A Ucrânia aprovou uma proposta de cessar-fogo dos EUA, mas a Rússia bloqueou-a, através da imposição de novas condições. Os governos europeus acusaram Putin de estar a arrastar a situação.
O enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, encontra-se na Rússia para conversações com o presidente russo Vladimir Putin, a terceira reunião numa tentativa de levar o Kremlin a aceitar um cessar-fogo total na Ucrânia.
Witkoff, que tem vindo a pressionar o Kremlin a aceitar uma trégua, encontrou-se inicialmente com o enviado de Putin, Kirill Dmitriev. A reunião surge num contexto de dúvidas crescentes sobre a vontade de Putin em pôr termo a uma guerra que dura há mais de três anos.
Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu na sua rede social Truth Social que “a Rússia tem de avançar” para pôr fim à guerra, acrescentando que esta é “terrível e sem sentido”.
A Ucrânia aprovou uma proposta de cessar-fogo dos EUA, mas a Rússia bloqueou-a efetivamente, através da imposição de novas condições.
Os governos europeus acusaram Putin de estar a arrastar a situação.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse antes das conversações que “não são esperados avanços”, acrescentando que “o processo de normalização das relações está em curso”.
“A Rússia continua a utilizar as conversações bilaterais com os Estados Unidos para atrasar as negociações sobre a guerra na Ucrânia, o que sugere que o Kremlin continua desinteressado em negociações de paz sérias para acabar com a guerra”, afirmou o Instituto para o Estudo da Guerra, um grupo de reflexão com sede em Washington, numa avaliação efetuada na quinta-feira.
Washington continua empenhado em garantir um acordo de paz, apesar de terem ado quatro semanas desde que apresentou as suas propostas de cessar-fogo, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce.
"Trata-se de uma dinâmica que não será resolvida militarmente. É uma trituradora de carne“, referiu Bruce, acrescentando que ”nada mais pode ser discutido... até que os bombardeamentos e a matança parem".