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Dominique Pélicot condenado a 20 anos de prisão e culpado de todas as acusações

O julgamento por uma violação com 51 arguidos
O julgamento por uma violação com 51 arguidos Direitos de autor Aurelien Morissard/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Aurelien Morissard/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
De Emma De RuiterEuronews
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Pelicot, juntamente com outros 50 homens, será preso por ter violado repetidamente a sua mulher, Gisèle, ao longo de uma década.

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Dominique Pélicot, o francês acusado de drogar e violar a então mulher Gisèle Pélicot, foi considerado culpado de todas as acusações durante o julgamento, esta quinta-feira, e condenado a 20 anos de prisão, no Tribunal de Avignon

Pelicot declarou-se culpado de ter drogado e violado a sua mulher durante quase uma década, enquanto convidava outros homens da Internet para irem a sua casa para fazerem o mesmo.

Gisèle Pelicot, que se julgava num "bom casamento", surpreendeu França com a sua franqueza e coragem durante o impressionante julgamento, o que fez com que transformasse a trabalhadora reformada numa heroína feminista.

Dominique Pelicot chamou pela primeira vez a atenção da polícia em setembro de 2020, quando um segurança de um supermercado o apanhou a filmar as saias de mulheres discretamente.

Mais tarde, a polícia revistou o seu telemóvel e encontrou uma biblioteca de imagens que documentavam anos de abusos à sua mulher - mais de 20 000 fotografias e vídeos no total, armazenados em unidades informáticas e catalogados em pastas com títulos como “abusos”, “os seus violadores” e “noite sozinha”.

A quatidade de provas levou a polícia aos outros arguidos. Nos vídeos, os investigadores contaram 72 abusadores diferentes, mas não conseguiram identificá-los a todos.

O julgamento, que se prolongou por mais de três meses, movimentou activistas contra a violência sexual e apelou a medidas mais rigorosas para acabar com a cultura da violação.

Grupos feministas locais organizaram protestos regulares perante as audiências do caso e mostraram, slogans nas ruas do tribunal. Na quarta-feira à noite, antes do veredito, penduraram uma faixa ao longo das muralhas medievais de Avignon onde se lia: “Obrigado Gisèle”.

“Penso que a sociedade já mudou ao longo destes quatro meses”, afirmou a ativista Fanny Fourès.

“Muitos homens, já estão a falar mais connosco, com as suas namoradas, com os seus amigos”, acrescentou. “Há um diálogo que começou”.

Mudar a definição de consentimento

Os 51 homens foram todos acusados de serem cumplices de Dominique Pelicot na realização das suas fantasias de violação e abuso, tanto na casa de férias do casal, na pequena cidade provençal de Mazan, como noutros locais.

Dominique Pelicot testemunhou que drogava a sua ex-mulher com tranquilizantes escondidos na comida e na bebida, deixando-a tão profundamente inconsciente que podia fazer-lhe o que quisesse durante horas.

Um dos homens foi julgado não por ter agredido Gisèle Pelicot, mas por ter drogado e violado a sua própria mulher com a ajuda de Dominique Pelicot, que também foi julgado por ter violado a mulher do outro homem.

Os cinco juízes votaram por escrutínio secreto, sendo necessária a maioria dos votos tanto para a condenação como para a fixação das penas. Os ativistas contra a violência sexual esperam que as penas de prisão sejam as mais longas possíveis.

Embora alguns dos acusados - incluindo Dominique Pelicot - tenham reconhecido que eram culpados de violação, muitos não o fizeram, mesmo perante as provas em vídeo. O julgamento desencadeou, assim, um debate mais amplo em França sobre se a definição legal de violação deveria ser alargada de modo a exigir uma menção específica ao consentimento.

Alguns arguidos argumentaram que o consentimento de Dominique Pelicot abrangia também a sua mulher, enquanto outros tentaram desculpar o seu comportamento, insistindo que não tinham intenção de violar ninguém quando responderam ao seu convite. Outros, ainda, atribuíram a culpa a Dominique Pelicot, afirmando que ele os induziu em erro, levando-os a pensar que estavam a participar num cenário genuinamente consensual.

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