O Primeiro-Ministro Milojko Spajić afirmou que os detentores de armas registadas serão submetidos a novos controlos de segurança e psicológicos, estando prevista uma punição "draconiana" para aqueles que possuem armas ilegalmente.
Realizou-se no Montenegro uma cerimónia fúnebre em memória das 12 vítimas de um tiroteio em massa ocorrido no dia de Ano Novo.
A cerimónia, realizada na cidade de Cetinje, no centro do país, contou com a presença de familiares das vítimas, bem como de líderes políticos e religiosos.
"Cada palavra que dizemos hoje parece fraca, impotente para mitigar o sofrimento daqueles que perderam os seus entes queridos", disse Nikola Đurašković, o presidente da câmara de Cetinje, na comemoração.
"Não há palavras para explicar esta tragédia sem sentido. Neste momento, a única coisa que podemos fazer é expressar as nossas mais profundas condolências às famílias dos mortos, estender a nossa mão em apoio e convencê-los de que não estão sozinhos na sua dor. Porque isto não é apenas uma perda para as famílias, é uma perda para todos nós", acrescentou.
O tiroteio em Cetinje, na quarta-feira, provocou choque e consternação em todo o país. As vítimas incluíam sete homens, três mulheres e duas crianças, nascidas em 2011 e 2016.
A polícia disse que o atirador, identificado como Aco Martinović, acabou por dar um tiro na cabeça e morreu pouco depois.
Pelo menos quatro outras pessoas ficaram feridas, disseram as autoridades.
Num outro massacre na mesma cidade, em agosto de 2022, um atacante matou 10 pessoas, incluindo duas crianças, antes de ser baleado e morto por um transeunte.
Uma reunião de alto nível na capital Podgorica, na sexta-feira, prometeu medidas duras para conter as armas ilegais após a segunda tragédia deste tipo em menos de três anos no pequeno país dos Balcãs.
Uma sessão de emergência do Conselho Nacional de Segurança do Montenegro anunciou uma nova e rigorosa lei sobre armas e ações urgentes para confiscar o que se crê serem abundantes armas ilegais na posse dos 620.000 cidadãos do Montenegro.
O Primeiro-Ministro Milojko Spajić afirmou que os detentores de armas registadas serão submetidos a novos controlos de segurança e psicológicos, estando prevista uma punição "draconiana" para aqueles que possuem armas ilegalmente.
Spajić especificou que as autoridades darão às pessoas um período de dois meses para entregarem as armas ilegais sem sofrerem quaisquer consequências.
Depois disso, disse, "a lei será explícita e mesmo as sentenças mínimas proferidas pelos juízes serão drásticas".
A estação de televisão estatal RTCG informou na sexta-feira que o Montenegro é o sexto país do mundo em termos de número de armas ilegais per capita.