O Governo húngaro promove a sua sondagem nacional sobre a adesão da Ucrânia dirigindo-se aos dirigentes da UE e da Ucrânia.
O presidente do Partido Popular Europeu (PPE), o maior grupo do Parlamento Europeu, disse que se sente privilegiado por ser visado numa atual campanha de cartazes do governo húngaro.
O governo húngaro está a incentivar os cidadãos a votar numa consulta nacional sobre a candidatura da Ucrânia à adesão à UE. O governo de Viktor Orbán é favorável ao bloqueio da adesão de Kiev, considerando-a prejudicial para a UE e para a economia húngara.
Os cartazes foram concebidos para encorajar as pessoas a votar e mostram imagens do presidente do PPE, Manfred Weber, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, juntamente com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenskyy, sob o lema: "Não os deixem decidir sobre as nossas cabeças".
Weber afirmou que o facto de os seus rostos estarem nos cartazes é um sinal de que estão a fazer um bom trabalho, quando questionado durante uma conferência de imprensa em Bruxelas.
"É uma espécie de privilégio, entretanto, ser um dos principais pontos de ataque da propaganda de Viktor Orbán. Temos visto isto acontecer há meses e anos. Isto continua a confirmar o que defendemos enquanto Partido Popular Europeu. Somos o partido da Europa, somos o partido do Estado de direito e somos o partido do apoio à Ucrânia", acrescentou.
A Hungria efectua regularmente sondagens não vinculativas junto da população para colocar questões sobre diferentes temas nacionais e internacionais. Os resultados dessas sondagens não são juridicamente vinculativos para o governo. O Governo de Viktor Orbán também retrata frequentemente os líderes da UE em cartazes publicitários. Em 2023, von der Leyen foi retratada juntamente com Alex Soros, filho do bilionário George Soros e atual presidente da Open Society Foundation, sob o lema: "Não vamos dançar ao som da música deles!"
A Comissão recusou-se a comentar a campanha de cartazes, acrescentando que as sondagens consultivas são da competência das autoridades nacionais e que, para a UE, a adesão da Ucrânia continua a ser uma prioridade.
"A Ucrânia pertence à família europeia. É por isso que a UE iniciou as negociações de adesão com a Ucrânia em junho de 2024", afirmou um porta-voz da Comissão.
Nas duas últimas reuniões do Conselho Europeu em Bruxelas, o Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orbán, deixou claro que o seu governo se opõe à ajuda financeira ou militar à Ucrânia e assinalou a sua vontade de bloquear a futura adesão da Ucrânia. Orbán afirmou que a reconstrução pós-guerra da Ucrânia seria um desastre financeiro para a UE e que o facto de a Ucrânia integrar o mercado comum desviaria da Hungria importantes fundos de coesão e agrícolas.