O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, reuniu-se com um grupo de rabinos para acender a primeira vela do Hanukkah. Na véspera da celebração judaica, Kiev inaugurou a maior menorá da Europa.
O Hanukkah, uma festa judaica também conhecida como festival das luzes, começou oficialmente na quarta-feira à noite. É a quinta vez, desde 1900, que coincide com o dia de Natal.
Hanukkah significa "dedicação" e o feriado marca a reconquista do Segundo Templo de Jerusalém no século II a.C., depois de um pequeno grupo de combatentes judeus o ter libertado dos ocupantes.
A festa dura oito dias. Conta a história que os combatentes judeus acenderam a menorá com uma pequena quantidade de óleo, mesmo assim esta permaneceu acesa durante uma semana.
Assim, durante oito noites consecutivas, os judeus que observam a festa em todo o mundo reúnem-se com a família e os amigos para acender uma vela por noite numa menorá.
A vela deve ser acesa após o cair da noite, uma vez que o objetivo desta prática é trazer luz à escuridão.
O ritual de acender uma vela todas as noites, bem como de cozinhar alimentos em óleo (como as panquecas de batata conhecidas como latkes) recorda este óleo milagrosamente duradouro. As datas da festa baseiam-se no mês hebraico de Kislev, que coincide normalmente com os meses de novembro ou dezembro do calendário gregoriano.
Celebrações do Hanukkah na Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, reuniu-se na quarta-feira com uma delegação de rabinos.
O dirigente ucraniano participou na cerimónia de acendimento das velas, presidida pelo rabino-chefe de Dnipro, Shmuel Kaminetsky.
"A batalha entre a luz e as trevas continua. Vemos que, graças a vós, o eixo do mal está a ficar muito mais fraco e em breve vamos derrotá-lo. Acenderemos estas velas e esperamos que o Todo-Poderoso nos ajude", disse Kaminetsky dirigindo-se a Zelenskyy.
Zelenskyy felicitou a comunidade judaica pela festa e agradeceu as orações pela Ucrânia e pelos ucranianos.
Numa declaração divulgada pela Presidência ucraniana, Zelenskyy afirmou: "Obrigado por estarem na Ucrânia e por apoiarem toda a gente. Temos um país único: hoje celebramos tanto o Natal como o Hanukkah. É muito bom que na Ucrânia possamos viver todos juntos, combatendo as trevas com a luz que temos".
Zelenskyy foi encarregado de acender a primeira vela da menorá. O presidente ucraniano referiu que a menorá utilizada na cerimónia foi-lhe oferecida no ano ado pelo presidente da Argentina, Javier Milei, que tomou posse durante o quarto dia do Hanukkah de 2023.
A Ucrânia também assinalou a ocasião instalando o maior Hanukkah da Europa na popular Praça da Independência, em Kiev.
Alemanha
A Alemanha também celebrou a festa judaica em grande estilo. Foi colocada uma menorá gigante em frente à icónica Porta de Brandemburgo, em Berlim, na segunda-feira.
"Este ano estamos juntos. E este ano também queremos enviar uma mensagem de que não nos esquecemos dos reféns que, infelizmente, ainda estão escondidos nos túneis escuros do Hamas. Esperamos que, quando acendermos a vela no próximo domingo, dia 29 de dezembro, às 16h00, os reféns já estejam livres", afirmou Yehuda Teichtal, rabino da comunidade judaica de Berlim.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, que participou nas cerimónias de acendimento das velas nos dois últimos anos consecutivos, publicou uma mensagem no X, antigo Twitter, para celebrar com a comunidade judaica alemã.
"As menorás do Hanukkah nas nossas cidades representam a esperança nestes tempos sombrios", disse Scholz.
"No Portão de Brandemburgo, no coração de Berlim, está ao lado de uma árvore de Natal. Sinto-me feliz com este símbolo: o judaísmo é uma parte sólida e insubstituível de nós. Boas festas para todos!"