As chegadas ilegais à União Europeia diminuíram 38% num ano, segundo a Frontex.
As entradas ilegais na União Europeia atingiram o nível mais baixo dos últimos três anos.
De acordo com a Frontex, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, foram registadas 239.000 agens irregulares nas fronteiras da UE em 2024.
Tal representa uma redução de 38% em comparação com 2023.
As chegadas irregulares registadas no Mediterrâneo Central e nos Balcãs Ocidentais diminuíram 59% e 78%, respetivamente, num ano.
As entradas irregulares através da rota do Mediterrâneo Central "diminuíram significativamente como resultado do apoio da UE às autoridades tunisinas e líbias, que intercetam os barcos que tentam atravessar para a União Europeia", explicou Vít Novotný, investigador do Centro de Estudos Europeus Wilfried Martens, à Euronews.
A diminuição do número de pessoas que utilizam a rota dos Balcãs Ocidentais é, por sua vez, "provavelmente o resultado dos esforços da UE para trabalhar com os países dos Balcãs Ocidentais no sentido de alinharem a sua política de vistos com a política da UE nesta área", acrescentou ainda Vít Novotný.
Por outro lado, as chegadas irregulares registadas nas Ilhas Canárias aumentaram 18% num ano, colocando Espanha sob pressão.
Além disso, as chegadas quase triplicaram nas fronteiras terrestres orientais da UE, sobretudo porque a Bielorrússia está a instrumentalizar os migrantes para desestabilizar a UE.
"Os fluxos migratórios irregulares não desaparecem em resultado destas políticas, mas a sua direção e o nível de risco para a vida humana podem sofrer alterações. Por exemplo, o aumento da vigilância ou das medidas de dissuasão ao longo de certas rotas podem ter um impacto na alteração dos itinerários", afirmou Eleonora Milazzo, investigadora do Migration Policy Centre e do Egmont Institute, à Euronews.
No entanto, estes números devem ser interpretados com cautela, uma vez que algumas travessias não são detetadas. Não sendo feita, também, a distinção entre os chamados migrantes económicos e requerentes de asilo.
"Entre aqueles que tentaram entrar, apesar dos muitos obstáculos que enfrentam para escapar à insegurança e à guerra, quantos deles são requerentes de asilo? Pessoas que estão legitimamente a pedir asilo e que têm direito ao asilo na Europa?", questionou Sergio Carrera, investigador do CEPS.
Só em 2024, mais de 2.300 pessoas morreram ou foram dadas como desaparecidas ao tentar atravessar o Mediterrâneo, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência da ONU.