Mais de dois terços das grandes empresas têm dificuldade em preencher as suas funções no domínio das TIC. Quais são os empregos mais bem pagos? Quais são os países mais carenciados?
Enquanto o setor das TI (Tecnologias da Informação) continua a crescer, milhares de empresas europeias têm dificuldade em preencher os postos de trabalho disponíveis, que são muitos.
De acordo com os dados do Eurostat relativos a 2024, 57,5% das empresas da UE não conseguem recrutar todos os especialistas em TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) necessários.
A diferença entre a procura por mão-de-obra e o emprego efetivo aumentou 20% nos últimos dez anos.
As grandes empresas são as que enfrentam maiores desafios.
68% delas não conseguem preencher todas as vagas de especialistas em TIC, seguidas das médias (59,2%) e das pequenas empresas (53,4%).
A Alemanha, a Chéquia, Malta, a Áustria e o Luxemburgo são os países com maiores necessidades de recrutar especialistas em TIC, com pelo menos 65% das empresas a enfrentarem carências.
As percentagens são ainda mais elevadas para as grandes empresas: 84% em Malta, 80% na Alemanha, 79% na República Checa, 78% na Eslovénia, 76% na Áustria, 75% no Luxemburgo, 73% na Letónia, 72% na Hungria e 71% na Croácia.
Espanha, Polónia e Bulgária são os países com menores problemas de contratação, embora pelo menos 30% das empresas destes países ainda enfrentem escassez no departamento das TIC.
Quais são os cargos mais bem pagos no domínio das TIC?
As principais dificuldades no recrutamento, segundo o Eurostat, prendem-se com a falta de candidaturas, a insuficiência de qualificações e de experiência e as elevadas expetativas salariais.
Os salários no setor das TIC ultraaram sistematicamente as remunerações médias na Europa na última década, de acordo com as Perspetivas da Economia Digital da OCDE para 2024. Na UE, em particular, os salários anuais cresceram 0,24% em comparação com 0,20% no resto da economia.
Robert Walters, especialista em recrutamento, apresentou uma lista dos empregos mais bem pagos no domínio das TIC em países como a Alemanha, que parece ser o país da UE com maiores dificuldades em recrutar especialistas.
O cargo mais bem pago é o de diretor de Tecnologias da Informação, com uma base anual de 150 mil euros para os trabalhadores com pelo menos três anos de experiência, e até 180 mil euros para os que têm pelo menos oito anos.
A função de consultor, no escalão mais elevado, é a de SAP/ERP, com uma base de 100 mil euros (sendo o SAP ERP um software de planeamento de recursos empresariais).
Os cargos de engenheiro de dados e de cientista de dados situam-se ambos no escalão dos 100-120 mil euros.