O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, e o principal diplomata ucraniano, Andrii Sybiha, acusaram-se mutuamente sobre ataques a infraestruturas energéticas, apesar do cessar-fogo limitado mediado pelos EUA, enquanto falavam em painéis separados no Fórum Diplomático de Antalya.
A Rússia e a Ucrânia acusaram-se mutuamente de violar o cessar-fogo em relação aos ataques às infraestruturas energéticas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, e o seu homólogo ucraniano, Andrii Sybiha falaram em diferentes painéis no Fórum Diplomático de Antalya, na Turquia.
Lavrov disse que a Rússia não atacou nenhuma instalação energética ucraniana desde 18 de março, quando o presidente russo, Vladimir Putin, concordou em suspender os ataques durante 30 dias num telefonema com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Lavrov acusou a Ucrânia de violar os termos do acordo negociado com os EUA e disse que forneceu a lista de locais de energia visados pela Ucrânia às várias partes envolvidas nos esforços diplomáticos.
"Temos mantido a palavra. E os ucranianos têm-nos atacado desde o início, todos os dias, talvez com duas ou três excepções", disse Lavrov.
"Entreguei aos nossos colegas da Turquia, ao Ministro dos Negócios Estrangeiros (Hakan) Fidan, o que entregámos aos americanos, à ONU e à OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), a lista de factos, enumerando os ataques da Ucrânia durante as últimas três semanas contra as infra-estruturas energéticas russas".
Sybiha contestou as afirmações de Lavrov, acusando a Rússia de não levar a sério a paz, afirmando que o Kremlin lançou milhares de projécteis contra a Ucrânia nas últimas semanas.
"A Rússia aumentou o terror e lutou - tenho estatísticas comigo - e lançou quase 70 mísseis, mais de 2.000 drones Shahed e mais de 6.000 bombas aéreas guiadas contra a Ucrânia, principalmente contra civis. Isto mostra claramente ao mundo quem quer a paz e quem quer a guerra", disse Sybiha.
Lavrov também alertou para o facto de um potencial acordo sobre o Mar Negro só poder ser implementado depois de resolvidas as questões relativas aos seguros, ao comércio e ao o aos portos por parte das organizações russas.
Os pormenores do possível acordo não foram divulgados, mas parece marcar outra tentativa de garantir a segurança do transporte marítimo no Mar Negro após um acordo de 2022 mediado pela ONU e pela Turquia, mas interrompido pela Rússia no ano seguinte.
Desta vez, quando o presidente Trump sugeriu outro acordo para o Mar Negro, Putin disse: "Sim, estamos prontos, mas precisamos de tirar lições do ado", disse Lavrov.
"Vamos resolver as questões relativas ao comércio, aos seguros, às escalas nos portos. Os americanos tomaram isto e estão a considerar. Não voltaram a ar-nos depois disto", acrescentou.
O principal diplomata russo afirmou que Washington tem estado a considerar as exigências de Moscovo, mas ainda não respondeu às mesmas.
A Casa Branca afirmou em março que os EUA "ajudarão a restabelecer o o da Rússia ao mercado mundial das exportações agrícolas e de fertilizantes, a reduzir os custos dos seguros marítimos e a melhorar o o aos portos e aos sistemas de pagamento para essas transacções".
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que "vamos avaliar" as condições russas, referindo que algumas delas "incluem sanções que não são nossas, pertencem à União Europeia".