A Polónia já gasta mais do seu PIB com a defesa do que qualquer outro país da NATO, seguida da Estónia e dos EUA.
O presidente polaco, Andrzej Duda, anunciou na quarta-feira que o seu país planeia gastar 4,7% do PIB na defesa este ano.
De acordo com Duda, o orçamento da defesa nacional deverá atingir 30 mil milhões de euros, algo que o tornaria no maior orçamento de defesa entre os países da NATO. A Polónia já gasta 4,1% do seu PIB com a defesa.
Durante uma reunião com os principais comandantes das forças armadas polacas, Duda também sublinhou que a Polónia tenciona reforçar a sua aliança de defesa com os EUA.
"Temos uma base antimíssil americana permanente e forte na Polónia", disse Duda, "e continuamos a comprar o equipamento mais moderno para o exército polaco".
Varsóvia, que apoia a luta da Ucrânia contra a invasão em grande escala da Rússia, está a fazer grandes aquisições de equipamento militar, incluindo caças, tanques e sistemas de defesa antimíssil dos EUA e da Coreia do Sul.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem-se queixado ultimamente de que os aliados da UE na NATO não estão a gastar os 2% do seu PIB na defesa. Depois de ter afirmado que encorajaria a Rússia a "fazer o que bem entendesse" com os aliados que não pagassem o suficiente, Trump apelou a que o limite de despesa fosse aumentado para 5%.
Trump também afirmou que não excluiria o uso de força militar para ganhar o controlo da Gronelândia, um território semi-autónomo, pertencente à Dinamarca, membro da NATO.
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, concordou publicamente com a necessidade de aumentar as despesas em toda a aliança e apelou aos seus colegas da UE para que protejam o flanco oriental da Europa contra a agressão da Rússia.
"Não há alternativa, a Europa tem de financiar o projeto East Shield", afirmou Tusk numa cimeira de defesa da UE, realizada em Bruxelas esta semana.
A Comissão Europeia estima que o bloco precisa de investir 500 mil milhões de euros no sector da defesa ao longo da próxima década, de forma a poder continuar a apoiar a Ucrânia e, ao mesmo tempo, garantir que está em condições de se defender após décadas de subinvestimento.
Apesar das sanções impostas pelo Ocidente para paralisar a sua economia e minar a sua capacidade de fazer guerra, as agências de informação alertaram para o facto de a Rússia continuar a ultraar os seus homólogos europeus em equipamento militar e poder estar em posição de atacar um país da UE até 2030.
O presidente lituano, Gitanas Nausėda, afirmou em janeiro que a Lituânia decidiu aumentar as suas despesas com a defesa para 5% a 6% do total da produção económica nacional a partir de 2026, citando a ameaça de agressão russa na região.