Mais de um terço das verbas, que serão disponibilizadas ao longo de dois anos, serão entregues sob a forma de apoio orçamental direto à Autoridade Palestiniana e destinam-se a melhorar a sustentabilidade financeira, a governação democrática e os serviços que ajudam o setor privado a desenvolver-se.
A União Europeia anunciou um pacote de ajuda financeira no valor de 1,6 mil milhões de euros para apoiar a Autoridade Palestiniana e financiar projetos na Cisjordânia, em Jerusalém e na Faixa de Gaza.
A oferta surge numa altura em que Israel alargou a sua ofensiva militar em Gaza durante o fim de semana.
Mais de um terço das verbas, que serão disponibilizadas ao longo de dois anos, serão entregues sob a forma de apoio orçamental direto à AP e destinam-se a melhorar a sustentabilidade financeira, a governação democrática e os serviços que ajudam o setor privado a desenvolver-se.
"O nosso programa visa apoiar o povo palestiniano na construção de um futuro sustentável", declarou Dubravka Šuica, comissária europeia responsável pelo Mediterrâneo.
"Trata-se da capacidade de governação. Trata-se de promover a recuperação económica. Trata-se de reforçar a capacidade de resistência do setor privado".
Falando aos jornalistas após conversações no Luxemburgo com o primeiro-ministro palestiniano Mohammad Mustafa, Dubravka Šuica afirmou que "uma Autoridade Palestiniana que funcione bem e renovada deve desempenhar um papel central na governação de Gaza após o conflito. É esta a nossa posição".
Mais de 576 milhões de euros em subvenções serão destinados a financiar projetos em vários setores nos territórios palestinianos, com 82 milhões de euros para a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, UNRWA.
O setor privado pode beneficiar de até 400 milhões de euros em empréstimos a baixo custo da UE, o maior doador mundial de ajuda aos palestinianos.
No domingo, Israel atacou um hospital no norte de Gaza, obrigando à retirada dos doentes, numa altura em que os ataques se intensificavam na Faixa de Gaza.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, o ataque, antes do amanhecer, atingiu o Hospital Al-Ahli, na cidade de Gaza, depois de Israel ter emitido um aviso de evacuação.
Pelo menos um doente morreu durante a evacuação do local, uma vez que os funcionários não puderam prestar cuidados urgentes.
Israel afirmou ter atingido um centro de comando do Hamas no hospital. Afirmou também que, antes do ataque, foram tomadas medidas para atenuar os danos.
O Hamas descreveu o ataque israelita ao hospital como um "novo crime de guerra" e afirmou que fazia parte de uma série de ataques contra as infraestruturas de saúde em Gaza.
A guerra em Gaza começou depois de os combatentes do Hamas terem levado a cabo um ataque no sul de Israel a 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas, na maioria civis.
Foram feitos 251 reféns, a maior parte dos quais foram entretanto libertados no âmbito das negociações entre as duas partes. Restam 59 reféns, 24 dos quais se pensa estarem ainda vivos.
O Ministério da Saúde, dirigido pelo Hamas, afirma que mais de 50.000 palestinianos foram mortos em Gaza, mas não faz distinção entre combatentes e civis na sua contagem.