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Resultados à boca das urnas: Lukashenko reeleito sem surpresas com 87,6% dos votos

Um homem vota numa assembleia de voto em Minsk durante a votação antecipada das eleições presidenciais, 25 de janeiro de 2025
Um homem vota numa assembleia de voto em Minsk durante a votação antecipada das eleições presidenciais, 25 de janeiro de 2025 Direitos de autor Pavel Bednyakov/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Pavel Bednyakov/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
De Gavin Blackburn com AP, EBU
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O atual Presidente Lukashenko foi reeleito com mais de 87% dos votos. Este resultado foi apurado pela única sondagem à boca-de-urna encomendada no país no encerramento das assembleias de voto. Os resultados oficiais serão anunciados na segunda-feira.

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Encerraram as urnas na Bielorrússia para as eleições presidenciais. De acordo com as sondagens à boca da urna do Comité das Organizações Juvenis da Bielorrússia, o atual presidente Alexander Lukashenko venceu as eleições presidenciais com 87,6% dos votos, conquistando o seu sétimo mandato.

A agência noticiosa russa Tass refere que o presidente do Partido Liberal Democrático, Oleg Gaidukevich, obteve 1,8% dos votos, a empresária Anna Kanopatskaya 1,6%, o primeiro secretário do Comité Central do Partido Comunista, Sergei Syrankov, 2,7%, o presidente do Partido Republicano do Trabalho e juiz Alexander Khizhnyak 1,2% e 5,1% dos eleitores não votaram. Esta é a única sondagem à boca das urnas para as eleições presidenciais na Bielorrússia.

Eleições sem campanha eleitoral

As urnas abriram na Bielorrússia para as eleições presidenciais, que deverão conduzir o atual presidente Alexander Lukashenko a um sétimo mandato.

A votação começou depois de um período de febre eleitoral quase inexistente. Em Minsk, a capital, não há quase nenhuns cartazes a promover os candidatos e a campanha eleitoral tem sido escassa.

Até o próprio Lukashenko parece desinteressado do processo.

"Não estou a acompanhar a campanha eleitoral", disse ele no início desta semana numa fábrica de automóveis estatal. "Não tenho tempo."

Lukashenko, de 70 anos, frequentemente apelidado de "o último ditador da Europa", governa a Bielorrússia com mão de ferro desde 1994.

Pessoas caminham junto a um baixo-relevo de solidariedade em Minsk, 25 de janeiro de 2025
Pessoas caminham junto a um baixo-relevo de solidariedade em Minsk, 25 de janeiro de 2025Pavel Bednyakov/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

Muitos dos seus opositores políticos foram presos ou fugiram para o estrangeiro.

"Há um clima de depressão na Bielorrússia. A maior parte das pessoas que costumavam protestar ativamente e expressar as suas opiniões políticas são agora intimidadas", afirmou Darja Rudkova, uma bielorrussa que vive no exílio.

Nas últimas eleições, em 2020, Lukashenko foi declarado vencedor com 80% dos votos. Isso desencadeou acusações de fraude eleitoral, meses de protestos e uma dura repressão que levou a 65.000 detenções.

As figuras da oposição foram detidas ou forçadas a fugir.

Desta vez, os sete milhões de eleitores registados no país podem escolher entre cinco candidatos, dos quais apenas um é considerado crítico do governo de Lukashenko e dos laços estreitos da Bielorrússia com a Rússia.

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, discursa antes do concerto final da campanha “Maratona da Unidade” em Minsk, 24 de janeiro de 2025
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, discursa antes do concerto final da campanha “Maratona da Unidade” em Minsk, 24 de janeiro de 2025AP/Belarus' Presidential Press Service

A candidata independente Anna Kanapatskaya declarou: "Os bielorrussos e a Bielorrússia merecem viver num país livre, independente e democrático. Merecem ter um futuro em que os direitos humanos sejam respeitados".

"Não luto com agentes da polícia porque é um crime. Mas isso não significa que eu apoie as políticas da atual liderança do país."

Embora o atual mandato de Lukashenko - o seu sexto - só termine no verão, o Presidente optou por antecipar as eleições de agosto para janeiro, altura em que faz um frio de rachar na Bielorrússia.

Segundo o analista político bielorrusso Valery Karbalevich, trata-se de uma tentativa calculada para impedir que os manifestantes saiam à rua para protestar contra os resultados das eleições.

"Não haverá protestos em massa num janeiro gelado", afirmou.

Repressão da dissidência

Lukashenko é um aliado próximo do presidente russo Vladimir Putin e depende dos subsídios e do apoio político de Moscovo para se manter no poder na Bielorrússia.

Ao negociar com o Kremlin ao longo dos anos para obter mais subsídios, Lukashenko tentou periodicamente apaziguar o Ocidente aliviando a repressão no seu país. Mas esta tática terminou depois de ter desencadeado uma violenta repressão da dissidência após as eleições de 2020.

Dezenas de milhares de bielorrussos foram detidos e milhares foram espancados pelas forças policiais numa repressão generalizada por parte do Estado. Paralelamente, centenas de meios de comunicação social independentes e ONG foram encerrados e ilegalizados.

Agentes da polícia detêm manifestantes durante uma manifestação em Minsk, 8 de setembro de 2020
Agentes da polícia detêm manifestantes durante uma manifestação em Minsk, 8 de setembro de 2020AP/Copyright 2020 The AP. All rights reserved.

Em reação, o Ocidente sancionou a Bielorrússia. As sanções contra o país intensificaram-se depois de se ter descoberto que a Rússia estava a usar o país vizinho para contornar as sanções europeias impostas a Moscovo devido à invasão em grande escala da Ucrânia em 2022.

Atualmente, 287 indivíduos - incluindo o próprio Lukashenko - na Bielorrússia foram sancionados pela UE, bem como 39 entidades.

Na sexta-feira, a Comissão Europeia descreveu as eleições como "uma farsa total".

"Não são eleições quando já se sabe quem vai ganhar", afirmou a porta-voz da Comissão para os Negócios Estrangeiros, Anitta Hipper.

"A UE continua a apoiar o povo bielorrusso. Continuamos também a exercer pressão sobre o regime", afirmou.

No mês ado, a Comissão disse que estava a disponibilizar 30 milhões de euros para apoiar a sociedade civil na Bielorrússia, tendo já disponibilizado 140 milhões de euros desde 2020.

Quanto ao que resta da oposição, os activistas dos direitos humanos afirmam que o país mantém cerca de 1.300 presos políticos atrás das grades. O Prémio Nobel da Paz Ales Bialiatski, fundador do Viasna, o maior grupo de defesa dos direitos humanos do país, está entre eles.

"Através de uma campanha brutal contra todos os dissidentes, as autoridades criaram um clima sufocante de medo, silenciando tudo e todos os que desafiam o governo", afirmou Marie Struthers, diretora da Amnistia Internacional para a Europa Oriental e Ásia Central.

Um homem forte ao estilo soviético

A Bielorrússia fez parte da União Soviética até ao seu colapso em 1991. A nação eslava de 9 milhões de habitantes está encravada entre a Rússia, a Ucrânia, a Letónia, a Lituânia e a Polónia - sendo que os três últimos são membros da NATO. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi ocupada pela Alemanha nazi.

Lukashenko, um antigo diretor de uma quinta estatal, foi eleito pela primeira vez em 1994, sob o efeito de uma onda de indignação da opinião pública face a uma queda catastrófica do nível de vida após reformas caóticas do mercado livre. Prometeu combater a corrupção.

O Presidente russo Vladimir Putin e o Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko conversam em Minsk, 6 de dezembro de 2024
O Presidente russo Vladimir Putin e o Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko conversam em Minsk, 6 de dezembro de 2024Gavriil Grigorov/Sputnik

irador declarado da União Soviética, o governo de Lukashenko controla a economia ao estilo soviético e desencoraja ativamente a utilização da língua bielorrussa, privilegiando o russo. O dirigente também levou o país a abandonar a sua bandeira nacional vermelha e branca, em favor de uma semelhante à que utilizava quando era uma república soviética.

A principal agência de segurança da Bielorrússia propaga o medo, mantendo o nome da era soviética de KGB (Komitet Gosudarstvennoy Bezopasnosti). É também o único país da Europa a manter a pena de morte, com execuções efetuadas com um tiro na nuca.

E, em fevereiro de 2022, Lukashenko permitiu que a Rússia utilizasse o território bielorrusso para invadir a Ucrânia, aceitando mais tarde acolher algumas das armas nucleares tácticas russas.

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