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Como as notícias falsas sobre o atentado de Magdeburgo se estão a espalhar antes das eleições alemãs

Flores são colocadas em frente à igreja Johannis, perto do Mercado de Natal em Magdeburgo, Alemanha, segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Flores são colocadas em frente à igreja Johannis, perto do Mercado de Natal em Magdeburgo, Alemanha, segunda-feira, 23 de dezembro de 2024 Direitos de autor Ebrahim Noroozi/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
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Alguns políticos e utilizadores das redes sociais foram acusados de utilizar o ataque para fins políticos.

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Semanas depois de um carro ter abalroado um mercado de Natal em Magdeburgo, matando seis pessoas e ferindo mais de 200, continuam a ser partilhadas falsas alegações sobre o ataque, tanto por internautas como por políticos.

Um vídeo, por exemplo, foi partilhado com uma legenda que diz que a polícia alemã prendeu extremistas muçulmanos que apoiam o terrorismo, no dia seguinte ao ataque em que um médico de origem saudita atropelou civis.

O vídeo mostra agentes da polícia de Berlim a perseguir e a prender várias pessoas na Estação Central de Comboios de Berlim.

Vídeo tem legendas falsas
Vídeo tem legendas falsasEuronews

No entanto, o vídeo já foi objeto de uma nota da comunidade, explicando que foi filmado a 20 de dezembro, um dia antes do atentado de Magdeburgo, e que mostra agentes a prenderem participantes numa manifestação pró-Palestina.

A polícia também confirmou publicamente que era esse o caso.

Em muitos casos, foram também divulgadas falsas alegações sobre o ataque no contexto das próximas eleições federais na Alemanha, aparentemente numa tentativa de politizar o ataque.

Alguns políticos estiveram no centro das atenções, como Alice Weidel, copresidente do partido de extrema-direita AfD, que alegou que o autor do ataque era um "islamista cheio de ódio".

"Queridos amigos, estamos aqui reunidos, um dia antes da véspera de Natal, para recordar as vítimas de um ato de loucura", disse Weidel numa vigília pelas vítimas do atentado de 23 de dezembro. "Um ato que ultraa a imaginação de todos os presentes. Um ato de um islamista cheio de ódio pelo que constitui a coesão humana. A nós, humanos. A nós, alemães. A nós, cristãos".

Desde o ataque, as questões da imigração e da segurança tornaram-se um tema de discussão eleitoral ainda mais importante do que antes. O partido de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU), o maior partido da oposição alemã, anunciou recentemente no seu manifesto que iria defender uma política de imigração muito mais dura.

No entanto, as autoridades afirmam que Taleb Al-Abdulmohsen é um "atacante atípico", tendo-se descrito anteriormente como um crítico agressivo do Islão, ao mesmo tempo que manifestou o seu apoio à AfD.

Ainda não foi apurado o motivo que levou o suspeito a avançar sobre a multidão, mas foi revelado que há anos que partilhava opiniões islamofóbicas na Internet.

Os meios de comunicação social alemães identificaram uma conta no X, alegadamente ligada ao suspeito, que dizia: "Oposição militar saudita - A Alemanha persegue as mulheres sauditas requerentes de asilo, dentro e fora da Alemanha, para destruir as suas vidas - A Alemanha quer islamizar a Europa".

Numa entrevista ao FAZ em 2019, Al-Abdulmohsen descreveu-se como "o crítico mais agressivo do Islão na história". Noutras ocasiões, afirmou que a AfD perseguia os mesmos objetivos que ele.

O partido distanciou-se do suspeito do ataque. No entanto, há quem continue a utilizar o atentado para fazer valer a sua própria agenda política.

Uma outra imagem que circula na Internet mostra a deputada social-democrata Saskia Esken a pronunciar-se contra a deportação do agressor e a apelar ao seu perdão no programa de entrevistas político Lanz.

"Será que é assim tão fria, tão insensível, para colocar o bem-estar do agressor acima do sofrimento das vítimas?", diz uma publicação que partilha as imagens.

Não há provas de que Esken tenha dito o que a fotografia afirma
Não há provas de que Esken tenha dito o que a fotografia afirmaEuronews

Mas os verificadores de factos já desmascararam esta ideia: uma nota da comunidade mostra que a cronologia não bate certo quando Esken alegadamente fez os comentários e quando ocorreu o ataque.

Infelizmente, há muitos outros exemplos desta situação: o político dos Verdes Winfried Kretschmann, ministro-presidente de Baden-Württemberg, também foi erradamente acusado de exortar as pessoas a "perdoar o agressor", segundo os verificadores de factos alemães.

O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, foi entretanto acusado de ter afirmado no X que o agressor era um radical de direita que a sociedade não tinha conseguido integrar. Na realidade, essas palavras provêm de uma conta de paródia.

Com a aproximação das eleições na Alemanha, é fundamental que os cidadãos estejam corretamente informados antes de votarem.

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