A Comissão Europeia tinha proposto a suspensão do regime de isenção de vistos para os diplomatas e funcionários georgianos em resposta à violenta repressão dos manifestantes, que saíram à rua durante semanas para denunciar a aproximação do partido no poder à Rússia.
A Geórgia reagiu com indignação à suspensão, por parte da União Europeia, de um acordo mútuo de isenção de vistos.
A situação pode levar a que os diplomatas e funcionários georgianos tenham de pedir vistos quando se deslocam a um Estado-membro da UE.
Em declarações à Euronews, um dia após o anúncio da suspensão, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Geórgia, Maka Botochorishvili, considerou a decisão “politicamente errada”.
“Juridicamente, é absolutamente infundada e sem sentido. Não há qualquer prova ou explicação sobre como os diplomatas georgianos estão a criar ameaças, ou a ameaçar a ordem pública na União Europeia ou nos Estados-Membros da UE”, afirmou.
“Penso que é [uma decisão] absolutamente contra os valores europeus, que é algo a que nos referimos com muita frequência, o que é muito lamentável.”
A “intenção de fazer parte da UE” continua a existir
A decisão do Conselho Europeu surgiu em resposta a leis controversas que o parlamento da Geórgia aprovou no ano ado e que, segundo Bruxelas, minam os direitos democráticos fundamentais.
A decisão foi descrita como sendo uma reação à adoção de leis georgianas controversas sobre a influência estrangeira e os valores familiares.
O ministro polaco do Interior e da istração, Tomasz Siemoniak, afirmou que “os direitos fundamentais e os valores democráticos são o princípio fundamental da integração na UE”, acrescentando que os funcionários de um país “que espezinha estes valores não devem beneficiar de um o facilitado à UE”.
Botchorishvili rejeitou esta ideia, sublinhando a vontade da Geórgia de prosseguir o seu caminho para a adesão à UE.
“A Geórgia tem sido um parceiro dedicado da União Europeia e isso não são apenas palavras vazias”, garantiu Botchorishvili, acrescentando que o seu país mantém ”a intenção de fazer parte da União Europeia. E estamos a levar isso muito a sério”.
Na sequência de uma decisão do governo georgiano, em novembro de 2024, a abertura de negociações com a UE sobre a adesão ao bloco está suspensa até 2028.