Há cerca de três semanas, dois petroleiros derramaram combustível no Estreito de Kerch, a cerca de 250 quilómetros de Sebastopol, no sudoeste da península ocupada da Crimeia.
Pelo menos 32 golfinhos morreram desde o derrame de combustível de dois petroleiros que sofreram danos, há três semanas, no Estreito de Kerch, que separa a Península da Crimeia da região de Krasnodar, no sul da Rússia, informou um grupo de salvamento de animais.
O Centro de Investigação e Salvamento de Golfinhos Delfa, na Rússia, afirmou que as mortes estão "muito provavelmente relacionadas com o derrame de fuelóleo".
A mesma fonte informou, através da rede social Telegram, que um total de 61 cetáceos mortos, uma ordem de mamíferos aquáticos que inclui baleias e golfinhos, tinha sido contabilizado desde a emergência, mas o estado dos cadáveres sugeria que os outros 29 tinham morrido antes do derrame.
"A julgar pelo estado dos cadáveres, o mais provável é que a maioria destes cetáceos tenha morrido nos primeiros 10 dias após o desastre. E agora o mar continua a arrastá-los", escreveu o centro.
A situação surge depois de asautoridades russas na Crimeia terem declarado o estado de emergência regional no sábado, após a deteção de petróleo na costa de Sebastopol.
Há quase três semanas, dois petroleiros derramaram petróleo no Estreito de Kerch, a cerca de 250 quilómetros de Sebastopol, no sudoeste da península.
"Hoje foi declarado o estado de emergência regional em Sebastopol", escreveu o governador regional, Mikhail Razvozhaev, no Telegram.
O petróleo foi encontrado em quatro praias da região e foi "prontamente eliminado" pelas autoridades locais em colaboração com voluntários, informou Razvozhaev.
Na semana ada, as autoridades da região de Krasnodar, no sul da Rússia, anunciaram uma situação de emergência a nível regional, uma vez que o combustível continuava a dar à costa 10 dias depois de um petroleiro ter encalhado e o outro ter sofrido danos e ficado, consequentemente, à deriva.
O governador da região de Krasnodar, Veniamin Kondratyev, disse que quase 7.000 pessoas ainda trabalhavam para limpar as consequências do derrame no sábado.
Mais de 96.000 toneladas de areia e solo contaminados foram removidos ao longo da costa da região desde o derrame original, escreveu ainda o responsável, no Telegram.
A 23 de dezembro, o Ministério das Situações de Emergência da Rússia estimou que um total de 200.000 toneladas poderiam ter sido contaminadas com mazute, um produto petrolífero pesado e de baixa qualidade.
O presidente russo, Vladimir Putin, considerou o derrame de petróleo um "desastre ecológico".
O Estreito de Kerch, que separa a Península da Crimeia, ocupada pela Rússia, da região de Krasnodar, é uma importante rota marítima mundial, proporcionando a agem do interior do Mar de Azov para o Mar Negro.
Tem sido também um ponto-chave do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, depois de Moscovo ter anexado a península em 2014.
Em 2016, a Ucrânia levou Moscovo ao Tribunal Permanente de Arbitragem, onde acusou a Rússia de tentar assumir ilegalmente o controlo da área.
Mykhailo Podolyak, conselheiro do chefe de gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, descreveu o derrame de petróleo no mês ado como um "desastre ambiental em grande escala" e apelou a sanções adicionais contra os petroleiros russos.