{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2025/01/27/estou-me-nas-tintas-para-o-ocidente-diz-lukashenko-enquanto-a-ue-ameaca-com-sancoes" }, "headline": "\u0022Estou-me nas tintas para o Ocidente\u0022, diz Lukashenko enquanto a UE amea\u00e7a com san\u00e7\u00f5es", "description": "Os votos finais ainda est\u00e3o a ser contados e os resultados s\u00f3 dever\u00e3o ser divulgados no final da manh\u00e3 de segunda-feira, mas a televis\u00e3o estatal prev\u00ea que Lukashenko ganhe com quase 88% dos votos.", "articleBody": "A Uni\u00e3o Europeia (UE) amea\u00e7ou com novas san\u00e7\u00f5es contra a Bielorr\u00fassia, depois de ter sido dada como praticamente certa a s\u00e9tima vit\u00f3ria eleitoral consecutiva do presidente do pa\u00eds, Alexander Lukashenko, que est\u00e1 no cargo desde 1994. \u0022As elei\u00e7\u00f5es fraudulentas que se realizaram hoje na Bielorr\u00fassia n\u00e3o foram nem livres nem justas\u0022, declarou a chefe da pol\u00edtica externa da UE, Kaja Kallas, numa declara\u00e7\u00e3o conjunta com a Comiss\u00e1ria respons\u00e1vel pelo alargamento, Marta Kos.\u0022A repress\u00e3o implac\u00e1vel e sem precedentes dos direitos humanos, as restri\u00e7\u00f5es \u00e0 participa\u00e7\u00e3o pol\u00edtica e ao o aos meios de comunica\u00e7\u00e3o social independentes na Bielorr\u00fassia privaram o processo eleitoral de qualquer legitimidade\u0022, l\u00ea-se na declara\u00e7\u00e3o.Os eurodeputados instaram o governo bielorrusso a libertar os presos pol\u00edticos, incluindo um funcion\u00e1rio da delega\u00e7\u00e3o da UE na capital, Minsk.Kallas e Kos afirmaram que a decis\u00e3o de convidar observadores da Organiza\u00e7\u00e3o para a Seguran\u00e7a e Coopera\u00e7\u00e3o na Europa h\u00e1 apenas 10 dias impediu o grupo de monitorizar todo o processo eleitoral.\u0022Por estas raz\u00f5es, bem como pelo envolvimento do regime bielorrusso na guerra de agress\u00e3o da R\u00fassia contra a Ucr\u00e2nia e nos seus ataques h\u00edbridos contra os seus vizinhos, a UE vai continuar a impor medidas restritivas e direcionadas\u0022 contra o governo bielorrusso, escreveram ainda as respons\u00e1veis da UE.N\u00e3o foram dados mais pormenores sobre os objetivos do eventual novo pacote de san\u00e7\u00f5es nem sobre a data da sua aplica\u00e7\u00e3o.Na Europa, os resultados das elei\u00e7\u00f5es, que apontam para uma percentagem de quase 88% dos votos para Lukashenko, foram recebidos com muitas cr\u00edticas e at\u00e9 esc\u00e1rnio.\u0022O povo da Bielorr\u00fassia n\u00e3o teve escolha. \u00c9 um dia amargo para todos os que anseiam pela liberdade e pela democracia\u0022, afirmou a ministra alem\u00e3 dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Annalena Baerbock, numa publica\u00e7\u00e3o no X.O ministro polaco dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski, surpreendeu-se com o facto de \u0022apenas\u0022 87,6% dos eleitores terem votado em Lukashenko.\u0022O resto caber\u00e1 nas pris\u00f5es?\u0022, perguntou.A vit\u00f3ria de Lukashenko nas elei\u00e7\u00f5es de 2020 foi tamb\u00e9m considerada uma farsa pelo Ocidente e o resultado desencadeou semanas de protestos generalizados em todo o pa\u00eds.Houve uma repress\u00e3o brutal por parte das for\u00e7as de seguran\u00e7a, o que se traduziu em 65 mil deten\u00e7\u00f5es.Estima-se que existam 1200 presos pol\u00edticos no sistema prisional bielorrusso e cerca de 500 mil pessoas fugiram do pa\u00eds ap\u00f3s as elei\u00e7\u00f5es de 2020, pelo que n\u00e3o podem votar.A organiza\u00e7\u00e3o Rep\u00f3rteres Sem Fronteiras apresentou uma queixa contra Lukashenko no Tribunal Penal Internacional devido \u00e0 repress\u00e3o da liberdade de express\u00e3o, que levou \u00e0 deten\u00e7\u00e3o de 397 jornalistas desde 2020. 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"Estou-me nas tintas para o Ocidente", diz Lukashenko enquanto a UE ameaça com sanções

Alexander Lukashenko gesticula enquanto fala à comunicação social após a votação nas eleições presidenciais em Minsk, 26 de janeiro de 2025
Alexander Lukashenko gesticula enquanto fala à comunicação social após a votação nas eleições presidenciais em Minsk, 26 de janeiro de 2025 Direitos de autor Pavel Bednyakov/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Pavel Bednyakov/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
De Gavin Blackburn com AP
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Os votos finais ainda estão a ser contados e os resultados só deverão ser divulgados no final da manhã de segunda-feira, mas a televisão estatal prevê que Lukashenko ganhe com quase 88% dos votos.

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A União Europeia (UE) ameaçou com novas sanções contra a Bielorrússia, depois de ter sido dada como praticamente certa a sétima vitória eleitoral consecutiva do presidente do país, Alexander Lukashenko, que está no cargo desde 1994.

"As eleições fraudulentas que se realizaram hoje na Bielorrússia não foram nem livres nem justas", declarou a chefe da política externa da UE, Kaja Kallas, numa declaração conjunta com a Comissária responsável pelo alargamento, Marta Kos.

"A repressão implacável e sem precedentes dos direitos humanos, as restrições à participação política e ao o aos meios de comunicação social independentes na Bielorrússia privaram o processo eleitoral de qualquer legitimidade", lê-se na declaração.

Os eurodeputados instaram o governo bielorrusso a libertar os presos políticos, incluindo um funcionário da delegação da UE na capital, Minsk.

Membros da comissão eleitoral preparam-se para contar os boletins de voto após a votação para as eleições presidenciais numa assembleia de voto em Minsk, 26 de janeiro de 2025
Membros da comissão eleitoral preparam-se para contar os boletins de voto após a votação para as eleições presidenciais numa assembleia de voto em Minsk, 26 de janeiro de 2025Pavel Bednyakov/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

Kallas e Kos afirmaram que a decisão de convidar observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa há apenas 10 dias impediu o grupo de monitorizar todo o processo eleitoral.

"Por estas razões, bem como pelo envolvimento do regime bielorrusso na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e nos seus ataques híbridos contra os seus vizinhos, a UE vai continuar a impor medidas restritivas e direcionadas" contra o governo bielorrusso, escreveram ainda as responsáveis da UE.

Não foram dados mais pormenores sobre os objetivos do eventual novo pacote de sanções nem sobre a data da sua aplicação.

Na Europa, os resultados das eleições, que apontam para uma percentagem de quase 88% dos votos para Lukashenko, foram recebidos com muitas críticas e até escárnio.

"O povo da Bielorrússia não teve escolha. É um dia amargo para todos os que anseiam pela liberdade e pela democracia", afirmou a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, numa publicação no X.

O ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski, surpreendeu-se com o facto de "apenas" 87,6% dos eleitores terem votado em Lukashenko.

"O resto caberá nas prisões?", perguntou.

A vitória de Lukashenko nas eleições de 2020 foi também considerada uma farsa pelo Ocidente e o resultado desencadeou semanas de protestos generalizados em todo o país.

Houve uma repressão brutal por parte das forças de segurança, o que se traduziu em 65 mil detenções.

Estima-se que existam 1200 presos políticos no sistema prisional bielorrusso e cerca de 500 mil pessoas fugiram do país após as eleições de 2020, pelo que não podem votar.

A organização Repórteres Sem Fronteiras apresentou uma queixa contra Lukashenko no Tribunal Penal Internacional devido à repressão da liberdade de expressão, que levou à detenção de 397 jornalistas desde 2020. Segundo a organização, 43 estão na prisão.

Desde julho, Lukashenko libertou cerca de 250 pessoas que, segundo os ativistas dos direitos humanos, foram presas por razões políticas.

Numa conferência de imprensa de mais de quatro horas após ter votado em Minsk, Lukashenko negou que se tratasse de prisioneiros políticos e disse que foram libertados "com base nos princípios da verdadeira humanidade".

"Não são presos políticos, violaram o Código Penal. Se alguém estiver interessado, podemos mostrar o processo criminal agora e mostrar quais os artigos da lei que foram violados. Podem dizer que a nossa lei é má, mas é a lei.", afirmou.

Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko vota em Minsk, 26 de janeiro de 2025
Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko vota em Minsk, 26 de janeiro de 2025Pavel Bednyakov/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

Na mesma conferência de imprensa, Lukashenko disse também que previa "algum tipo de resolução" para a guerra na Ucrânia em 2025, o que não significava necessariamente o fim total dos combates.

Lukashenko é um aliado próximo do presidente russo Vladimir Putin e Moscovo utilizou parcialmente o território bielorrusso para lançar a invasão da Ucrânia em 2022.

"Provavelmente continuaremos em conflito durante muito tempo. Somos eslavos, se começarmos a entrar em conflito, vai durar muito tempo. Mas haverá uma resolução. A luz ao fundo do túnel vai aparecer este ano", referiu.

Mas é pouco provável que a condenação dos líderes ocidentais ou a ameaça de sanções da UE façam grande diferença para Lukashenko.

"Estou-me nas tintas para o Ocidente", disse.

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