIV a manifestar frequentemente a sua preocupação com os desafios ambientais e a sublinhar a importância da ação para resolver os problemas globais.
Recentemente, afirmou que a Igreja deve ar “das palavras à ação” e alertou para as consequências “nefastas” do desenvolvimento tecnológico descontrolado.
Embora o Papa Leão XIV seja considerado centrista e progressista nalgumas questões, é visto como conservador no que respeita à doutrina da Igreja.
Opõe-se à ordenação de mulheres como diáconos e tem-se pronunciado sistematicamente contra o aborto, classificando-o como “uma forma de assassínio”.