O presidente francês Emmanuel Macron e o Chanceler alemão Olaf Scholz falaram em Paris sobre os desafios colocado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e o Chanceler alemão, Olaf Scholz, reuniram-se esta quarta-feira em Paris, onde sublinharam a força e a unidade da Europa face às ameaças comerciais do presidente norte-americano, Donald Trump.
Durante uma conferência de imprensa conjunta antes do almoço de trabalho no Palácio do Eliseu, Macron disse que era um momento crítico para a França e a Alemanha assumirem um papel de liderança e garantirem que a Europa era capaz de defender os seus interesses, mantendo os laços transatlânticos.
"Agora que a nova istração tomou posse nos Estados Unidos, é mais importante do que nunca que os europeus e, portanto, os nossos dois países, desempenhem plenamente o seu papel na consolidação de uma Europa unida, forte e soberana", disse Macron.
Scholz fez eco das palavras de Macron, reconhecendo que a presidência de Trump colocará desafios, mas reafirmando a relação de longa data entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos (EUA).
"Esta semana, estamos a lidar com uma nova istração americana. Já é evidente que o presidente Trump será um desafio", afirmou.
"A nossa posição é clara. A Europa é um grande espaço económico com cerca de 450 milhões de cidadãos. Somos fortes. Mantemo-nos unidos. A Europa não se vai esquivar nem esconder", acrescentou Scholz.
Trump disse na terça-feira que iria impor tarifas à UE devido aos excedentes comerciais com os EUA. O bloco europeu é "muito, muito mau para nós", disse Trump. Ameaçou também o Canadá, o México e a China com direitos aduaneiros pesados a partir de fevereiro.
Macron e Scholz debateram as indústrias siderúrgica, automóvel e química, que poderão ser afetadas pelos direitos aduaneiros dos EUA, e afirmaram que estas são vitais para a economia da UE.
A chanceler alemã também sublinhou a necessidade de uma maior cooperação europeia no domínio da defesa, citando as iniciativas franco-alemãs para desenvolver armas de precisão de longo alcance.
O presidente francês afirmou que a Europa precisa de aumentar a despesa com a defesa e também de "desenvolver a sua própria base industrial, as suas próprias capacidades, a sua própria indústria".
No início deste mês, Trump apelou aos 32 países membros da NATO para que gastem 5% do seu PIB na defesa, acima do objetivo atual de 2%, e afirmou que os aliados europeus estão a ficar aquém das expectativas.
Para além da istração Trump e das ameaças comerciais e tarifárias, Macron e Scholz debateram também a invasão da Ucrânia pela Rússia e a guerra de Israel em Gaza.
Scholz e Macron estão ambos em posições precárias nos seus respetivos países. O primeiro está mal nas sondagens antes das eleições alemãs de 23 de fevereiro, enquanto o segundo foi enfraquecido pelas eleições antecipadas do ano ado, que resultaram num parlamento francês dividido.