{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2024/12/18/rd-congo-apresenta-queixa-criminal-contra-a-apple-por-causa-dos-minerais-de-conflito" }, "headline": "RD Congo apresenta queixa criminal contra a Apple por causa dos minerais de conflito", "description": "A gigante tecnol\u00f3gica afirma que \u0022contesta veementemente\u0022 as alega\u00e7\u00f5es, depois de a Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo (RDC) ter apresentado queixas-crime em Fran\u00e7a e na B\u00e9lgica.", "articleBody": "A Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo (RDC) apresentou queixas-crime em Fran\u00e7a e na B\u00e9lgica contra subsidi\u00e1rias da Apple, acusando a gigante da tecnologia de utilizar minerais de conflito.Os advogados que representam o governo congol\u00eas alegam que a Apple utiliza minerais saqueados da RDC e branqueados atrav\u00e9s de cadeias de abastecimento globais, tornando-a c\u00famplice de crimes cometidos por grupos armados que controlam algumas das minas no leste do pa\u00eds.As queixas foram preparadas por uma equipa de advogados internacionais em nome do ministro da Justi\u00e7a da RDC. Pelo que as autoridades em Fran\u00e7a e na B\u00e9lgica ir\u00e3o agora considerar se existem provas suficientes para investigar mais a fundo e, potencialmente, apresentar acusa\u00e7\u00f5es criminais.Os advogados afirmaram que a cadeia de fornecimento da Apple estava contaminada por \u0022minerais de sangue\u0022, alegando que o estanho, o t\u00e2ntalo e o tungst\u00e9nio - os chamados minerais 3T utilizados em computadores e telem\u00f3veis - estavam a ser retirados de zonas de conflito na RDC e, depois, branqueados internacionalmente.\u0022Estas atividades alimentaram um ciclo de viol\u00eancia e conflito ao financiarem mil\u00edcias e grupos terroristas e contribu\u00edram para o trabalho infantil for\u00e7ado e para a devasta\u00e7\u00e3o ambiental\u0022, l\u00ea-se na declara\u00e7\u00e3o conjunta de tr\u00eas sociedades de advogados dos EUA, Fran\u00e7a e B\u00e9lgica.Ap\u00f3s a apresenta\u00e7\u00e3o dos processos na ter\u00e7a-feira, a Apple afirmou que \u0022contesta veementemente\u0022 as alega\u00e7\u00f5es.\u0022Com a escalada dos conflitos na regi\u00e3o, no in\u00edcio deste ano, notific\u00e1mos os nossos fornecedores de que as suas fundi\u00e7\u00f5es e refinarias deviam suspender o fornecimento de estanho, t\u00e2ntalo, tungst\u00e9nio e ouro provenientes da RDC e do Ruanda\u0022, afirmou a Apple em comunicado, referindo-se aos combates no leste da RDC.\u0022Reconhecemos que a situa\u00e7\u00e3o na regi\u00e3o \u00e9 muito dif\u00edcil e aument\u00e1mos o nosso apoio a organiza\u00e7\u00f5es que fazem um trabalho vital de ajuda \u00e0s comunidades\u0022, acrescentou.Uma das regi\u00f5es mais ricas em minerais do mundo, o leste da RDC, vive atualmente um desastre humanit\u00e1rio cada vez mais grave, com mais de 100 grupos rebeldes armados a lutar pelo controlo das minas. De acordo com a ONU e com grupos de defesa dos direitos humanos, milh\u00f5es de pessoas na regi\u00e3o foram desenraizadas e afetadas pela viol\u00eancia crescente - desde assass\u00ednios em massa a viola\u00e7\u00f5es.O governo da RDC e os peritos da ONU consideraram j\u00e1, no ado, que alguns dos minerais 3T extra\u00eddos s\u00e3o contrabandeados para o vizinho Ruanda antes de entrarem na cadeia de abastecimento global de componentes eletr\u00f3nicos. O Ruanda tem repetidamente rejeitado essas alega\u00e7\u00f5es.Os advogados tamb\u00e9m acusaram a Apple de recorrer a pr\u00e1ticas comerciais enganosas para garantir aos consumidores que as suas cadeias de abastecimento s\u00e3o limpas, embora n\u00e3o tenham fornecido mais pormenores.Robert Amsterdam, um advogado norte-americano envolvido no caso, afirmou que as queixas-crime foram as primeiras apresentadas pela RDC contra uma grande empresa de tecnologia, chamando-lhes uma \u0022primeira s\u00e9rie de a\u00e7\u00f5es judiciais\u0022.", "dateCreated": "2024-12-18T10:22:24+01:00", "dateModified": "2024-12-18T15:32:17+01:00", "datePublished": "2024-12-18T15:32:17+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F91%2F85%2F46%2F1440x810_cmsv2_c93ccd12-a725-5b36-b64f-f2a6f9aa4a25-8918546.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Log\u00f3tipo da Apple iluminado numa loja no centro da cidade de Munique, na Alemanha, a 16 de dezembro de 2020.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F91%2F85%2F46%2F432x243_cmsv2_c93ccd12-a725-5b36-b64f-f2a6f9aa4a25-8918546.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Guilbert", "givenName": "Kieran", "name": "Kieran Guilbert", "url": "/perfis/3238", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "R\u00e9daction" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa", "Mundo", "Noticias Tecnologia" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

RD Congo apresenta queixa criminal contra a Apple por causa dos minerais de conflito

Logótipo da Apple iluminado numa loja no centro da cidade de Munique, na Alemanha, a 16 de dezembro de 2020.
Logótipo da Apple iluminado numa loja no centro da cidade de Munique, na Alemanha, a 16 de dezembro de 2020. Direitos de autor AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Kieran Guilbert
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

A gigante tecnológica afirma que "contesta veementemente" as alegações, depois de a República Democrática do Congo (RDC) ter apresentado queixas-crime em França e na Bélgica.

PUBLICIDADE

A República Democrática do Congo (RDC) apresentou queixas-crime em França e na Bélgica contra subsidiárias da Apple, acusando a gigante da tecnologia de utilizar minerais de conflito.

Os advogados que representam o governo congolês alegam que a Apple utiliza minerais saqueados da RDC e branqueados através de cadeias de abastecimento globais, tornando-a cúmplice de crimes cometidos por grupos armados que controlam algumas das minas no leste do país.

As queixas foram preparadas por uma equipa de advogados internacionais em nome do ministro da Justiça da RDC. Pelo que as autoridades em França e na Bélgica irão agora considerar se existem provas suficientes para investigar mais a fundo e, potencialmente, apresentar acusações criminais.

Os advogados afirmaram que a cadeia de fornecimento da Apple estava contaminada por "minerais de sangue", alegando que o estanho, o tântalo e o tungsténio - os chamados minerais 3T utilizados em computadores e telemóveis - estavam a ser retirados de zonas de conflito na RDC e, depois, branqueados internacionalmente.

"Estas atividades alimentaram um ciclo de violência e conflito ao financiarem milícias e grupos terroristas e contribuíram para o trabalho infantil forçado e para a devastação ambiental", lê-se na declaração conjunta de três sociedades de advogados dos EUA, França e Bélgica.

Após a apresentação dos processos na terça-feira, a Apple afirmou que "contesta veementemente" as alegações.

"Com a escalada dos conflitos na região, no início deste ano, notificámos os nossos fornecedores de que as suas fundições e refinarias deviam suspender o fornecimento de estanho, tântalo, tungsténio e ouro provenientes da RDC e do Ruanda", afirmou a Apple em comunicado, referindo-se aos combates no leste da RDC.

"Reconhecemos que a situação na região é muito difícil e aumentámos o nosso apoio a organizações que fazem um trabalho vital de ajuda às comunidades", acrescentou.

Uma das regiões mais ricas em minerais do mundo, o leste da RDC, vive atualmente um desastre humanitário cada vez mais grave, com mais de 100 grupos rebeldes armados a lutar pelo controlo das minas. De acordo com a ONU e com grupos de defesa dos direitos humanos, milhões de pessoas na região foram desenraizadas e afetadas pela violência crescente - desde assassínios em massa a violações.

O governo da RDC e os peritos da ONU consideraram já, no ado, que alguns dos minerais 3T extraídos são contrabandeados para o vizinho Ruanda antes de entrarem na cadeia de abastecimento global de componentes eletrónicos. O Ruanda tem repetidamente rejeitado essas alegações.

Os advogados também acusaram a Apple de recorrer a práticas comerciais enganosas para garantir aos consumidores que as suas cadeias de abastecimento são limpas, embora não tenham fornecido mais pormenores.

Robert Amsterdam, um advogado norte-americano envolvido no caso, afirmou que as queixas-crime foram as primeiras apresentadas pela RDC contra uma grande empresa de tecnologia, chamando-lhes uma "primeira série de ações judiciais".

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Manifestantes atacam embaixadas estrangeiras no Congo devido ao avanço dos rebeldes M23

O longo jogo da Apple: Como a empresa tecnológica começou, quase falhou e está a "moldar o futuro"

Dois mortos e centenas de detidos em Paris durante festejos da vitória do PSG