Novo executivo mantém vários nomes do antigo governo e fica marcado pelo regresso da ex-primeira-ministra, Élisabeth Borne, que recebe a pasta da Educação e também do ex-primeiro-ministro, Manuel Valls. Primeiro-ministro diz-se confiante com a equipa agora nomeada.
Dez dias após a nomeação de François Bayrou como primeiro-ministro, é agora anunciada a composição do novo governo francês.
O novo executivo é composto por 34 membros, incluindo figuras de destaque e antigos ministros, na sua maioria políticos conservadores e centristas.
O anúncio fica marcado pelo regresso da ex-primeira-ministra Élisabeth Borne, que é agora apontada ministra da Educação Nacional. Bruno Retailleau continua no cargo, permanecendo no cargo de ministro do Interior, tal como vários outros nomes de ministros que transitam para o novo executivo, embora em outras pastas.
De acordo com o anúncio de Alexis Kohler, secretário-geral do Eliseu, Eric Lombard é nomeado Ministro da Economia, Catherine Vautrin é nomeada ministra do Trabalho, Saúde, Solidariedade e Família e Gérald Darmanin, ex-ministro do Interior, regressa ao governo, desta vez com a pasta da Justiça.
O ex-primeiro-ministro socialista Manuel Valls também irá integrar o executivo de Bayrou, tendo sido nomeado ministro de Estado responsável pelos Territórios Ultramarinos.
O primeiro Conselho de Ministros do governo Bayrou será realizado em 3 de janeiro.
Na rede social X, o primeiro-ministo francês, François Bayrou disse estar "orgulhoso" com a equipa apresentada, explicando que se trata de um "coletivo experiente", capaz de "renovar a confiança com todos os ses".
O objetivo do novo governo é sobreviver o tempo suficiente no cargo até à convocação de novas eleições parlamentares no próximo verão.
França tem estado num pântano político desde que o presidente francês Emmanuel Macron convocou eleições antecipadas no verão, depois de o seu partido centrista ter perdido para a extrema-direita nas eleições europeias.
Desde então, a câmara baixa do parlamento do país tem estado num ime com três blocos distintos que não estão dispostos a trabalhar em conjunto.
Um dos principais desafios para o gabinete de Bayrou é garantir a aprovação do orçamento do país para 2025.
Novo executivo recebe várias críticas
Apesar do otimisto do primeiro-ministro, as críticas às decisões de Bayrou não tardaram a chegar.
Jordan Bardella, presidente do Rassemblement National, diz que Bayrou "reuniu a coligação do fracasso". “Felizmente o ridículo não mata. Infelizmente, nada foi poupado para os ses", ironizou o político na rede social X.
Da esquerda também vieram comentários pouco positivos, nomeadamente de Mathilde Panot, presidente do grupo parlamentar do partida La Insoumise, que fala num "governo cheio de gente repudiada nas urnas e que contribuiu para afundar o nosso país", apelando, novamente, à censura, tanto ao novo executivo como ao presidente francês, Emmanuel Macron.
Também dos socialistas não vieram palavras simpáticas, com primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, a falar em “provocação” , após o anúncio da composição do novo governo. “Não é um governo, é uma provocação. A extrema direita no poder sob a vigilância da extrema direita ”, afirmou nas redes sociais.
Xavier Bertrand é baixa no novo governo
Xavier Bertrand, nome apontado até esta segunda-feira para integrar o novo executivo francês, anunciou que não fará parte do novo governo. Em comunicado, o presidente da região de Hauts-de-, informou que não poderia fazer parte do novo executivo "devido à oposição ao Rassemblement National" dizendo ainda que se recusa "a participar num governo francês formado com a aprovação de Marine Le Pen".
Xavier Bertrand foi um dos pesos pesados que François Bayrou quis atrair para o seu governo. “Embora seja um erro lidar com o extremismo, desejei-lhe boa sorte porque, mais do que tudo, o que me importa é que o nosso país se recupere e que os nossos concidadãos recuperem a confiança e a esperança ”, acrescentou Xavier Bertrand.