Após semanas de negociações, a CDU/CSU e o SPD chegaram a um acordo que irá sustentar o próximo governo alemão, liderado por Friedrich Merz.
Na tarde de quarta-feira, os líderes da CDU e do SPD apresentaram publicamente os resultados e os acordos alcançados nas conversações da coligação. Foram também anunciadas as nomeações para os ministérios centrais.
Entre outros, o SPD vai receber o Ministério das Finanças, o Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça. Por outro lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Economia e o Ministério da Saúde, entre outros, irão para a CDU. O partido irmão CSU receberá, entre outros, o Ministério do Interior.
Assim, Lars Klingbeil (SPD) tornar-se-á ministro das Finanças e vice-chanceler. Johann Wadephul (CDU) é considerado um possível ministro dos Negócios Estrangeiros. Alexander Dobrindt (CSU) é apontado como ministro do Interior e Dorothee Bär (CSU) como ministra da Educação. Boris Pistorius (SPD) poderá manter-se como ministro da Defesa.
Que partido vai ficar com que ministério?
As questões individuais ainda não estão concluídas, mas é claro quais os ministérios que irão para cada partido. Os seguintes ministérios irão para a CDU:
- Chancelaria Federal
- Ministério dos Assuntos Económicos e da Energia
- Ministério dos Negócios Estrangeiros
- Ministério da Educação, da Família, dos Idosos, da Mulher e da Juventude
- Ministério da Saúde
- Ministério dos Transportes
- Ministério da Digitalização e da Modernização do Estado
O partido irmão, a CSU, deverá assumir os seguintes ministérios:
- Ministério do Interior
- Ministério da Investigação, da Tecnologia e do Espaço
- Ministério da Alimentação, da Agricultura e dos Assuntos Internos
Por último, o SPD deverá assumir a direção dos sete ministérios seguintes:
- Ministério das Finanças
- Ministério da Justiça e da Proteção dos Consumidores
- Ministério do Trabalho e dos Assuntos Sociais
- Ministério da Defesa
- Ministério do Ambiente, da Proteção do Clima, da Conservação da Natureza e da Segurança Nuclear
- Ministério da Cooperação Económica e do Desenvolvimento
- Ministério da Habitação, do Desenvolvimento Urbano e da Construção
Migration und Steuern
Migração e impostos
Os pontos de fricção nas negociações da coligação foram o rumo da política de migração e as questões dos impostos e das pensões.
Nos últimos dias, os políticos da CDU advertiram o futuro chanceler Friedrich Merz para que não fizesse demasiadas concessões ao SPD, diluindo assim a “viragem política” prometida durante a campanha eleitoral.
Na conferência de imprensa, o futuro chanceler Friedrich Merz (CDU) anunciou controlos nas fronteiras nacionais, uma ofensiva de repatriamento e um aumento do número de países de origem seguros no que diz respeito à migração. Markus Söder, ministro presidente da Baviera, da CSU, acrescentou que as deportações para o Afeganistão e a Síria deveriam ser retomadas.
No entanto, Lars Klingbeil, líder do SPD, afirmou na tarde de quarta-feira que a Alemanha continuará a ser um país de imigração: “Organizamos e controlamos a migração com regras claras e acções coerentes, incluindo contra a migração irregular. Sempre foi claro que o direito fundamental de asilo permanece inviolável”.
Segundo o jornal “Bild”, o SPD parece não ter prevalecido sobre a questão do aumento dos impostos para os trabalhadores com rendimentos médios e elevados. Foi acordado que a taxa de imposto deveria entrar em vigor um pouco mais tarde e ser um pouco mais baixa. Desta forma, reduzir-se-ia a carga fiscal para todos os contribuintes.
A pensão ativa deverá ser introduzida a partir de 2026. O nível da pensão manter-se-á nos atuais 48%, mas deverá ser garantido até 2031.
Além disso, os refugiados ucranianos receberão menos benefícios e o imposto sobre as sociedades diminuirá um por cento por ano a partir de 2026.