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"Não se pode confiar na Rússia", alerta Kallas antes do encontro de Trump com Putin

Kaja Kallas falou aos jornalistas após uma reunião ministerial em Bruxelas.
Kaja Kallas falou aos jornalistas após uma reunião ministerial em Bruxelas. Direitos de autor European Union, 2025.
Direitos de autor European Union, 2025.
De Jorge Liboreiro
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Vladimir Putin está a "apresentar exigências que são objetivos finais", disse Kaja Kallas na segunda-feira, em reação às condições prévias impostas pelo líder russo para aceitar a proposta americana de um cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia.

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"A Rússia não quer paz na Ucrânia e não se pode confiar nela para atingir esse objetivo", alertou a alta representante, Kaja Kallas, na véspera de uma nova conversa telefónica entre Donald Trump e Vladimir Putin, que a Europa irá certamente seguir com grande atenção.

A Rússia "vai aproveitar esta oportunidade para apresentar todo o tipo de exigências e o que já vemos é que estão a apresentar exigências que são objetivos finais", disse Kallas na segunda-feira à tarde, após uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas.

Os comentários de Kallas são uma reação à resposta não comprometedora de Putin à proposta da Casa Branca para um cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, que Kiev já aceitou. O líder russo pediu que fossem clarificadas algumas "condições", nomeadamente se o fornecimento de armas e munições por parte do Ocidente iria continuar.

"Durante estes 30 dias, a mobilização vai continuar na Ucrânia? As armas vão ser fornecidas? Estes 30 dias são necessários para que as novas unidades mobilizadas sejam treinadas? Ou será que nada disso vai acontecer?", questionou Putin numa conferência de imprensa na semana ada.

Putin também falou de uma solução para resolver aquilo a que chamou as "causas profundas" da guerra, um termo que emprega frequentemente para exigir a desmilitarização da Ucrânia e um compromisso de neutralidade, ambos os quais Kiev rejeita categoricamente.

"A bola está no campo da Rússia", disse Kallas na segunda-feira.

"O que vemos neste momento é que a Rússia não quer a paz. Houve um entendimento à volta da mesa de que não se pode confiar na Rússia".

Questionada sobre se a Europa será convidada para as conversações lideradas pelos EUA, Kallas disse: "Como vemos, não há mesa de negociações porque a Rússia não vem à mesa de negociações".

Kęstutis Budrys, ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, que participou na reunião de segunda-feira, disse que o ónus das concessões deve ser colocado sobre o agressor.

"Exigimos da Ucrânia uma posição incondicional quando vemos tantas condições do lado de Putin, e vemos a verdadeira intenção", disse Budrys à chegada.

"Não há lugar para a paz no plano imperialista de Putin, isso é óbvio e estas ações mostram mais do que as próprias palavras".

A sua homóloga finlandesa, Elina Valtonen, expressou uma mensagem semelhante. "O esforço genuíno do presidente Trump para alcançar a paz não deve ser mal utilizado por Putin para enfraquecer ainda mais a Ucrânia e voltar com a agressão num futuro próximo", afirmou.

O ceticismo é partilhado pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, que descreveu as condições prévias de Putin como "muito previsíveis e muito manipuladoras".

Zelenskyy apontou as notícias sobre o reforço militar russo na fronteira com a região de Summy, como uma prova "clara" de que Putin pretende "ignorar a diplomacia" e "prolongar a guerra".

"Isto indica uma intenção de atacar", disse Zelenskyy durante o fim de semana.

Trump, pelo contrário, pareceu mais otimista ao anunciar asua intenção de manter uma chamada telefónica com Putin na terça-feira, o que o Kremlin confirmou.

"Vamos falar de terras. Vamos falar de centrais elétricas", disse Trump no domingo, acrescentando que os negociadores já tinham discutido "a divisão de certos ativos".

"Penso que temos uma boa hipótese", acrescentou.

É justo dizer que Bruxelas vai estar atenta ao resultado do encontro entre Trump e Putin.

A última vez que os dois homens falaram, a 12 de fevereiro, concordaram em lançar "imediatamente" negociações para acabar com a guerra, apanhando todos os aliados ocidentais de surpresa.

A conversa desmantelou três anos de determinação transatlântica unificada para isolar o Kremlin e fez com que os europeus se esforçassem por reafirmar a sua posição na diplomacia em rápida evolução. Desde então, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, assumiram a liderança na criação de uma coligação de interessados para salvaguardar um potencial acordo em solo e espaço aéreo ucranianos.

A coligação deverá reunir "mais de 30 países", de acordo com o gabinete de Starmer. "Não se trata apenas de enviar tropas, mas também de contribuir de outras formas", disse o porta-voz de Starmer na segunda-feira, sem nomear os países.

A própria Kallas apresentou um plano para formar uma nova coligação de pessoas dispostas a mobilizar até 40 mil milhões de euros numa nova ajuda militar à Ucrânia a curto prazo. A iniciativa implicaria contribuições voluntárias para contornar o veto da Hungria (e possivelmente da Eslováquia) e estaria aberta a promessas de países não pertencentes à UE, como o Reino Unido e a Noruega.

Em declarações aos jornalistas, Kallas afirmou que existe um "amplo apoio político" ao seu projeto, mas alertou para a necessidade de mais trabalho técnico antes de este poder ser finalizado.

"Neste momento, a discussão está nos pormenores", disse Kallas. "Espero que consigamos avançar, porque todos compreenderam, à volta da mesa, que devemos mostrar a nossa determinação neste momento e apoiar a Ucrânia para que se possa defender".

A iniciativa de Kallas deverá ser debatida pelos líderes da UE durante a cimeira de quinta-feira.

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